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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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TÊNIS

E tudo começou (ou acabou) assim...

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Pete Sampras não vai mais jogar. Talvez até jogue, em uma ou outra exibição, daqui a algum tempo, já gordinho, mais careca, mas assim não conta. Se mesmo ele chorou (sim, ele chora) ao anunciar sua aposentadoria, têm outra alternativa os fãs a não ser lamentar também?
Para o grande público, Sampras começou a considerar sua aposentadoria há um ano, depois de derrotar o arqui-rival Andre Agassi na final do Aberto dos EUA e abocanhar seu 14º Grand Slam. Para parte do público, fãs mais ardorosos, tudo começou quando o americano caiu eliminado em Wimbledon-2002, diante de um suíço pouco conhecido.
Na verdade, tudo começou em Nova York, em Flushing Meadows, exatamente onde anteontem Sampras confirmou sua retirada. Não começou, porém, na quadra central, nem durante uma partida importante. Começou durante um simples bate-bola com Gustavo Kuerten.
Sampras passava, naquele agosto de 1999, por outra de suas fases espetaculares na carreira. Dos últimos cinco torneios de que havia participado, fora campeão em quatro deles. Não eram meros ATP Tours: havia ganhado em Queens, batendo Goran Ivanisevic, Lleyton Hewitt e Tim Henman, havia arrebatado a sexta taça em Wimbledon, atropelando Mark Philippousis, Henman e Agassi, havia sido campeão em Los Angeles, batendo de novo em Agassi, e havia deixado para trás Richard Krajicek, Agassi (de novo!) e Patrick Rafter para levar o Masters Series de Cincinnati.
Eliminado nas quartas-de-final em Long Island, preparava-se para mais um Aberto dos EUA como o grande favorito. Mas, quando Kuerten desferiu um golpe que exigiu algo mais de Sampras, veio a maldita dor nas costas.
Naquele fim de agosto, Sampras teve de, com cara de choro (sim, ele chorou!) e muita dor, desistir de concorrer ao título. Sem ele, Krajicek, Agassi, de quem já havia ganhado pouco antes, e outros fregueses, como Todd Martin e Ievguêni Kafelnikov, aproveitavam para chegar às finais. Chateado, não via nenhuma razão para ficar em Nova York.
Assim, voltou a Los Angeles, para perto dos amigos, para perto da família e das distrações. Viciado em tênis, porém, nem a mudança de ares foi capaz de tirar o torneio (e a decepção de não estar nele) de sua cabeça.
Só para definitivamente tirar o tênis da cabeça é que Sampras aceitou um convite de um amigo para ir ao cinema, sem grandes pretensões. Desse modo, despretensiosamente, acabava a carreira do campeão.
Do filme, ele não se lembraria dez minutos depois da sessão. Mas da garota loira que passou pela mesma sessão, cumprimentou seu amigo e que não lhe reconheceu, ele não deixaria de lembrar. "Quero conhecer melhor essa garota. É com ela que vou casar", disse naquela mesma noite.
E assim, enquanto o "freguês" Agassi levantava mais um troféu, o do Aberto dos EUA de 1999, Sampras esquecia o tênis para se dedicar ao outro lado da vida. O que veio depois... Bem, todo mundo está cansado de saber, não?

Grande tenista
"Em nome dos jogadores, queria agradecer a você por se aposentar. Assim, podemos voltar a vencer." John McEnroe brincou, mas não deixou de falar a verdade. O UOL Esporte tem um especial sobre Sampras: http://esporte.uol.com.br/especial/especial-15.jhtm.

Tenista em destaque
Franco Ferreiro ganhou o Future de Caldas Novas, no sábado.

Pequenos, mas talentosos tenistas
Renan Delsin, Bárbara Costa (18 anos), Henrique Viana, Bruna Paes (16), Fernando Souza, Natasha Lotuffo (14), João Vitor Fernandes e Mariel Maffezzolli (12) venceram a quinta etapa do Grand Slam da CBT. Nesta semana, a Credicard Junior's Cup tem a sexta etapa.

E-mail reandaku@uol.com.br


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