São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

O Derby do Obina

AZIA 40 JOGOS que o Corinthians não perdia com Chicão e William. Foram 29 vitórias e 11 empates, desde a final da Copa do Brasil de 2008, contra o Sport. E então, a dupla de zaga se encontrou com Obina.
Não, o encontro mais comentado na cidade hoje não será o do rechonchudo centroavante palmeirense com Chicão e William, mas com Ronaldo. O Fenômeno só ficou 20 minutos em campo e ninguém resiste à brincadeira: o gorducho do Palmeiras é melhor do que o corintiano?
Não é. Mas que o clássico ficará marcado pelos três gols de Obina, ficará. Mais do que pela presença de Muricy na tribuna. Seja por recomendação do novo técnico, ou de Jorginho, o Palmeiras congestionou o meio de campo e liberou Diego Souza para o ataque. Os três volantes serviram para encostar Pierre em Douglas e deixar Souza vigiando os avanços de Elias.
O Palmeiras ganhou o meio de campo, e isso explica por que Mano Menezes preferiu Moradei ao centroavante Souza, quando Ronaldo se machucou. Elias foi liberado para armar pela direita.
Com a nova formação, o Corinthians levou o primeiro gol num vacilo típico de quem não tem lateral-esquerdo. Jucilei chegou atrás de Pierre e permitiu o cruzamento, porque Diego, responsável pelo setor, estava dentro da área.
No início do segundo tempo, o Corinthians melhorou, mas levou o segundo, de pênalti. É raro ver um contra- -ataque de qualquer rival do Corinthians pegar um único jogador na defesa. Pois a bola rebatida por Pierre pegou Moradei sozinho contra Cleiton Xavier e Obina, no lance que resultou no terceiro.
O Corinthians segue seu período de relaxamento e ainda é provável que o campeonato termine polarizado entre o time de Mano e o, agora, de Muricy. Para isso, é preciso que o Corinthians siga o plano estabelecido e se mantenha a uma distância de cinco, seis pontos do líder, antes de seu sprint.
Cabe ao Palmeiras aumentar a distância. Muricy cogitava fazê-lo num sistema semelhante ao corintiano. Um 4-2-3-1, com Cleiton à esquerda, Williams à direita, Diego no centro e Obina na frente. Depois de Prudente, é mais seguro considerar outra frase do técnico: "Como está hoje, não há motivo para mudar".

TROCAR NÃO RESOLVE
O vice Fernando Carvalho explicou por que resiste e não muda o técnico no Inter: "Minha experiência mostra que não adianta nada mudar. E não há grande história de time campeão por ter mudado de treinador", disse. Na historia, há dez campeões, em 38 Brasileiros, com mudança de treinador -26%.

NEYMAR ATACANTE
Neymar estreou e jogou sob o comando de Vagner Mancini pelo lado esquerdo do meio-campo. Ontem, Neymar era atacante. Ou quase, porque o time ousou pouco na frente e perdeu jogando mal. Desta vez, Luxemburgo sofrerá pela falta do elenco que o Santos lhe ofereceu outras vezes.

ASA NEGRA
No ano passado, o início do declínio do Grêmio de Celso Roth no Campeonato Brasileiro foi uma derrota para o Goiás, no estádio Olímpico. Àquela altura, na 25ª rodada, o São Paulo de Muricy Ramalho ainda era o quinto colocado, com sete pontos de desvantagem. Desta vez, o Atlético-MG de Celson Roth perde no Mineirão para o Goiás, quando um dos adversários diretos pelo título alcança o mesmo número de pontos. A coincidência é que o rival em questão é dirigido por Muricy.

Texto Anterior: Fase: Última derrota para rival foi em 2006
Próximo Texto: Santos falha atrás e perde de virada na Vila Belmiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.