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AUTOMOBILISMO
Em Indianápolis, principal missão dos candidatos ao título da F-1 é pontuar, a fim de seguir na disputa
Mundial proíbe quebras a partir de agora
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A INDIANÁPOLIS
O mítico circuito de Indianápolis começa hoje a esboçar o desfecho do campeonato mais indefinido dos últimos anos. A disputa
pelo Mundial de Construtores está aberta. A luta entre os pilotos,
escancarada. Até a meteorologia
quis brincar. No treino que define
o grid para o GP dos EUA, às 15h,
pode chover, pode fazer sol.
Não bastassem tantas variáveis,
o treino pré-classificatório, ontem, embaralhou ainda mais esse
cenário. Nenhum dos três pilotos
que batalham pelo título foi bem.
Certeza, apenas uma: a partir de
agora, é proibido quebrar na F-1.
Faltando duas etapas para o fim
do campeonato, a liderança é de
Michael Schumacher, com 82
pontos. Juan Pablo Montoya soma 79. Kimi Raikkonen tem 75.
Quem abandonar o GP ou deixar de pontuar em Indianápolis
por qualquer outro motivo praticamente estará eliminado da luta.
E isso vale para hoje. Uma má
posição de largada em uma pista
com o miolo tão travado, como a
do circuito americano, compromete a corrida de qualquer piloto.
"É claro que minha posição hoje
[ontem] ficou longe do ideal. Espero largar um pouco mais à frente", afirmou Schumacher, que
conseguiu apenas o oitavo tempo
na pré-classificação.
Embora ele tenha mantido um
discurso otimista, dizendo que "o
treino de amanhã [hoje] é o que
vale", não pôde esconder certo receio em sua expressão.
Entre seus adversários, o menos
ruim foi Montoya, que fechou o
dia na quinta posição. Raikkonen
ficou em nono lugar.
Teoricamente, o colombiano terá vantagem no treino oficial de
hoje, entrando depois na pista.
Mas o clima instável pode dissolver sua esperança, caso comece a
chover entre a volta de Schumacher e a dele, por exemplo.
A Folha fez um levantamento
dos oito cenários possíveis no resultado do GP dos EUA. Apenas
três dariam a possibilidade de
Schumacher conquistar o inédito
hexacampeonato neste final de
semana. Os outros cinco levam a
decisão para Suzuka, no Japão,
em 12 de outubro (veja quadro).
A conclusão é uma só. A durabilidade dos equipamentos se tornou mais importante, nesta reta
final do campeonato, do que a velocidade pura dos carros.
"Viajamos sabendo que a resistência seria o fator mais importante neste final de semana. Acho
que estamos bem nesse aspecto",
afirmou Raikkonen.
"Mas, pela minha posição no
campeonato, serei o mais pressionado para acelerar. Não posso
apenas somar pontos. Preciso lutar para chegar à frente deles."
Montoya e Schumacher vivem
situação um pouco mais confortável. A ponto de o colombiano,
notório por sua agressividade na
pista, admitir uma mudança de
estilo. "Pode parecer estranho,
mas eu não tenho que vencer esta
corrida. Tenho que me preocupar
em terminar, chegar ao pódio,
marcar alguns pontos, nada de
muito complicado, nada de especial", declarou, em Indianápolis.
Nas 14 provas já disputadas neste ano, Schumacher lidera o "ranking da resistência". Abandonou
apenas uma, o GP Brasil -rodou
na antiga curva do Sol.
Montoya e Raikkonen somam
três abandonos cada um nesta
temporada. Mas, quando o assunto é aproveitamento, o colombiano sai na frente da concorrência. Nas cinco últimas corridas, o
piloto da Williams marcou 40
pontos. Seus dois adversários empatam: 24 pontos cada um.
NA TV - Treino oficial para o
GP dos EUA, na Globo, ao
vivo, às 15h
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