São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003 |
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Único artilheiro a manter regularidade, atacante do Goiás pode superar o recorde do Brasileiro À prova de contratempos, Dimba espreita Edmundo
EDUARDO ARRUDA DA REPORTAGEM LOCAL FABIO TURA DO DATAFOLHA Dois deles foram negociados, outro se contundiu e foi suspenso, e um quarto simplesmente parou de balançar as redes. Um quinto, porém, ainda resiste à terrível "maldição de Edmundo", que tem assolado os candidatos a goleador máximo do Brasileiro. Editácio Vieira Andrade, o Dimba, 29, artilheiro do Brasileiro, com 20 gols, é o único que não sofreu percalços no caminho para superar o recorde de tentos em um só Brasileiro, que pertence ao vascaíno e foi obtido em 1997. Naquele ano, Edmundo conduziu o Vasco ao título nacional anotando 29 gols em 28 partidas -média impressionante de 1,04 por jogo e jamais superada por nenhum atacante desde então. Neste ano, no primeiro Brasileiro por pontos corridos e o mais longo da história, o artilheiro do Goiás pode superar essa marca com facilidade. Dimba, que atuou em todas as partidas da equipe no Nacional até agora, tem média bem inferior à de Edmundo (0,71 gol por jogo), mas, beneficiado pelas 46 rodadas do Brasileiro-2003, poderá chegar aos 33 gols se mantiver esse retrospecto. "Procuro fazer meu trabalho. Caso seja artilheiro, não será uma vitória minha, mas de todo o time do Goiás", disse Dimba. Faltando ainda 18 rodadas para o fim da competição, porém, alguns atletas que almejaram tomar o posto de recordista de gols do torneio pararam no meio do percurso ou foram alijados da disputa temporariamente. Ilan, do Atlético-PR, marcou três gols no Corinthians no dia 6 de julho e assumiu a liderança da artilharia do Nacional. Mas desde então perdeu o caminho das redes. Já são nove rodadas sem marcar, e ele estacionou nos 13 gols. O cruzeirense Deivid também tinha tudo para desbancar Edmundo neste ano. Atingiu o topo com 15 gols, mas de lá foi tirado em razão de uma transferência para o Bordeaux, da França. O ex-corintiano, recordista de gols em uma só edição da Copa do Brasil (13), deixou a disputa com média de 0,79 gol por confronto. Logo em seguida foi a vez de Róbson, o Robgol, como é conhecido pelos torcedores do Paysandu. Em uma arrancada impressionante, alcançou Deivid entre os goleadores do Nacional. Foram 15 gols em 17 jogos (média de 0,88), mas novamente a "maldição de Edmundo" apareceu. E o Paysandu negociou seu artilheiro com o futebol japonês. Sem Deivid e Róbson, o caminho ficou livre para o são-paulino Luis Fabiano, o maior goleador da edição passada do Brasileiro, ao lado do gremista Rodrigo Fabri, com 19 gols. Dimba, até então, corria por fora. Com 16 gols, o jogador do clube do Morumbi parecia que iria se isolar à frente dos demais. Mas lá vieram três jogos de jejum, o maior período sem gols do atacante neste ano. E, para piorar, mais três de suspensão por ter ofendido o árbitro Márcio Rezende de Freitas contra o Atlético-PR. Seis jogos depois, o são-paulino estava de volta, com sede de gols. Em São Januário, no último domingo, marcou dois no Vasco. Mas o "Animal", apelido de Edmundo, estava em campo. Coincidência ou não, Luis Fabiano deixou o gramado contundido. E o vascaíno, que só tem dois gols neste Nacional, decidiu a partida. Com 18 gols, Luis Fabiano ainda representa séria ameaça ao reinado de Edmundo no Brasileiro. O são-paulino, que só atuou em 20 das 28 rodadas do Nacional, pode chegar a 34 gols se mantiver a ótima média de 0,90 por partida. Resta saber se a "maldição" não entrará mais em campo para ele. E se Dimba continuará imune ao feitiço até o fim. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Perfil: "Sem-taça" fez metade dos gols de sua equipe Índice |
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