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São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2003

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Santos teme ser abandonado pela torcida

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BUENOS AIRES

A diretoria do Santos teme que a torcida do clube não lote o Morumbi na quarta-feira, data da finalíssima da Taça Libertadores.
Depois de perder do Boca Juniors por 2 a 0, anteontem à noite, só uma vitória por três gols de diferença dará ao clube brasileiro o título continental. Se a equipe do litoral paulista fizer dois gols a mais, a decisão será nos pênaltis.
Entre os dirigentes, há o receio de que a dificuldade para reverter o placar de Buenos Aires desestimule a torcida e que isso afete ainda mais o ânimo dos jogadores, já abatidos pela derrota.
Nas fases anteriores da Taça Libertadores da América, a torcida santista não respondeu à altura e não conseguiu lotar nem sequer a Vila Belmiro, que tem capacidade para 20 mil lugares.
As partidas disputadas em casa nas quartas-de-final e na semifinal, respectivamente contra o Cruz Azul (18.977 pagantes) e o Independiente Medellín (16.824), não encheram o estádio.
Por isso, o técnico Emerson Leão e os jogadores decidiram conclamar os santistas a imitar os boquenses, que abarrotaram o estádio La Bombonera e empurraram a equipe para o triunfo.
"Assim como os torcedores do Boca foram o 12º jogador durante toda a Libertadores, agora somos nós que precisamos disso", afirmou o meia Diego. "Isso tudo é reversível. Mas a casa tem de estar cheia, bem barulhenta e emotiva, como esteve aqui [em Buenos Aires]", declarou Leão.
Após a partida, o treinador procurou demonstrar otimismo e minimizar o êxito dos argentinos.
Para ele, o Santos foi superior durante o jogo e só perdeu devido a falhas individuais e coletivas nos dois gols dos rivais.
"Tomamos o primeiro gol em uma jogada que sabíamos que iria acontecer. No segundo tempo, dominamos o jogo, mas doamos o segundo gol ao adversário. Portanto é muito fácil reparar."
Para Leão, a equipe "acuou" o Boca na etapa final, mas, segundo ele, os argentinos tiveram "mais sorte". "Desculpem, mas tem de ser rotina o Santos vencer por 2 a 0 no Brasil. Também não pensem que vamos fazer 4 a 0 ou 5 a 0. Mas é só jogar normalmente que ganhamos", declarou, confiante.
Antes da decisão, porém, a equipe voltará a campo, pelo Campeonato Brasileiro, para enfrentar o Bahia, no sábado, na Vila Belmiro. Leão não quis antecipar se escalará um time reserva. Essa decisão deverá ser tomada somente hoje, quando os jogadores se reapresentarão no CT Rei Pelé para um treino à tarde.
Até quarta, a prioridade será tratar o meia Elano, que não atuou devido a uma lesão no joelho. Ontem, Elano disse que não sentia dores e que estava otimista em relação à sua presença na finalíssima. Caso se recupere mesmo, ele é o mais cotado para ocupar a vaga do lateral-direito Reginaldo Araújo, expulso em Buenos Aires.

Baixa no Boca
O técnico do Boca Juniors, Carlos Bianchi, recebeu ontem uma má notícia: o atacante Guillermo Barros Schelotto, substituído no começo do segundo tempo anteontem, não poderá jogar na semana que vem por causa de um problema muscular.
Como fora de casa o treinador não costuma atuar com três atacantes, a solução será adiantar Tevez, que jogou no meio-campo em La Bombonera, e escalar o meio-campista Villarreal.


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