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Santos teme ser abandonado pela torcida
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BUENOS AIRES
A diretoria do Santos teme que a
torcida do clube não lote o Morumbi na quarta-feira, data da finalíssima da Taça Libertadores.
Depois de perder do Boca Juniors por 2 a 0, anteontem à noite,
só uma vitória por três gols de diferença dará ao clube brasileiro o
título continental. Se a equipe do
litoral paulista fizer dois gols a
mais, a decisão será nos pênaltis.
Entre os dirigentes, há o receio
de que a dificuldade para reverter
o placar de Buenos Aires desestimule a torcida e que isso afete ainda mais o ânimo dos jogadores, já
abatidos pela derrota.
Nas fases anteriores da Taça Libertadores da América, a torcida
santista não respondeu à altura e
não conseguiu lotar nem sequer a
Vila Belmiro, que tem capacidade
para 20 mil lugares.
As partidas disputadas em casa
nas quartas-de-final e na semifinal, respectivamente contra o
Cruz Azul (18.977 pagantes) e o
Independiente Medellín (16.824),
não encheram o estádio.
Por isso, o técnico Emerson
Leão e os jogadores decidiram
conclamar os santistas a imitar os
boquenses, que abarrotaram o estádio La Bombonera e empurraram a equipe para o triunfo.
"Assim como os torcedores do
Boca foram o 12º jogador durante
toda a Libertadores, agora somos
nós que precisamos disso", afirmou o meia Diego. "Isso tudo é
reversível. Mas a casa tem de estar
cheia, bem barulhenta e emotiva,
como esteve aqui [em Buenos Aires]", declarou Leão.
Após a partida, o treinador procurou demonstrar otimismo e
minimizar o êxito dos argentinos.
Para ele, o Santos foi superior
durante o jogo e só perdeu devido
a falhas individuais e coletivas
nos dois gols dos rivais.
"Tomamos o primeiro gol em
uma jogada que sabíamos que
iria acontecer. No segundo tempo, dominamos o jogo, mas doamos o segundo gol ao adversário.
Portanto é muito fácil reparar."
Para Leão, a equipe "acuou" o
Boca na etapa final, mas, segundo
ele, os argentinos tiveram "mais
sorte". "Desculpem, mas tem de
ser rotina o Santos vencer por 2 a
0 no Brasil. Também não pensem
que vamos fazer 4 a 0 ou 5 a 0.
Mas é só jogar normalmente que
ganhamos", declarou, confiante.
Antes da decisão, porém, a
equipe voltará a campo, pelo
Campeonato Brasileiro, para enfrentar o Bahia, no sábado, na Vila Belmiro. Leão não quis antecipar se escalará um time reserva.
Essa decisão deverá ser tomada
somente hoje, quando os jogadores se reapresentarão no CT Rei
Pelé para um treino à tarde.
Até quarta, a prioridade será
tratar o meia Elano, que não
atuou devido a uma lesão no joelho. Ontem, Elano disse que não
sentia dores e que estava otimista
em relação à sua presença na finalíssima. Caso se recupere mesmo,
ele é o mais cotado para ocupar a
vaga do lateral-direito Reginaldo
Araújo, expulso em Buenos Aires.
Baixa no Boca
O técnico do Boca Juniors, Carlos Bianchi, recebeu ontem uma
má notícia: o atacante Guillermo
Barros Schelotto, substituído no
começo do segundo tempo anteontem, não poderá jogar na semana que vem por causa de um
problema muscular.
Como fora de casa o treinador
não costuma atuar com três atacantes, a solução será adiantar Tevez, que jogou no meio-campo
em La Bombonera, e escalar o
meio-campista Villarreal.
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