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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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Após medalhas, Daniele e Maurren chegam a Santo Domingo com cobrança por resultado e status de estrela

Atletas-musas vão do pódio à passarela

DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca se viram tantas, nunca receberam tanta cobrança, nunca foram tão badaladas.
As mulheres brasileiras que vão ao Pan se transformaram na principal atração da delegação não só pelos resultados que podem conseguir nas competições.
Daniele Hypólito, 18, se tornou habitué de programas de TV após a inédita medalha no Mundial da Bélgica-2001. Na badalação pré-Pan, a melhor ginasta da história do país experimentou até uma passagem pelo mundo fashion.
Ela foi a musa inspiradora dos uniformes criados pelo estilista Alexandre Herchcovitch para a equipe de Santo Domingo e até subiu na passarela ao lado de outros atletas para desfilar as peças.
"Foi divertido. Os uniformes ficaram bonitos. Mas meu negócio é a ginástica. Se eu não conseguir bons resultados, não representar bem meu país, nada disso faz sentido", afirma a atleta.
Principal nome do atletismo brasileiro no Pan, a saltadora Maurren Maggi, 27, também faz seu marketing fora das pistas.
A atleta, que ficou conhecida por andar sempre com um cachorro de pelúcia, o Leão, hoje vai treinar ao lado de um animal de verdade. A cadela Meggy se transformou na nova marca registrada da saltadora e está com ela nos treinos e nas entrevistas.
No início da temporada, Maurren também passou a ser vista em outras pistas pelo mundo. A atleta acompanhou o trabalho do namorado Antonio Pizzonia, então piloto da F-1, que foi demitido pela Jaguar na semana passada.
O status de estrela faz a saltadora se policiar em público. Roer as unhas, por exemplo, nem pensar.
"Eu sei da minha responsabilidade e quero passar um bom exemplo para as pessoas. Tenho de ter cuidado com as coisas que eu falo e faço", afirma.
Mas não foram só flores e confetes que marcaram a preparação das brasileiras para o Pan. A equipe de nado sincronizado se envolveu em uma acirrada polêmica às vésperas da competição.
Após seis meses de exaustivos treinos, a técnica Mônica Rosas mudou toda a coreografia.
A antiga sequência fazia alusão à violência e, em algumas passagens, as atletas simulavam armas com as mãos e gritavam.
Mônica afirmou que trocou a coreografia após avaliar que poderia prejudicar a imagem do Rio e dos Jogos Pan-Americanos de 2007, que serão na cidade. Negou qualquer pressão para fazer a mudança. Agora, a violência dará lugar ao conturbado dia-a-dia das metrópoles. (MARIANA LAJOLO)


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