São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2007

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PÓLO

Milagre não vem, e país termina como vice

ENVIADO AO RIO

O milagre não veio. Como se esperava, a seleção masculina de pólo aquático sucumbiu novamente aos EUA -9 a 2- e ficou com medalha de prata ontem à noite, numa partida em que Tony Azevedo, americano nascido no Rio, brilhou.
O filho de Ricardo Azevedo, ex-jogador da seleção, marcou quatro gols na partida decisiva, mostrando categoria na hora de encobrir o goleiro Pará, 40, maior destaque do time do técnico Bárbaro Díaz, que se aposentou ontem da seleção.
"O tempo chega para todos, uma pena que saio sem disputar uma Olimpíada. Mas vou continuar jogando no Pinheiros", afirmou o goleiro.
Azevedo roubou a festa ao lado do DJ do parque aquático, vaiado duas vezes: uma quando tocou uma canção americana no intervalo, outra quando se precipitou na hora de tocar o hino americano, muito antes da cerimônia de premiação.
Com isso, a seleção nacional repetiu o resultado de Santo Domingo, mas manteve mais uma vez o jejum dourado, que não acontece desde o Pan de 1963, em São Paulo.
O início prometia, já que o Brasil conseguia manter uma defesa bem postada, estratégia considerada fundamental pelos jogadores na véspera. O problema é que, nos contra-ataques, o time não tinha pontaria. Quando Jesse Smith abriu a contagem para os EUA, o esquema começou a desmoronar. Pouco a pouco, a vantagem americana aumentava, com dois de Azevedo, um de Powers e outro de Bailey.
Quando o jogo estava 5 a 0, no fim do segundo quarto, Bruno Nolasco reclamou bastante de uma falta cometida por dois americanos,que não foi marcada pelo árbitro. A discussão terminou em empurra-empurra e bate-boca dele com o goleiro americano Merrill Moses.
Na volta para a segunda metade do jogo, os ânimos continuaram acirrados na piscina. O Brasil só conseguiu marcar seu primeiro gol a 12 segundos do fim do terceiro quarto, quando o goleiro Pará lançou Felipe Franco, o Mega, que fuzilou Moses, para delírio da torcida presente no estádio.
Erik Seegerer ainda marcou o segundo gol do Brasil. A 12 segundos do fim, a torcida aplaudiu de pé o esforço dos brasileiros, em cena comovente. O time foi ovacionado na saída das piscinas. (MÁRVIO DOS ANJOS)


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