DA REPORTAGEM LOCAL

Após a sétima derrota seguida do Corinthians, atingindo um recorde histórico negativo, a diretoria do clube decidiu suspender o pagamento do prêmio que cada jogador vinha recebendo por vitória conquistada.
Nos seis jogos que o time ainda disputará na Copa João Havelange, mesmo que vença, não haverá mais ""bicho", como é chamada a premiação.
A decisão foi anunciada aos atletas após a derrota de 3 a 1 para o Sport, em Recife, na noite de anteontem. Cada jogador recebia R$ 1.500 por vitória. O valor era duplicado, em caso de classificação, a partir das semifinais. A gratificação se estendia também aos integrantes da comissão técnica.
""Fomos avisados de que não haverá mais "bicho" até o final da Copa JH. Não vejo problema. Afinal, no Corinthians você recebe salário em dia, ganha bem e tem uma estrutura de trabalho. Não é, por exemplo, como no Sport e no Atlético-MG, que estão com salários atrasados", afirmou o meia-atacante Marcelinho.
Na semana passada, o fundo de investimentos norte-americano HMTF, parceiro corintiano, havia anunciado que faria cortes no orçamento de 2001 caso o time não se classificasse para a próxima fase da Copa JH.
Era meta do parceiro, segundo José Roberto Guimarães, representante do HMTF no Brasil, voltar à Taça Libertadores da América em 2001, obtendo uma das duas vagas destinadas aos finalistas da competição nacional, para evitar que o déficit mensal de cerca de US$ 1 milhão, que o time vem acumulando desde o início do ano, aumente ainda mais.
A diretoria corintiana luta para tentar manter o orçamento pelo menos no mesmo patamar deste ano, em torno de R$ 70 milhões. Os cortes, no entanto, podem chegar a R$ 20 milhões.
Na iminência de antecipar as férias do grupo -sem vaga, o Corinthians se despedirá da Copa JH no dia 19 de novembro-, Carlos Nujud, diretor de futebol do clube, disse após o jogo de anteontem que o emprego do técnico Candinho está garantido até o final de seu contrato, em 2001.
""O que estamos passando não pode ser em vão. É em um momento assim que temos de colocar a mão na consciência", disse Marcelinho, que perdeu a tarja de capitão para Ricardinho.
""Independentemente da premiação, chega de derrotas. Temos de nos preparar para o futuro", afirmou o jogador.


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