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AÇÃO
Surfando com a cabeça
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Faz algum tempo que a comunidade do surfe busca encontrar maneiras de criar novos
formatos de disputas, de se reinventar. A intenção, na verdade, é
resgatar o velho espírito do esporte: o de companheirismo, de divertimento acima de tudo. Tirar,
se é que isso é possível, um pouco
do ranço competitivo que se instalou com a profissionalização
sem abrir mão dos benefícios que
ele traz. Um desafio que tem sido
proposto de dentro para fora e
por isso extremamente válido.
Depois de Brad Gerlach apresentar ao mundo seu "The Game"
(formato entre equipes que visa
criar uma liga americana de surfe
como as de beisebol e basquete),
foi a vez de Kelly Slater contribuir
com a revolução. Foi dele a iniciativa de levar para as ilhas Tavarua e Namotu, em Fiji, um grupo
de surfistas e celebridades para,
durante festa de três dias, testar
novos formatos de provas e celebrar o esporte com muita música
e discussões filosóficas sobre surfe.
Ao evento deu-se o nome de
"Kelly Slater Invitational: Let's
See It". Como Slater é um profissional que entende as regras do
jogo, tratou de convidar para essa
extravagância membros da ASP.
A idéia era usar esses dias para
fazer, sob o olhar atento dos
membros da associação, um
grande laboratório. As sessões
eram filmadas, discutidas e avaliadas por todos que ali estavam.
O local escolhido não poderia
ser mais paradisíaco, e as estrelas
convidadas (o ator Cris Klein, de
"American Pie", Lance Bass, do
N'Sync, o skatista Tony Hawk, a
modelo e surfista Marissa Miller,
além dos surfistas Tom Carrol,
Andy Irons, Mark Occhilupo,
Taylor Knox, Bruce Irons, Tom
Curren e Shane Dorian, entre outros) eram pessoas ligadas, por
prazer ou por profissão, ao surfe.
De 21 a 24 de maio, portanto, essa
gente se "trancou" em Fiji para
estudar a evolução do esporte.
O resultado foram algumas
boas, e outras nem tanto, novas
maneiras de competir ou apimentar formatos. Segundo Slater,
pensou-se em estratégias para impactar velhos critérios, discutiram-se diferentes formas de pontuação e algumas sessões foram,
no mínimo, acrobáticas. Como,
por exemplo, a que se deu o nome
de "Syncrhronize surfing", na
qual duplas de competidores tinham que apresentar rotinas que
se completassem harmonicamente. Num swell de seis pés o desafio
foi enorme, e apenas um time não
se trombou: o formado por Slater
e Taj Burrow. Os demais protagonizaram acidentes espetaculares
para as celebridades que estavam
assistindo. "Foi de dar medo",
disse Burrow depois. "Não há
muito espaço para manobras
quando tem alguém na mesma
onda tentando seguir seus passos
e também tentando ver os sinais
que você faz com as mãos indicando o próximo movimento."
Em outra experiência, duplas
de surfistas e celebridades competiram entre si e, em outra, surfistas dividiram-se em dois times.
Para todas houve uma contagem simbólica de pontos, até porque só assim membros da ASP poderiam avaliar a viabilidade das
experimentações. Na soma geral,
apenas para registro, Slater
(quem mais?) foi o vencedor.
Proibido para maiores de 21
Também num formato diferente, o Oakley Junior Challenge começa
hoje, no Rio, com previsão de ondas de 3 m. Mais jovem campeão
mundial júnior, Mineirinho, agora com 17, volta a surfar no Brasil.
Festa em Hollywood
Campeão mundial na vertical em 2003 e primeiro a completar um
900 de backside, o skatista brasileiro Sandro Dias foi homenageado
ontem nos EUA.
Arte e cultura surfe
Nesta semana os 70 convidados iniciais da Mostra Internacional que
acontecerá em julho, em São Paulo, elegem os finalistas em 19 categorias e os novos membros do colégio eleitoral.
E-mail sarli@trip.com.br
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