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Corinthians joga com foco na defesa
Leão mantém o campeão brasileiro no 3-6-1, mesmo esquema que Mano Menezes vai utilizar para armar o Grêmio
Técnico reconhece que atual prioridade é a retaguarda e até pede desculpas por não poder privilegiar o ataque devido à posição na tabela
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde a chegada de Leão, o
Corinthians, que vinha sendo
um saco de pancadas no Brasileiro, não sabe o que é perder. É
verdade que também não sabe
o que é jogar bonito. E não é hoje, contra o Grêmio no Pacaembu, que ficará sabendo.
O treinador reconhece que a
produção ofensiva corintiana
está muito abaixo do que o time
pode apresentar. Mas explica
que a opção por privilegiar o
sistema defensivo foi uma necessidade pelo mau momento
que a equipe atravessa.
"No processo de recuperação, o trabalho começa para
não sermos derrotados. Depois, para sermos vencedores.
A frente a gente vai empurrando com a parte de trás. Perdão,
mas vou continuar jogando assim", afirmou Leão, que estipula uma condição para abandonar o sistema com três zagueiros e só um atacante. "Quando
o time estiver mais acima [na
tabela], posso jogar com dois e
não três zagueiros."
Como a Folha mostrou anteontem, sob a batuta de Leão o
Corinthians faz mais faltas, enquanto os números de passes
dribles e finalizações despencaram nos últimos três jogos.
Mas, se não para o jogo de
hoje, ao menos para as próximas rodadas o treinador antevê um futebol mais vistoso.
"Se nós não saímos ainda
desta situação [a presença na
zona de rebaixamento] é porque o aproveitamento estava
muito baixo. Nosso índice de
recuperação foi bom", afirmou
sobre os sete pontos conquistados nos três últimos jogos -retrospecto que, segundo ele, deu
mais confiança ao time. "E todos querem melhorar a confiança interna, para ter mais liberdade em campo."
Um dos encarregados de diminuir a fraca produção ofensiva corintiana -o segundo
pior ataque do torneio no início
do segundo turno, com 20 gols
marcados-, o meia Carlos Alberto, que volta ao time, discorda em parte de Leão.
"Temos só o Nadson na frente, mas o time tem uma chegada forte", disse, sobre sua aproximação e a de Roger ao atacante, negando que o fato de o
time usar só um homem na
frente determine um futebol
pouco ofensivo.
Ele até arrisca um diagnóstico para a dificuldade de o time
marcar gols. "A gente conversa
sempre no grupo que temos
que melhorar. É preciso ter calma na hora de concluir. Não
adianta querer fazer tudo no
peito e na raça", analisou Carlos Alberto, para quem o maior
problema dos homens de frente é a falta de tranqüilidade.
A respeito de instruções de
Leão sobre o Grêmio, ele afirmou que o técnico procura
acertar o Corinthians primeiro
e fala pouco sobre o rival -salvo no dia da partida.
Segundo esse raciocínio, hoje, o treinador alvinegro deverá
expor aos seus comandados
que o adversário é praticamente um "time espelho" do seu. A
principal diferença é na posição da tabela, já que o Grêmio
encerrou o primeiro turno na
quinta colocação -o que lhe
garantiria uma vaga na Libertadores do ano que vem, justamente em virtude do título do
arqui-rival Internacional, já
classificado e uma posição à
sua frente.
Mano Menezes também arma sua equipe no esquema 3-6-1. E o campeão brasileiro da Série B no ano passado deve começar a partida com alguns jogadores velhos conhecidos da
torcida corintiana.
O meia Hugo sagrou-se campeão pelo Corinthians no ano
passado. Léo Lima e Tcheco tiveram recentes passagens pelo
Santos -o primeiro ganhou o
Paulista deste ano- e o volante
Jeovânio esteve no Palmeiras.
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