São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2006

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Corinthians joga com foco na defesa

Leão mantém o campeão brasileiro no 3-6-1, mesmo esquema que Mano Menezes vai utilizar para armar o Grêmio

Técnico reconhece que atual prioridade é a retaguarda e até pede desculpas por não poder privilegiar o ataque devido à posição na tabela

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde a chegada de Leão, o Corinthians, que vinha sendo um saco de pancadas no Brasileiro, não sabe o que é perder. É verdade que também não sabe o que é jogar bonito. E não é hoje, contra o Grêmio no Pacaembu, que ficará sabendo.
O treinador reconhece que a produção ofensiva corintiana está muito abaixo do que o time pode apresentar. Mas explica que a opção por privilegiar o sistema defensivo foi uma necessidade pelo mau momento que a equipe atravessa.
"No processo de recuperação, o trabalho começa para não sermos derrotados. Depois, para sermos vencedores. A frente a gente vai empurrando com a parte de trás. Perdão, mas vou continuar jogando assim", afirmou Leão, que estipula uma condição para abandonar o sistema com três zagueiros e só um atacante. "Quando o time estiver mais acima [na tabela], posso jogar com dois e não três zagueiros."
Como a Folha mostrou anteontem, sob a batuta de Leão o Corinthians faz mais faltas, enquanto os números de passes dribles e finalizações despencaram nos últimos três jogos.
Mas, se não para o jogo de hoje, ao menos para as próximas rodadas o treinador antevê um futebol mais vistoso.
"Se nós não saímos ainda desta situação [a presença na zona de rebaixamento] é porque o aproveitamento estava muito baixo. Nosso índice de recuperação foi bom", afirmou sobre os sete pontos conquistados nos três últimos jogos -retrospecto que, segundo ele, deu mais confiança ao time. "E todos querem melhorar a confiança interna, para ter mais liberdade em campo."
Um dos encarregados de diminuir a fraca produção ofensiva corintiana -o segundo pior ataque do torneio no início do segundo turno, com 20 gols marcados-, o meia Carlos Alberto, que volta ao time, discorda em parte de Leão.
"Temos só o Nadson na frente, mas o time tem uma chegada forte", disse, sobre sua aproximação e a de Roger ao atacante, negando que o fato de o time usar só um homem na frente determine um futebol pouco ofensivo.
Ele até arrisca um diagnóstico para a dificuldade de o time marcar gols. "A gente conversa sempre no grupo que temos que melhorar. É preciso ter calma na hora de concluir. Não adianta querer fazer tudo no peito e na raça", analisou Carlos Alberto, para quem o maior problema dos homens de frente é a falta de tranqüilidade.
A respeito de instruções de Leão sobre o Grêmio, ele afirmou que o técnico procura acertar o Corinthians primeiro e fala pouco sobre o rival -salvo no dia da partida.
Segundo esse raciocínio, hoje, o treinador alvinegro deverá expor aos seus comandados que o adversário é praticamente um "time espelho" do seu. A principal diferença é na posição da tabela, já que o Grêmio encerrou o primeiro turno na quinta colocação -o que lhe garantiria uma vaga na Libertadores do ano que vem, justamente em virtude do título do arqui-rival Internacional, já classificado e uma posição à sua frente.
Mano Menezes também arma sua equipe no esquema 3-6-1. E o campeão brasileiro da Série B no ano passado deve começar a partida com alguns jogadores velhos conhecidos da torcida corintiana.
O meia Hugo sagrou-se campeão pelo Corinthians no ano passado. Léo Lima e Tcheco tiveram recentes passagens pelo Santos -o primeiro ganhou o Paulista deste ano- e o volante Jeovânio esteve no Palmeiras.


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