São Paulo, sábado, 27 de março de 2010

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Britadeiras ofuscam festa no Soccer City

FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO

A bola rolou pela primeira vez ontem no gramado do Soccer City, na goleada de 9 a 3 dos Legends sobre os Councillors, times amadores formados por operários e trabalhadores municipais de Johannesburgo.
Mas a tentativa da prefeitura local e da Fifa de transformar o evento na "inauguração" da principal arena da Copa do Mundo esbarrou no barulho de britadeiras trabalhando a todo vapor e nos tijolos ainda sendo cimentados dentro e fora do estádio.
As arquibancadas em cor alaranjada, capazes de acomodar 88 mil pessoas, estão concluídas. O gramado, apesar de ainda ostentar clareiras visíveis de longe, também deve ficar pronto a tempo do jogo de abertura, África do Sul x México, em 11 de junho.
Nas áreas internas, falta o acabamento final em corredores, escadas e salas especiais. Enquanto parte de seus colegas se divertia em campo batendo bola, centenas de trabalhadores davam duro lixando, martelando e perfurando paredes.
O que parece ainda um pouco distante da conclusão é a parte exterior do estádio. O acesso a vários portões permanece um canteiro de obras, onde se pisa sobre terra vermelha e não em concreto. Latas de lixo ainda são esqueletos, sem fundo.
O prefeito de Johannesburgo, Amos Masondo, insistiu, em conversa com a Folha, que os 75 dias até a data fatídica da estreia são suficientes para deixar o estádio 100% pronto. "Já está tudo completo. O que falta é apenas paisagismo", disse.
Ao custo de quase R$ 800 milhões, o Soccer City vai sediar a abertura e a final da Copa. Localizado na entrada do bairro do Soweto, seu formato lembra uma calabash, tigela tradicional africana em que todos comem conjuntamente, com as mãos. O simbolismo é o da unidade do povo sul-africano.
Ontem, o ainda inacabado Soccer City foi tomado por cerca de 5.000 pessoas -uma parte delas, parentes dos componentes dos times amadores que se apresentaram. Não faltaram vuvuzelas, cantoria nas arquibancadas e vendedores de churrasquinho na porta -ontem, puderam estar lá, mas na Copa terão de ficar a dois quilômetros de distância.


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