Com o complicado cálculo da Uefa para dividir os times na Copa dos Campeões, o grupo do Real deve ser "de morte"

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

UM DOS cálculos mais difíceis do planeta é o feito pela Uefa para determinar os "Níveis" dos times para a Copa dos Campeões. Ontem, terminou enfim a fase eliminatória da disputa e já sabemos os 32 clubes que jogarão a fase de grupos da Champions League.
O Real Madrid não é cabeça de chave. A Espanha já discutia isso, com uma certa revolta, mesmo antes da definição de todos os participantes. Mas o fato é o que o time merengue, apesar de suas nove taças (e de contar com Cristiano Ronaldo e Kaká agora), não é campeão desde 2002 e, desde 2004/05, cai sempre nas oitavas de final. Não me pergunte como, mas 78.853 é o coeficiente do maior dos campeões europeus.
No ""Nível 2", está atrás ainda de Lyon e Inter, essa outra forte candidata ao título continental. Tentando resumir, a Uefa leva em conta o rendimento das equipes nas cinco temporadas anteriores (por isso o Sevilla é cabeça de chave) e também o desempenho dos países. Um total de 25 clubes obtiveram melhor coeficiente que o Real na temporada passada -pelas contas, o time madrileno somou 14,662 pontos por causa de suas quatro vitórias na liga (8 pontos), por sua ida às oitavas (4 pontos) e por pegar 20% do coeficiente da Espanha (2,662 pontos). A melhor pontuação da última temporada foi a do campeão da Copa da Uefa, o Shakhtar Donetsk (29,325).
Após essa matemática toda, é possível termos um grupo da Copa dos Campeões com Manchester United, Real Madrid, Olympique de Marselha e Wolfsburg e um outro com Sevilla, AZ, Besiktas e Debreceni, o "queridinho" da liga nesta temporada por encerrar o jejum húngaro na elite europeia, que vinha desde a temporada 1995/1996. E pelo segundo ano seguido um time cipriota (!) alcança a badalada fase de grupos.
O sorteio dos grupos, que agitará Mônaco (e o mundo) hoje, ao menos acontece com todos os classificados definidos, diferentemente do que ocorre na Libertadores, cujo sorteio dos grupos está previsto para novembro, quando diversas equipes ainda estarão na briga por um posto na disputa americana.

AGRADECIMENTOS
Desde ontem, aumentou o burburinho de que a Olimpíada-16 será no Rio. Há quem diga que a vitória é certa. Eu não acreditava nisso até o ano passado, quando falei por quase uma hora com João Havelange. Se o Rio/Brasil levar essa, o presidente de honra da Fifa tem enorme parcela de responsabilidade.

VERDADES
Maradona, para variar, não falou nenhuma mentira em sua entrevista à Fifa. Ele fala de tudo, de peito aberto, sem fazer política ou marketing. Talvez seja por esse seu jeito tão autêntico que os argentinos gostam muito mais dele do que os brasileiros gostam do "Rei" Pelé.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


Texto Anterior: Time de vôlei aluga ginásio do Maracanã
Próximo Texto: Juca Kfouri: O clássico dos clássicos
Índice