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BOXE
Além do ringue
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem grandes combates previstos para o momento atual,
duas notícias extra-ringue dominaram as manchetes nos últimos
dias. Ambas se referem à (falta
de) organização da modalidade.
A novidade mais concreta foi a
vitória na Justiça dos EUA alcançada pelo alemão Graciano Rocchigiani, ex-campeão dos meio-pesados da FIB (Federação Internacional de Boxe), sobre o CMB
(Conselho Mundial de Boxe), que
pode render a ele US$ 30 milhões.
A entidade, baseada no México, é
a mais representativa do boxe,
com 161 países-membros.
O caso se refere a 1997, quando
era impossível saber quem era o
campeão dos meio-pesados do
CMB: Roy Jones Jr., que aparentemente havia aberto mão do cinturão, ou Rocchigiani, que tinha
conquistado o título interino e,
com a renúncia de Jones Jr., seria
elevado à condição de campeão
de fato. Mas quando Jones Jr. mudou de idéia, o CMB lhe devolveu
o cinturão, e Rocchigiani ficou de
mãos abanando. Até agora.
Uma corte dos EUA deu ganho
de causa ao alemão, que assim teria direito a US$ 30 milhões. A
Justiça dos EUA não pode intervir
no México, mas como as mais importantes disputas de cinturão
ocorrem nos EUA, tal valor talvez
possa ser deduzido direto da taxa
paga pelos boxeadores para o
CMB sancionar seus combates.
Um problema semelhante ao
que afligiu Rocchigiani ocorreu
quando o atual campeão dos pesados do CMB Lennox Lewis venceu o americano Lionel Butler,
em 1995. A luta foi promovida como sendo eliminatória pelo posto
de primeiro do ranking, mas Lewis foi preterido em favor de Mike
Tyson, que acabava de sair da
prisão e acabou ganhando o posto de desafiante oficial do CMB.
Em contato telefônico com esta
coluna, ontem à tarde, Jose Sulaiman, presidente do CMB, afirmou que, diferentemente do que
foi divulgado pela internet, não
discutirá o tema em profundidade, aconselhado por seus advogados, pois estão em processo de
apelação. Disse, porém, que "o
que havia sido acertado em 97 era
que Jones Jr. e Rocchigiani se enfrentariam para definir quem seria o campeão indiscutível do
CMB, o que não aconteceu."
"O que parece coisa de cinema,
e não realidade, foi terem deixado um prisioneiro [Rocchigiani
cumpre pena na Alemanha] deixar o país para participar de julgamento nos EUA", concluiu.
Em outro assunto relacionado à
organização do esporte, a comissão de Comércio, Ciência e Transporte do Senado americano aprovou projeto de lei que propõe a
criação da USBA. Trata-se de um
órgão subordinado ao governo
que supervisionaria o pugilismo e
promoveria a transparência.
Se o projeto passar pelas votações subsequentes, um dirigente
seria apontado pelo presidente
dos EUA, e a USBA passaria a intervir na forma como são feitos
contratos, entre outras questões,
além de o órgão contar com o poder de investigar irregularidades.
Mas é bom lembrar que o governo dos EUA nem sempre alcançou sucesso quando se aventurou
nos ringues. Basta lembrar as investidas, frustradas, do FBI contra o polêmico Don King.
Para sermos justos, porém, vamos lembrar que uma investigação comprovou irregularidades
na FIB (Federação Internacional
de Boxe) e conseguiu banir do esporte o presidente Bob Lee.
Brasil 1
Data prevista: 16 de novembro. Horário: 16h. Local: São Paulo, mas
definitivamente não em um estádio de futebol. Porém nada está fechado. Será que a tal luta de Popó no Brasil sai mesmo? As chances
de ela acontecer são de 50%, diz seu promotor a esta coluna. O empecilho seriam detalhes financeiros envolvendo a Globo Esportes.
Brasil 2
Minotauro está na Holanda tratando das costas, cortesia do bate-estacas que levou no último Pride. Mas ele vai ao Japão assistir ao
Pride 22, dia 29, quando Zé Mário Sperry, da Brazilian Top Team,
luta. Esta planeja para 2003 um circuito brasileiro de vale-tudo.
Brasil 3
Vencedores do Circuito Brasil Olímpico: Rafael Lima (pesado), Josival Lima (médio), Marcos Costa (meio-médio), Maike Carvalho
(leve), Edvaldo Oliveira (galo), Gilliard Paulino (mosca-ligeiro).
E-mail eohata@folhasp.com.br
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