São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004

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FUTEBOL

São Paulo ganha de virada na Venezuela e vai às semifinais da Libertadores com sua melhor campanha no torneio

Após goleada, Cuca promete ir à decisão

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo resistiu à forte pressão, esfriou o Deportivo Táchira e sua fanática torcida e saiu da Venezuela com uma vaga nas semifinais da Taça Libertadores.
Ontem, o time, que bateu o rival em São Paulo por 3 a 0, assegurou a classificação com sua primeira goleada na competição, por 4 a 1, e sua melhor campanha na história do torneio continental, com oito vitórias e duas derrotas.
Após a partida, o técnico Cuca, eufórico, dava como certa a presença de seu clube na decisão.
"A gente sabe o que significa cada jogo da Libertadores. Só garanto que na final nós vamos chegar", afirmou o técnico.
Agora, os são-paulinos vão enfrentar o vencedor de Once Caldas e Santos, que jogam hoje em Manizales, na Colômbia.
Nos três dias em San Cristóbal, a delegação são-paulina sofreu com a pressão da torcida venezuelana. Na noite que antecedeu a partida, os torcedores fizeram buzinaço, colocaram trio elétrico na frente do hotel em que se hospedaram os brasileiros e detonaram quatro morteiros durante a madrugada.
No dia anterior, os são-paulinos já haviam sido proibidos de fazer o reconhecimento no estádio Pueblo Nuevo e foram obrigados a treinar em um campo esburacado da Universidade de Táchira.
Ontem, os cerca de 25 mil torcedores que foram ao Pueblo Nuevo intensificaram a pressão sobre os brasileiros. Exibindo faixas com os dizeres "É possível", em referência à vantagem de três gols favorável ao São Paulo, a torcida inflamou a equipe venezuelana.
Nem os três zagueiros escalados por Cuca conseguiram impedir a ofensiva venezuelana.
Aos 7min, em bola alçada na área, a defesa são-paulina falhou, e Panigutti, de bicicleta, fez 1 a 0.
O gol assustou os são-paulinos. O Deportivo Táchira aproveitou e, em outro levantamento na área, Cuevas acertou a trave. No rebote, Rondón cabeceou, e Rogério evitou o gol com ótima defesa.
Depois de mais um susto, a equipe de Cuca começou a se acertar. Postada defensivamente, esperava pelo erro do adversário para contra-atacar.
Em um deles, a estratégia deu resultado. Gustavo Nery lançou Luis Fabiano, que, inteligentemente, deixou a bola para Grafite, em melhor posição. O atacante, de frente para o gol, tocou na saída de Sanhouse para empatar.
O gol conteve a euforia dos torcedores, que ficaram calados, e esfriou o time venezuelano, que já não organizava as jogadas com tanta eficiência.
Mais calmo, o São Paulo trocava passes e levava perigo. Luis Fabiano e Cicinho, em chutes de fora da área, quase marcaram. Sanhouse fez duas boas defesas.
Na segunda etapa, a postura são-paulina permaneceu a mesma. Com três zagueiros, o time se defendia com eficiência e liberava os alas Gustavo Nery e Cicinho para atacar. A situação do clube paulista ficou ainda mais confortável quando, em um contragolpe, Vielma fez falta em Nery e foi expulso, aos 7min.
Mesmo assim, Rogério ainda evitou o gol venezuelano com duas grandes defesas.
Na seqüência, Luis Fabiano, após receber passe de Cicinho, fez 2 a 1. Foi o primeiro gol do atacante fora do Brasil na Libertadores. Gustavo Nery fez o terceiro, aos 23min. Com facilidade, Luis Fabiano, que já havia perdido duas chances, fez 4 a 1 e se isolou na artilharia do torneio, com oito gols.
O São Paulo, que volta a campo domingo, contra o Corinthians, pelo Brasileiro, ainda perdeu pelo menos mais duas oportunidades.


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