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São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

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O PERSONAGEM

"Me tirem de jogo do Santos", pede Marcio Rezende

DO PAINEL FC

O sorteio de juízes exigido pelo Estatuto do Torcedor fez Marcio Rezende de Freitas oficializar um temor que o acompanha há oito anos, desde que apitou a final do Brasileiro-95 entre Botafogo e Santos e foi acusado de ajudar os cariocas.
Em fax encaminhado à Comissão de Arbitragem da CBF na sexta-feira, Marcio Rezende, 42, pediu que seu nome não esteja no globo usado em sorteio para jogos na Vila Belmiro.
"Tenho dois filhos para cuidar. Se for à Vila, não saio vivo. Já avisei à CBF: se for sorteado para apitar em Santos, não vou", declarou.(FM)  

Folha - Como presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol, qual sua posição sobre o sorteio exigido pelo estatuto?
Marcio Rezende de Freitas -
Sempre fui contra. Pedi ao ministro Agnelo Queiroz que vetasse o artigo. Ele concordou comigo, mas o presidente Lula preferiu manter o sorteio. Acho que é ruim para os árbitros e para os clubes. Alguns juízes preferem não apitar jogos de determinados times. E alguns times vetam alguns árbitros.

Folha - Por exemplo?
Marcio Rezende -
O Vasco não deixa o Wilson Souza Mendonça apitar seus jogos. Eu mesmo tenho restrições. Não posso trabalhar na Vila. Tenho dois filhos para cuidar. Se eu for à Vila, não saio vivo. Já avisei à CBF: se for sorteado para apitar em Santos, não vou. Estou terminando minha carreira, e ninguém vai me obrigar a isso. Também prefiro não atuar em jogos do Flamengo por causa das ações que tenho contra o clube e contra o Nelsinho.

Folha - O que acha do artigo que diz que é a CBF que tem que pagar os árbitros?
Marcio Rezende -
No fim, são os clubes que vão pagar, seja por desconto no borderô ou por outra taxa. Não vejo problemas no fato de os mandantes pagarem. Sempre foi assim.

Folha - Recebeu reclamações de árbitros pelo não-pagamento dos jogos de ontem?
Marcio Rezende -
Ainda não. Só soube que houve problema no Rio. Mas no Rio é normal, lá é difícil receber.


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