São Paulo, domingo, 27 de setembro de 2009

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Transporte e hotelaria são maiores desafios da cidade

DA SUCURSAL DO RIO

O sistema de transporte e a rede hoteleira são os principais pontos de interrogação da candidatura brasileira para o COI.
O projeto elaborado pela Rio--2016 para transportar atletas, dirigentes e torcedores durante os Jogos prevê a construção e recuperação de dezenas de quilômetros de vias expressas. Já o metrô e os trens urbanos contariam com pequenas ampliações e modernizações de frota.
Os atletas só circulariam de ônibus pela cidade. Os governos terão que gastar quase R$ 10 bilhões na área. Só para a chamada "família olímpica" (atletas, árbitros, dirigentes e jornalistas), a Rio-16 acredita que a cidade vai ganhar cerca de 20 mil veículos para os Jogos.
No próprio relatório de avaliação divulgado pelo COI no início do mês, no qual a cidade ganhou elogios, o sistema de transporte foi censurado.
No documento, a entidade afirma que o deslocamento no Rio ""deve ser crítico" por causa do trânsito na cidade.
""O importante é que o COI aprova o nosso plano de transporte. Todas as simulações foram feitas. Apresentamos um projeto considerado viável e eficiente. Além disso, é importante dizer que o Rio passou por uma prova prática. Das quatro cidades candidatas, foi a única que passou por isso [referindo-se ao Pan-2007]", falou o secretário-geral do comitê do Rio, Carlos Roberto Osório.
Pelo novo desenho, serão construídos corredores de ônibus (inspirados no exemplo de Bogotá, com faixas segregadas e estações) e novas vias. Quase todas as intervenções estão planejadas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
No Pan, os organizadores prometeram a ampliação do metrô e a ligação por trem do Galeão à Barra da Tijuca, região que concentrava os Jogos. Mas, até hoje, nada saiu do papel.
Para evitar o caos em 2007, a prefeitura criou faixas especiais nas vias expressas para os envolvidos no Pan e deu férias para alunos da rede pública.
Em um evento de dimensão continental, o esquema improvisado acabou funcionando. Para os Jogos, o COI tem dúvidas. No início do mês, a entidade mostrou certa descrença em relação ao cumprimento dos projetos de infraestrutura.
Segundo a avaliação do Comitê Olímpico Internacional, as obras precisam de ""gestão e monitoramento cuidadoso".
O COI criticou também a rede hoteleira da capital fluminense. No documento, registrou que o Rio tem ""insuficiente número de quartos".
Para reforçar o setor, seriam criadas vilas para a imprensa e para os atletas, além de seis transatlânticos que serviriam como hotéis flutuantes. Na última segunda-feira, a cidade anunciou que poderá disponibilizar 1.830 novos quartos, caso seja escolhida no dia 2.
A violência não foi criticada pelo COI, que escreveu no dossiê que "o Rio tem desafios de segurança pública", mas que os últimos programas de combate ao crime ""já estão mostrando resultados positivos".0 (SR)


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