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Cielo supera Phelps, mas Brasil acaba sem pódio
No revezamento, velocista crava tempo 5 centésimos acima do recorde mundial
Equipe não mantém ritmo e fica atrás de americanos, russos e franceses; EUA carregam seu astro "nas costas" para levar o ouro
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A ROMA
César Cielo na raia quatro.
Michael Phelps logo ali ao lado,
na seis. Duas cenas incomuns: o
brasileiro em disputa contra o
maior nome da natação mundial, e o time nacional mais
bem colocado do que os EUA.
Foi assim que começou ontem a disputa da final do 4 x 100
m livre do Mundial de Roma.
E, ao menos nos primeiros
100 metros, o Brasil foi mesmo
favorito. César Cielo atingiu a
melhor marca de sua carreira
-47s09, apenas 0s05 acima do
recorde mundial-, deixou o
americano para trás e bateu na
parede em primeiro lugar para
a saída de Nicolas Oliveira.
Phelps cumpriu a distância
em 47s78, entregou a prova em
terceiro para Ryan Lochte e
passou a reviver a sensação que
teve em Pequim-2008.
Da beira da piscina, viu seu
time ficar para trás e só nos últimos 100 metros arrancar para
o ouro que parecia perdido.
O Brasil não teve a mesma
reação. Nicolas Oliveira caiu na
água em primeiro e entregou
para Guilherme Roth em segundo. O gaúcho caiu para a
quarta colocação e assim Fernando Silva terminou a prova.
O time, que havia estabelecido o recorde do campeonato
nas eliminatórias, melhorou a
marca sul-americana, com
3min10s80, mas saiu com uma
sensação de frustração.
Na piscina, o Brasil não vai ao
pódio do Mundial de esportes
aquáticos desde Roma-1994.
Naquele ano, Gustavo Borges
foi bronze nos 100 m livre e repetiu o feito como integrante
do revezamento 4 x 100 m livre.
"Fizemos nossa parte, foi
uma evolução enorme, mas isso
é Mundial. E a Rússia surpreendeu", afirmou Cielo.
Na raia oito, os russos estavam em quarto nos primeiros
200 metros, até Danila Izotov
cair na água e assumir a ponta.
Terminaram em segundo, atrás
dos EUA e na frente da França.
O responsável pelo ouro
americano foi Adrian Nathan,
20. Ele pegou a prova em segundo e, em 46s79, assegurou o
ouro. O tempo não é registrado
como recorde porque o atleta
largou com a disputa em andamento -só a marca de quem
abre o revezamento é válida.
Na eliminatória, Nathan havia sido poupado. Com o time
B, os EUA fizeram o quarto
tempo. O maiô de Rick Berens
rasgou antes da prova, e ele teve
de nadar com a bunda à mostra.
A atuação de Nathan ontem
lembrou a de Jason Lezak no
4 x 100 m em Pequim, uma das
oito conquistas de Phelps.
"Tinha muita pressão sobre
mim. Me senti um menino no
meio de homens. Olhe todos os
caras ao meu lado, todos eles
têm medalhas olímpicas. Tremi um pouco", disse Nathan.
Phelps deixou a piscina de
Roma insatisfeito com sua
marca e fez questão de elogiar
os companheiros. Seu técnico,
Bob Bowman, falou que o time
o carregou nas costas. "Queria
ter sido mais rápido, fui mais
lento do que na Olimpíada. Mas
o mais importante é o espírito
de equipe", declarou Phelps.
NA TV - Finais do Mundial de Roma
Sportv, ao vivo, às 13h
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