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O PERSONAGEM
"Me tirem de jogo do Santos", pede Marcio Rezende
DO PAINEL FC
O sorteio de juízes exigido
pelo Estatuto do Torcedor fez
Marcio Rezende de Freitas oficializar um temor que o acompanha há oito anos, desde que apitou a final do Brasileiro-95
entre Botafogo e Santos e foi
acusado de ajudar os cariocas.
Em fax encaminhado à Comissão de Arbitragem da CBF
na sexta-feira, Marcio Rezende,
42, pediu que seu nome não esteja no globo usado em sorteio
para jogos na Vila Belmiro.
"Tenho dois filhos para cuidar. Se for à Vila, não saio vivo.
Já avisei à CBF: se for sorteado
para apitar em Santos, não
vou", declarou.(FM)
Folha - Como presidente da Associação Nacional de Árbitros de
Futebol, qual sua posição sobre
o sorteio exigido pelo estatuto?
Marcio Rezende de Freitas -
Sempre fui contra. Pedi ao ministro Agnelo Queiroz que vetasse o artigo. Ele concordou
comigo, mas o presidente Lula
preferiu manter o sorteio. Acho
que é ruim para os árbitros e
para os clubes. Alguns juízes
preferem não apitar jogos de
determinados times. E alguns
times vetam alguns árbitros.
Folha - Por exemplo?
Marcio Rezende - O Vasco não
deixa o Wilson Souza Mendonça apitar seus jogos. Eu mesmo
tenho restrições. Não posso
trabalhar na Vila. Tenho dois
filhos para cuidar. Se eu for à
Vila, não saio vivo. Já avisei à
CBF: se for sorteado para apitar
em Santos, não vou. Estou terminando minha carreira, e ninguém vai me obrigar a isso.
Também prefiro não atuar em
jogos do Flamengo por causa
das ações que tenho contra o
clube e contra o Nelsinho.
Folha - O que acha do artigo
que diz que é a CBF que tem que
pagar os árbitros?
Marcio Rezende - No fim, são
os clubes que vão pagar, seja
por desconto no borderô ou
por outra taxa. Não vejo problemas no fato de os mandantes pagarem. Sempre foi assim.
Folha - Recebeu reclamações
de árbitros pelo não-pagamento
dos jogos de ontem?
Marcio Rezende - Ainda não.
Só soube que houve problema
no Rio. Mas no Rio é normal, lá
é difícil receber.
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