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TÊNIS
E tudo começou (ou acabou) assim...
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Pete Sampras não vai mais
jogar. Talvez até jogue, em
uma ou outra exibição, daqui a
algum tempo, já gordinho, mais
careca, mas assim não conta. Se
mesmo ele chorou (sim, ele chora)
ao anunciar sua aposentadoria,
têm outra alternativa os fãs a não
ser lamentar também?
Para o grande público, Sampras
começou a considerar sua aposentadoria há um ano, depois de
derrotar o arqui-rival Andre
Agassi na final do Aberto dos
EUA e abocanhar seu 14º Grand
Slam. Para parte do público, fãs
mais ardorosos, tudo começou
quando o americano caiu eliminado em Wimbledon-2002, diante de um suíço pouco conhecido.
Na verdade, tudo começou em
Nova York, em Flushing Meadows, exatamente onde anteontem Sampras confirmou sua retirada. Não começou, porém, na
quadra central, nem durante
uma partida importante. Começou durante um simples bate-bola com Gustavo Kuerten.
Sampras passava, naquele
agosto de 1999, por outra de suas
fases espetaculares na carreira.
Dos últimos cinco torneios de que
havia participado, fora campeão
em quatro deles. Não eram meros
ATP Tours: havia ganhado em
Queens, batendo Goran Ivanisevic, Lleyton Hewitt e Tim Henman, havia arrebatado a sexta
taça em Wimbledon, atropelando
Mark Philippousis, Henman e
Agassi, havia sido campeão em
Los Angeles, batendo de novo em
Agassi, e havia deixado para trás
Richard Krajicek, Agassi (de novo!) e Patrick Rafter para levar o
Masters Series de Cincinnati.
Eliminado nas quartas-de-final
em Long Island, preparava-se para mais um Aberto dos EUA como
o grande favorito. Mas, quando
Kuerten desferiu um golpe que
exigiu algo mais de Sampras, veio
a maldita dor nas costas.
Naquele fim de agosto, Sampras
teve de, com cara de choro (sim,
ele chorou!) e muita dor, desistir
de concorrer ao título. Sem ele,
Krajicek, Agassi, de quem já havia ganhado pouco antes, e outros
fregueses, como Todd Martin e
Ievguêni Kafelnikov, aproveitavam para chegar às finais. Chateado, não via nenhuma razão
para ficar em Nova York.
Assim, voltou a Los Angeles, para perto dos amigos, para perto
da família e das distrações. Viciado em tênis, porém, nem a mudança de ares foi capaz de tirar o
torneio (e a decepção de não estar
nele) de sua cabeça.
Só para definitivamente tirar o
tênis da cabeça é que Sampras
aceitou um convite de um amigo
para ir ao cinema, sem grandes
pretensões. Desse modo, despretensiosamente, acabava a carreira do campeão.
Do filme, ele não se lembraria
dez minutos depois da sessão.
Mas da garota loira que passou
pela mesma sessão, cumprimentou seu amigo e que não lhe reconheceu, ele não deixaria de lembrar. "Quero conhecer melhor essa garota. É com ela que vou casar", disse naquela mesma noite.
E assim, enquanto o "freguês"
Agassi levantava mais um troféu,
o do Aberto dos EUA de 1999,
Sampras esquecia o tênis para se
dedicar ao outro lado da vida. O
que veio depois... Bem, todo mundo está cansado de saber, não?
Grande tenista
"Em nome dos jogadores, queria agradecer a você por se aposentar.
Assim, podemos voltar a vencer." John McEnroe brincou, mas não
deixou de falar a verdade. O UOL Esporte tem um especial sobre
Sampras: http://esporte.uol.com.br/especial/especial-15.jhtm.
Tenista em destaque
Franco Ferreiro ganhou o Future de Caldas Novas, no sábado.
Pequenos, mas talentosos tenistas
Renan Delsin, Bárbara Costa (18 anos), Henrique Viana, Bruna Paes
(16), Fernando Souza, Natasha Lotuffo (14), João Vitor Fernandes e
Mariel Maffezzolli (12) venceram a quinta etapa do Grand Slam da
CBT. Nesta semana, a Credicard Junior's Cup tem a sexta etapa.
E-mail reandaku@uol.com.br
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