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São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2003

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FPF não pagará prêmio pelo título do Estadual

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

A guerra nos bastidores entre a Federação Paulista e o Corinthians fez ontem mais uma vítima: os jogadores que levaram o clube alvinegro a seu 25º estadual não receberão, pelo menos por enquanto, o bicho pela conquista.
A entidade resolveu bloquear o pagamento de R$ 1,6 milhão ao Corinthians, referente ao prêmio pelo título (R$ 600 mil) e a duas cotas do torneio, que terminou no último sábado. Alegou que, como o clube deve R$ 829.054 à FPF e outros R$ 261.388 para a Liga Rio-São Paulo, usaria o dinheiro para o pagamento da dívida.
"O SC Corinthians Paulista não tem qualquer valor a receber desta entidade. O clube recebeu tudo antecipadamente, como vem acontecendo nos últimos oito anos. O Corinthians Paulista é um grande clube, que merece e merecerá sempre todo o apoio", afirma nota publicada pelo site oficial da entidade, assinada por seu departamento de finanças.
O bloqueio pegou a cúpula corintiana de surpresa. O departamento financeiro do clube contava com os prêmios para quitar a dívida com os atletas -cada um receberia R$ 25 mil pelo título. Agora, não há previsão para o pagamento do bicho.
O bloqueio é só mais um capítulo da guerra que começou ainda no ano passado, quando o Corinthians não foi à CBF votar contra a extinção do Rio-São Paulo, como queria Eduardo José Farah, presidente licenciado da FPF.
Desde então, a sempre boa relação entre as duas diretorias passou a se deteriorar. A guerra foi declarada quando Farah pediu a Alberto Dualib para que o Corinthians disputasse um Rio-SP ainda neste ano. O presidente corintiano rechaçou a hipótese de brigar com seus neo-aliados, Ricardo Teixeira e CBF.
O distanciamento de Farah em relação a Dualib era diretamente proporcional a sua aproximação a Marcelo Portugal Gouvêa, presidente são-paulino.
O ápice da crise aconteceu na semana passada, quando a FPF resolveu rasgar o regulamento do Paulista e dar vantagem ao São Paulo no mata-mata decisivo.
O Corinthians resolveu peitar a decisão e recorreu ao STJD, que anulou decisão do Comitê Executivo da FPF.
Contrariada, a entidade resolveu multar Vampeta em R$ 50 mil por ter se sentido ofendida por declarações do volante corintiano, que comparou a decisão de Farah à ordem do norte-americano George W. Bush de invadir o Iraque, mesmo à revelia da ONU.
Na véspera da final, a FPF foi além. Deu ordem para o São Paulo não depositar R$ 149 mil na conta do Corinthians. O valor era referente aos ingressos vendidos no Morumbi. Anteontem, após a publicação do caso pela Folha, a entidade voltou atrás.
Rogério Caboclo, diretor financeiro da FPF, não quis se pronunciar ontem sobre o assunto. O corintiano Carlos Roberto de Mello não foi localizado para comentar a atitude da federação.


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