São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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Cielo supera Phelps, mas Brasil acaba sem pódio

No revezamento, velocista crava tempo 5 centésimos acima do recorde mundial

Equipe não mantém ritmo e fica atrás de americanos, russos e franceses; EUA carregam seu astro "nas costas" para levar o ouro

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A ROMA

César Cielo na raia quatro. Michael Phelps logo ali ao lado, na seis. Duas cenas incomuns: o brasileiro em disputa contra o maior nome da natação mundial, e o time nacional mais bem colocado do que os EUA.
Foi assim que começou ontem a disputa da final do 4 x 100 m livre do Mundial de Roma.
E, ao menos nos primeiros 100 metros, o Brasil foi mesmo favorito. César Cielo atingiu a melhor marca de sua carreira -47s09, apenas 0s05 acima do recorde mundial-, deixou o americano para trás e bateu na parede em primeiro lugar para a saída de Nicolas Oliveira.
Phelps cumpriu a distância em 47s78, entregou a prova em terceiro para Ryan Lochte e passou a reviver a sensação que teve em Pequim-2008.
Da beira da piscina, viu seu time ficar para trás e só nos últimos 100 metros arrancar para o ouro que parecia perdido.
O Brasil não teve a mesma reação. Nicolas Oliveira caiu na água em primeiro e entregou para Guilherme Roth em segundo. O gaúcho caiu para a quarta colocação e assim Fernando Silva terminou a prova.
O time, que havia estabelecido o recorde do campeonato nas eliminatórias, melhorou a marca sul-americana, com 3min10s80, mas saiu com uma sensação de frustração.
Na piscina, o Brasil não vai ao pódio do Mundial de esportes aquáticos desde Roma-1994. Naquele ano, Gustavo Borges foi bronze nos 100 m livre e repetiu o feito como integrante do revezamento 4 x 100 m livre.
"Fizemos nossa parte, foi uma evolução enorme, mas isso é Mundial. E a Rússia surpreendeu", afirmou Cielo.
Na raia oito, os russos estavam em quarto nos primeiros 200 metros, até Danila Izotov cair na água e assumir a ponta. Terminaram em segundo, atrás dos EUA e na frente da França.
O responsável pelo ouro americano foi Adrian Nathan, 20. Ele pegou a prova em segundo e, em 46s79, assegurou o ouro. O tempo não é registrado como recorde porque o atleta largou com a disputa em andamento -só a marca de quem abre o revezamento é válida.
Na eliminatória, Nathan havia sido poupado. Com o time B, os EUA fizeram o quarto tempo. O maiô de Rick Berens rasgou antes da prova, e ele teve de nadar com a bunda à mostra.
A atuação de Nathan ontem lembrou a de Jason Lezak no 4 x 100 m em Pequim, uma das oito conquistas de Phelps.
"Tinha muita pressão sobre mim. Me senti um menino no meio de homens. Olhe todos os caras ao meu lado, todos eles têm medalhas olímpicas. Tremi um pouco", disse Nathan.
Phelps deixou a piscina de Roma insatisfeito com sua marca e fez questão de elogiar os companheiros. Seu técnico, Bob Bowman, falou que o time o carregou nas costas. "Queria ter sido mais rápido, fui mais lento do que na Olimpíada. Mas o mais importante é o espírito de equipe", declarou Phelps.


NA TV - Finais do Mundial de Roma
Sportv, ao vivo, às 13h




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