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São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2003

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Torcida agride jogadores no Rio

Fernando Quevedo/Agência O Globo
Gelson (esq.), do Coritiba, que disse que temeu pela morte


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Cerca de 30 torcedores do Vasco espancaram seis jogadores do Coritiba e o presidente do clube paranaense, Giovani Gionédis, no final da noite de anteontem, no estacionamento do estádio de São Januário, no Rio.
Por volta das 23h15, meia hora depois da partida entre os dois times, vencida pelos cariocas por 2 a 1, integrantes da torcida organizada Força Jovem invadiram o ônibus do Coritiba e quase provocaram uma tragédia.
Gionédis disse que o clube "vai até as últimas consequências" para tentar fazer com que o Vasco seja punido na Justiça comum e na esportiva pelo incidente.
A confusão começou com uma discussão com os atletas que já estavam no ônibus. Os torcedores aproveitaram que a porta foi aberta para a entrada do atacante Gelson e iniciaram a pancadaria.
A intenção do grupo era agredir o meia Jackson, que teria, segundo nota oficial divulgada pelo Vasco, exibido uma camisa do Flamengo. Os jogadores e a diretoria do Coritiba negam a versão.
"Aquilo foi uma selvageria. O pior de tudo é que o Vasco e a polícia não fizeram nada para acabar com o tumulto", disse Gionédis.
A confusão teve início depois da saída do estádio dos policiais do Gepe (Grupamento Especial de Policiamento de Estádios) e, até as 19h de ontem, a Policia Civil não havia prendido nenhum agressor.
Jackson, que foi escondido pelos companheiros no banheiro do ônibus, foi um dos mais agredidos no tumulto. Além das escoriações, o jogador ainda teve o telefone celular roubado.
A briga, que durou mais de dez minutos, só acabou quando um dos seguranças do Vasco deu uma série de tiros para o alto.
Apesar da confusão, o presidente do clube carioca, Eurico Miranda, disse que não vai tentar descobrir os nomes dos agressores.
"Não perguntei e não vou perguntar sobre quem participou do incidente. Isso é assunto para a polícia", declarou Eurico.
Segundo ele, "não existe estádio mais seguro do que o de São Januário". O dirigente disse que não teme ser punido pelo Estatuto do Torcedor. "Fizemos o possível. Se houve erro, foi da polícia."
A confusão no estacionamento não é a primeira provocada pela torcida do Vasco. Há cerca de um ano, Léo Lima e Souza foram agredidos no local.
Por causa da atitude da torcida do Vasco, o clube deverá ser punido pela Justiça Desportiva. O presidente do STJD, Luiz Zveiter, disse ontem que está aguardando a súmula para se pronunciar.
Neste Brasileiro, o São Paulo perdeu o mando de jogo de duas partidas no Morumbi por causa da agressão de seus torcedores ao goleiro Lauro, da Ponte Preta.


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