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São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2003

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Sem dinheiro, Série B tem seu início adiado

DO PAINEL FC

A Série B não começará em 4 de abril, conforme haviam anunciado a Confederação Brasileira de Futebol e a Futebol Brasil Associados, entidade que congrega os clubes da segunda divisão.
Após reunião realizada ontem na CBF, os organizadores resolveram dar mais duas semanas de prazo para que a FBA consiga viabilizar financeiramente o torneio, que terá clubes grandes como Palmeiras, Lusa e Botafogo-RJ, todos rebaixados no Campeonato Brasileiro do ano passado.
Participaram do encontro o presidente da FBA, Peter Silva, Marco Antonio Teixeira e Virgílio Elísio (CBF), Marcelo Campos Pinto (Globo) e representantes da SportPromotion, agência de marketing que negocia o produto Série B. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, que está em Madri, era informado do rumo das discussões entre as partes por telefone.
"Resolvemos adiar para o início para o dia 18 para que consigamos mais dinheiro. A CBF entendeu nossa dificuldade e atendeu a nossa solicitação. É só isso o que posso dizer", afirmou Silva.
O diretor do Departamento Técnico da CBF, Virgílio Elísio, disse que inicialmente o sistema em turno e returno e com pontos corridos está mantido, mas que há a possibilidade de ser alterado para um turno único se a FBA não angariar fundos para o torneio.
"Precisávamos de mais uma semana para concluir as negociações. Tínhamos que evitar um problema maior. Se mantivéssemos para o dia 4 e não houvesse os acordos, os clubes não entrariam em campo. Quanto à fórmula, nosso objetivo é manter em turno e returno. Mas, se o dinheiro não der, está aberta a possibilidade de mudá-la", afirmou Elísio, que negou que o adiamento tenha relação com as especulações de virada de mesa no torneio. "Não há hipótese de Palmeiras e Botafogo não jogarem a Série B."
Agora, a FBA terá mais tempo para negociar os contratos com a TV. Depois de um acordo verbal ter sido feito entre a entidade e o SBT, a Globosat criou um empecilho e não aceitou perder o direito de escolher quais jogos transmitirá. Em outras palavras, não queria liberar o Palmeiras para a TV aberta, o que inviabiliza o acordo com a emissora paulista.
Peter Silva calcula que, para fazer os times entrarem em campo por 46 rodadas, precisa de pelo menos R$ 30 milhões para cobrir gastos com transporte, hospedagem e arbitragem.
Até agora, no entanto, a FBA não conseguiu angariar um só centavo para fazer o campeonato sair do papel. O único acordo já fechado, com a Penalty, só permanecerá vivo se a competição for transmitida em TV aberta. O fornecedor de material esportivo não tem interesse em pagar para fazer propaganda apenas para assinantes, via Sportv.
A FBA tenta ainda conseguir R$ 10 milhões em passagens aéreas. Acha que, com um contrato de TV na mão, poderá conversar com empresas de aviação. Os dirigentes pediram até ajuda do governo Lula para fazer sua competição decolar. (FM)


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