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São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2003

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AUTOMOBILISMO

Em Indianápolis, principal missão dos candidatos ao título da F-1 é pontuar, a fim de seguir na disputa

Mundial proíbe quebras a partir de agora

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A INDIANÁPOLIS

O mítico circuito de Indianápolis começa hoje a esboçar o desfecho do campeonato mais indefinido dos últimos anos. A disputa pelo Mundial de Construtores está aberta. A luta entre os pilotos, escancarada. Até a meteorologia quis brincar. No treino que define o grid para o GP dos EUA, às 15h, pode chover, pode fazer sol.
Não bastassem tantas variáveis, o treino pré-classificatório, ontem, embaralhou ainda mais esse cenário. Nenhum dos três pilotos que batalham pelo título foi bem.
Certeza, apenas uma: a partir de agora, é proibido quebrar na F-1. Faltando duas etapas para o fim do campeonato, a liderança é de Michael Schumacher, com 82 pontos. Juan Pablo Montoya soma 79. Kimi Raikkonen tem 75.
Quem abandonar o GP ou deixar de pontuar em Indianápolis por qualquer outro motivo praticamente estará eliminado da luta.
E isso vale para hoje. Uma má posição de largada em uma pista com o miolo tão travado, como a do circuito americano, compromete a corrida de qualquer piloto.
"É claro que minha posição hoje [ontem] ficou longe do ideal. Espero largar um pouco mais à frente", afirmou Schumacher, que conseguiu apenas o oitavo tempo na pré-classificação.
Embora ele tenha mantido um discurso otimista, dizendo que "o treino de amanhã [hoje] é o que vale", não pôde esconder certo receio em sua expressão.
Entre seus adversários, o menos ruim foi Montoya, que fechou o dia na quinta posição. Raikkonen ficou em nono lugar.
Teoricamente, o colombiano terá vantagem no treino oficial de hoje, entrando depois na pista. Mas o clima instável pode dissolver sua esperança, caso comece a chover entre a volta de Schumacher e a dele, por exemplo.
A Folha fez um levantamento dos oito cenários possíveis no resultado do GP dos EUA. Apenas três dariam a possibilidade de Schumacher conquistar o inédito hexacampeonato neste final de semana. Os outros cinco levam a decisão para Suzuka, no Japão, em 12 de outubro (veja quadro).
A conclusão é uma só. A durabilidade dos equipamentos se tornou mais importante, nesta reta final do campeonato, do que a velocidade pura dos carros.
"Viajamos sabendo que a resistência seria o fator mais importante neste final de semana. Acho que estamos bem nesse aspecto", afirmou Raikkonen.
"Mas, pela minha posição no campeonato, serei o mais pressionado para acelerar. Não posso apenas somar pontos. Preciso lutar para chegar à frente deles."
Montoya e Schumacher vivem situação um pouco mais confortável. A ponto de o colombiano, notório por sua agressividade na pista, admitir uma mudança de estilo. "Pode parecer estranho, mas eu não tenho que vencer esta corrida. Tenho que me preocupar em terminar, chegar ao pódio, marcar alguns pontos, nada de muito complicado, nada de especial", declarou, em Indianápolis.
Nas 14 provas já disputadas neste ano, Schumacher lidera o "ranking da resistência". Abandonou apenas uma, o GP Brasil -rodou na antiga curva do Sol.
Montoya e Raikkonen somam três abandonos cada um nesta temporada. Mas, quando o assunto é aproveitamento, o colombiano sai na frente da concorrência. Nas cinco últimas corridas, o piloto da Williams marcou 40 pontos. Seus dois adversários empatam: 24 pontos cada um.


NA TV - Treino oficial para o GP dos EUA, na Globo, ao vivo, às 15h


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