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FUTEBOL
São Paulo ganha de virada na Venezuela e vai às semifinais da Libertadores com sua melhor campanha no torneio
Após goleada, Cuca promete ir à decisão
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo resistiu à forte pressão, esfriou o Deportivo Táchira e
sua fanática torcida e saiu da Venezuela com uma vaga nas semifinais da Taça Libertadores.
Ontem, o time, que bateu o rival
em São Paulo por 3 a 0, assegurou
a classificação com sua primeira
goleada na competição, por 4 a 1, e
sua melhor campanha na história
do torneio continental, com oito
vitórias e duas derrotas.
Após a partida, o técnico Cuca,
eufórico, dava como certa a presença de seu clube na decisão.
"A gente sabe o que significa cada jogo da Libertadores. Só garanto que na final nós vamos chegar",
afirmou o técnico.
Agora, os são-paulinos vão enfrentar o vencedor de Once Caldas e Santos, que jogam hoje em
Manizales, na Colômbia.
Nos três dias em San Cristóbal, a
delegação são-paulina sofreu com
a pressão da torcida venezuelana.
Na noite que antecedeu a partida,
os torcedores fizeram buzinaço,
colocaram trio elétrico na frente
do hotel em que se hospedaram
os brasileiros e detonaram quatro
morteiros durante a madrugada.
No dia anterior, os são-paulinos
já haviam sido proibidos de fazer
o reconhecimento no estádio
Pueblo Nuevo e foram obrigados
a treinar em um campo esburacado da Universidade de Táchira.
Ontem, os cerca de 25 mil torcedores que foram ao Pueblo Nuevo
intensificaram a pressão sobre os
brasileiros. Exibindo faixas com
os dizeres "É possível", em referência à vantagem de três gols favorável ao São Paulo, a torcida inflamou a equipe venezuelana.
Nem os três zagueiros escalados
por Cuca conseguiram impedir a
ofensiva venezuelana.
Aos 7min, em bola alçada na
área, a defesa são-paulina falhou,
e Panigutti, de bicicleta, fez 1 a 0.
O gol assustou os são-paulinos.
O Deportivo Táchira aproveitou
e, em outro levantamento na área,
Cuevas acertou a trave. No rebote,
Rondón cabeceou, e Rogério evitou o gol com ótima defesa.
Depois de mais um susto, a
equipe de Cuca começou a se
acertar. Postada defensivamente,
esperava pelo erro do adversário
para contra-atacar.
Em um deles, a estratégia deu
resultado. Gustavo Nery lançou
Luis Fabiano, que, inteligentemente, deixou a bola para Grafite,
em melhor posição. O atacante,
de frente para o gol, tocou na saída de Sanhouse para empatar.
O gol conteve a euforia dos torcedores, que ficaram calados, e esfriou o time venezuelano, que já
não organizava as jogadas com
tanta eficiência.
Mais calmo, o São Paulo trocava
passes e levava perigo. Luis Fabiano e Cicinho, em chutes de fora da
área, quase marcaram. Sanhouse
fez duas boas defesas.
Na segunda etapa, a postura
são-paulina permaneceu a mesma. Com três zagueiros, o time se
defendia com eficiência e liberava
os alas Gustavo Nery e Cicinho
para atacar. A situação do clube
paulista ficou ainda mais confortável quando, em um contragolpe, Vielma fez falta em Nery e foi
expulso, aos 7min.
Mesmo assim, Rogério ainda
evitou o gol venezuelano com
duas grandes defesas.
Na seqüência, Luis Fabiano,
após receber passe de Cicinho, fez
2 a 1. Foi o primeiro gol do atacante fora do Brasil na Libertadores.
Gustavo Nery fez o terceiro, aos
23min. Com facilidade, Luis Fabiano, que já havia perdido duas
chances, fez 4 a 1 e se isolou na artilharia do torneio, com oito gols.
O São Paulo, que volta a campo
domingo, contra o Corinthians,
pelo Brasileiro, ainda perdeu pelo
menos mais duas oportunidades.
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