DO PAINEL FC
E DA REPORTAGEM LOCAL

Na Copa de 2006, os alemães conseguiram alterar determinadas imposições da Fifa para sediar a competição. Houve embates entre o comitê organizador e a entidade em relação a ingressos, venda de produtos e taxas a serem cobradas.
O Comitê Organizador do Mundial requisitou à Fifa parte das receitas com bilhetes da Copa. Ficou com metade dessa renda, que equivalia a cerca de 200 milhões (R$ 555,7 milhões). Ainda conseguiu participar da operação de vendas das entradas para as partidas da competição.
Durante o evento, houve problemas na distribuição de ingressos e com a atuação de cambistas. Isso gerou atritos entre o comitê organizador e a Fifa.
Por isso, após a Copa, a entidade decidiu monopolizar a venda dos bilhetes para a próxima competição, na África do Sul, em 2010.
No Mundial, ainda houve confrontos em relação à venda de cerveja, um dos produtos mais tradicionais do país. A Fifa queria impor que só fosse vendida a Budweiser, seu patrocinador, nos estádios e em áreas próximas. Produtores locais reclamaram, e a regra foi flexibilizada no país.
Membros do grupo que trabalham na candidatura brasileira relatam que a Alemanha não aceitou a isenção total de taxas requisitada pela Fifa para o Mundial. Trabalham com a informação de que foi mantido o imposto de valor agregado alemão, similar ao ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Na África do Sul, sede da próxima Copa do Mundo, a realidade foi diferente. A Fifa já impôs um interventor, Horst R. Schmidt, nos trabalhos do comitê organizador. Isso porque entendia que havia problemas na organização da competição.
O orçamento do Mundial proposto pelos africanos foi criticado pela Fifa em relatório final sobre as candidaturas a 2010, pois havia buracos nas previsões de receitas.
Pelos contratos para sediar a Copa, recebidos pela CBF, o Brasil terá de se submeter ao mesmo tipo de procedimento. Até porque a Fifa tem poder para aprovar ou não a composição do comitê organizador escolhido pela confederação.
Mais: há uma cláusula contratual com previsão de que qualquer cidade-sede e os estádios podem ser desqualificados por conta de atrasos nos prazos para as construções.0 (RP E RM)


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