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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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GINÁSTICA

Entidade quer trazer competição ao Brasil, mesmo sem ainda ter mostrado à FIG que tem condições de recebê-la

Sem garantias, CBG sonha com Copa no RJ

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Confederação Brasileira de Ginástica já tem armada a primeira ação para capitalizar a medalha de ouro de Daiane dos Santos.
O objetivo é trazer de volta para o país uma das etapas da Copa do Mundo de ginástica artística -a última edição realizada no Brasil foi em São Paulo, em 1978.
Há dois anos, quando Daniele Hypólito conquistou o primeiro pódio brasileiro em Mundiais -ganhou uma prata no solo em Ghent- , a CBG conseguiu trazer para o Brasil a Copa Quatro Continentes, de ginástica rítmica.
Mas agora quer um evento de maior status: a Copa do Mundo. "Se o Rio apresentar uma boa proposta, é sério candidato, porque resolvemos dar um novo formato para a Copa, que estava muito concentrada na Europa", disse Philippe Silacci, diretor de comunicação da Federação Internacional de Ginástica.
O problema é que, a 34 dias da definição sobre as próximas sedes do evento, a CBG ainda não apresentou garantias de que tem condições de recebê-lo. "Temos tudo preparado para levar [o evento] para o Rio, o apoio do COB e de alguns países e, principalmente, o ouro de Daiane", disse Vicélia Florenzano, presidente da CBG.
Mas, pelo jeito, não é bem assim. Nem o local onde a competição ocorreria no Rio foi definido. A idéia é realizá-la em abril no Centro de Convenções, embora ele ainda não tenha sido liberado pela prefeitura. Outro problema é com os equipamentos. A FIG exige a aquisição de dois novos conjuntos de aparelhos, cujo valor supera US$ 200 mil, e que os cariocas não possuem.
Segundo Vicélia, eles serão comprados com ajuda do Comitê Olímpico Brasileiro, mas a entidade disse que só se pronunciaria a respeito após ter em mãos o projeto da CBG para o evento.
Para abrigar uma etapa da Copa do Mundo em 2004 -são quatro por ano-, a confederação diz ter firmado um acordo com a Globo, que transmitiria o evento sem qualquer ônus. A venda da publicidade estática, porém, ficaria com a CBG, que promete uma premiação para os atletas no valor de 75 mil. "A FIG determina que o prêmio mínimo é de 50 mil e o máximo, de 75 mil. Fixaremos o valor máximo, usando nossas verbas para atrair grandes atletas", diz Vicélia.
Para 2004, a dirigente espera contar com reforço de caixa, já que tem pressionado o COB para aumentar a fatia que lhe cabe dos recursos da Lei Piva. Em 2002, recebeu R$ 900 mil -equivalentes a 3%. Em setembro, no entanto, quer passar para 4%.


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