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Marília chega privatizado ao topo da 2ª divisão
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é só no esquema tático que
o Marília parece com o Cruzeiro.
Assim como o clube mineiro,
um oásis em meio a clubes quebrados e sem dinheiro para investimento, o time do interior de São
Paulo vive numa realidade distinta da empobrecida Série B.
O Marília é um dos raros clubes
do país que ainda vivem o sonho
do "futebol empresa".
Desde abril de 2001 o clube é administrado pela American Sport,
empresa local que assumiu um time decadente e já colhe resultados expressivos em campo.
No ano passado, com um elenco
bem superior ao dos concorrentes, foi campeão da segunda divisão do Paulista e vice-campeão da
Série C, conseguindo assim o
acesso à segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
"Vivemos em função dos patrocínios obtidos pela American
Sport", admite José Roberto
Duarte de Mayo, presidente do
Marília, que é primo do dono da
empresa que toca o clube.
Com um leque de pequenos patrocínios e convênios, como com
uma empresa médica, que garante infra-estrutura para o departamento profissional e as categorias
de base, o Marília banca 75% das
suas despesas, que não são reveladas pela diretoria, mas que, na
maioria dos casos, são 100%
maiores do que outras equipes do
interior paulista na Série B.
Da prefeitura, a equipe só recebe ajuda na manutenção do estádio. Para reforçar o caixa, o clube
lançou carnês para toda a primeira fase do certame. Foram comercializados, até agora, pouco mais
de 200, cada um valendo R$ 700.
Mayo calcula que a verba obtida
com o contrato de televisão recentemente assinado para a transmissão da segunda divisão, além
dos recursos próprios, irá possibilitar, no mínimo, que o Marília feche o ano sem prejuízo.
"Um dos nossos segredos é
nunca atrasar os pagamentos. Essa fama corre no interior, e por isso todos querem jogar aqui", afirma o presidente. Segundo ele, o
clube recebe por dia, em média,
dez currículos de jogadores interessados em defender o Marília.
Mas, na verdade, é a diretoria
que foi atrás de jogadores para
formar o elenco. Para a disputa da
Série B foram contratados jogadores veteranos, como o zagueiro
Andrei, famoso por suas cobranças de faltas, o meia Bechara, que
destacou-se no São Caetano, e o
atacante Camanducaia, revelado
no Santos e que passou um bom
tempo no futebol mexicano.
Todos eles foram atraídos por
uma política de risco, mas lucrativa. O Marília prefere pagar salários baixos, mas bons bichos.
A diretoria e a American Sport
não escondem que o caminho seguido pelo clube é o mesmo do
São Caetano, que deu um pulo da
terceira à primeira divisão em
curto período de tempo.
"Nosso parâmetro é o São Caetano. Fazemos tudo de forma
bem parecida", diz Mayo, que não
descarta seu time na elite do país
na próxima temporada. "Nosso
clube é modesto, mas sempre
pensamos em chegar."
(PC)
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