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Ninguém esteve presente em tantas partidas do Nacional como o jogador/técnico Emerson Leão
O senhor Brasileiro
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a história do Campeonato
Brasileiro tivesse que ser contada
por apenas um personagem, ninguém seria mais indicado para isso do que Emerson Leão, 53.
Nenhuma outra pessoa trabalhou em mais jogos, disputou tantas edições e amealhou glórias,
que rivalizam com as dos grandes
clubes do país, na história da mais
importante competição do país
como o atual treinador do Santos.
No próximo dia 19, quando seu
atual clube enfrentar a Lusa, Leão
irá alcançar sua 500ª partida pelo
Brasileiro, sendo que 279 foram
como jogador por quatro clubes
diferentes e as demais dirigindo
oito equipes do país.
A marca de meio milhar não foi
atingida até hoje por nenhuma
"pessoa física" no Nacional. Mesmo no caso das "pessoas jurídicas", o fato é raro.
Só 19 clubes disputaram mais de
500 jogos pelo certame. Agremiações que já conquistaram o título
brasileiro, como o Atlético-PR,
não jogaram tanto pelo campeonato até hoje como Leão.
"Não, não sabia", disse Leão
quando informado pela Folha de
que era o jogador/técnico que
mais jogos disputou pelo Brasileiro. "Mas não vou ficar falando do
passado. Estou preocupado com
o jogo de hoje [ontem". É no Gama que estou pensando", declarou Leão, mostrando-se bem
pouco animado com o recorde.
O ex-técnico da seleção brasileira disputou, como goleiro do Palmeiras, clube que enfrenta no
próximo domingo e que também
já treinou, a primeira edição do
Nacional, em 1971. Depois, só esteve fora da disputa do certame
em cinco temporadas.
Tanto em campo quanto no
banco, fez história e criou polêmicas por brigas e desavenças com
companheiros e adversários.
"Tive minha primeira chance
quando era adolescente, por isso
joguei tanto", afirmou Leão sobre
sua longevidade no Brasileiro.
Nesse caminho, amealhou marcas que fazem inveja à maior parte
dos clubes. Pela pontuação do
Ranking Folha do futebol dada ao
Campeonato Brasileiro, Leão, se
fosse um clube, seria o segundo
colocado dessa lista na competição, na frente de times como Vasco, Palmeiras, Corinthians, Grêmio, Cruzeiro e Flamengo.
Foram três títulos como jogador
(dois pelo Palmeiras e um pelo
Grêmio) e outro como treinador
(com o Sport). Leão disputou e
perdeu ainda três finais (por Palmeiras, Grêmio e Vasco).
Com 31 anos na estrada, Emerson Leão conheceu o país inteiro
na sua trajetória no Nacional.
Como jogador ou treinador, ele
enfrentou equipes dos 22 Estados
que já tiveram representantes no
certame que "integrava a nação"
na década de 70.
Dos 126 clubes que já disputaram o Brasileiro, 72, de 42 municípios diferentes, tiveram Leão como adversário.
O atual comandante santista enfrentou os quatro Américas que já
jogaram o Nacional, assim como
os três Atléticos. Ele jogou por
clubes de três regiões e treinou
agremiações de cinco Estados.
Muitos dos números de Leão
não foram atingidos por grandes
clubes do país.
É o que acontece, por exemplo,
com o Santos, seu atual clube. O
time paulista nunca ganhou um
título do Brasileiro e tem até menos vices (dois) que seu treinador.
Só 13 clubes acumularam mais
vitórias do que Leão, que defendeu a seleção brasileira em quatro
Copas do Mundo, sendo que em
duas foi titular.
Apesar da carreira gloriosa no
Nacional, Leão é contra os planos
de aumentar a competição e diminuir o peso dos estaduais.
""Sou a favor do Brasileiro, mas
não precisaria ser tão longo [oito
meses". As rivalidades locais são
muito importantes, então não podem desvalorizar tanto os estaduais", disse o treinador, que é
sócio da mulher de Eduardo José
Farah, presidente da Federação
Paulista e opositor do novo calendário, em uma fazenda.
Colaborou João Carlos Assumpção,
da Reportagem Local
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