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Orações ecumênicas marcam união de jogadores
DO ENVIADO A DORTMUND
O ritual se repete antes de cada jogo de Gana, e hoje não deverá ser diferente: o time forma
um círculo no vestiário e começa a fazer uma oração católica.
Todos acompanham.
Quando termina a cerimônia, eles passam a rezar orações
de outras religiões cristãs
-evangélicas, ortodoxa.
Depois é a vez dos muçulmanos. Embora tenham também o
acompanhamento dos colegas,
os seguidores do islamismo,
quando tudo termina, saem para um canto, se ajoelham e rezam de forma solitária.
A religiosidade está entranhada na seleção que enfrenta
o Brasil hoje. O ritual do círculo
pode ser visto também antes
dos treinos da equipe.
As orações no vestiário são
na maioria das vezes acompanhadas de música, tocada e
cantada pelos próprios jogadores. Dois ou três deles começam a tocar o gong-gong, uma
espécie de castanhola minúscula, de metal. É a percussão
para os cânticos.
O time é um pequeno painel
da distribuição religiosa de Gana, onde mais de 70% da população é de cristãos. O meia Appiah é católico, o volante Essien
é metodista. Enquanto no país
há pouco menos de 20% de muçulmanos, eles são quatro entre
os 23 convocados: Muntari,
Shilla, Dramani e Mohamed.
O técnico sérvio Ratomir
Dujkovic citou ontem a religiosidade como um trunfo de sua
seleção. "Pessoalmente, acho
que é muito importante para a
motivação do grupo."
A demonstração da boa convivência religiosa foi o gesto do
lateral Pantsil, que mostrou a
bandeira de Israel durante a comemoração de um gol contra a
República Tcheca. Ele é cristão,
mas disse admirar o Estado judeu. O fato não foi visto como
problema em Gana, só gerou
conflitos entre grupos religiosos de outros países.
(FV)
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