São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2000

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FUTEBOL
Novo treinador do Santos, que estréia amanhã contra o Bahia, irá isolar a equipe em um sítio no interior paulista
Parreira impõe treinamento intensivo

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O técnico Carlos Alberto Parreira vai se isolar com os jogadores do Santos na próxima semana em um sítio no interior paulista a fim de submeter o grupo a um período de treinamento intensivo.
A medida foi a primeira anunciada ontem por Parreira, durante sua apresentação como novo treinador do time, em substituição a Giba, demitido no domingo.
O período extemporâneo de treinamentos vai durar seis dias (de segunda a sábado) e ocorrerá no sítio Santa Filomena, em Jarinu (70 km ao norte de São Paulo). O local é o mesmo onde Leão, atual técnico da seleção brasileira, iniciou seu trabalho em 1998, ao ser contratado pelo Santos.
Segundo Parreira, durante a concentração haverá treinos em período integral. Nas últimas semanas sob o comando de Giba, raras vezes a equipe treinava de manhã e à tarde.
O objetivo é dotar o time de recursos para reagir na etapa final da primeira fase da Copa JH e garantir lugar entre os 12 primeiros colocados, o que dará a classificação para a fase seguinte.
Atualmente, o Santos está em 14º lugar, com 24 pontos em 18 jogos. Amanhã, enfrentará o Bahia na Vila Belmiro, na estréia de Parreira no comando da equipe. "Não temos outra opção. Agora, é vencer ou vencer. O caminho do título começa pela classificação", disse o treinador.
Depois de dirigir cinco seleções (Gana, Kuait, Emirados Árabes, Brasil e Arábia Saudita) e sete times (Fluminense, Bragantino, São Paulo, Atlético-MG, o espanhol Valencia, o norte-americano MetroStars e o turco Fenerbahce), Parreira disse que, pela primeira vez, se vê diante do desafio de realizar um trabalho para obter resultado em tão curto prazo.
Ele firmou um acordo verbal de dois meses com o Santos. Se o trabalho der certo, poderá ficar por um período mais longo.
O treinador, que deixou o Atlético-MG na segunda-feira devido aos salários atrasados e à má campanha na Copa João Havelange, afirmou que a opção pelo acordo por dois meses foi dele mesmo.
"O Nicolino (Bozzella, diretor de futebol do Santos) chegou a propor um ano. Mas preferi até dezembro. Depois a gente fica mais tranquilo para fazer um contrato de prazo médio", declarou.
Parreira afirmou que não terá tempo para fazer alterações substanciais na forma de jogar do Santos. Restam ao time seis partidas na fase atual da Copa JH.
Para o treinador, a classificação dependerá da "atitude mental" dos atletas. "O problema do Santos não é tático nem técnico. É de motivação", disse.
O técnico exortou atletas como Rincón e Edmundo, estrelas do time e pivôs da crise que resultou na demissão de Giba, a "dar exemplo" para os companheiros.
Ele disse que as estrelas terão de se "dedicar integralmente" e afirmou que, "do cobrinha ao cobrão", exigirá uma relação de respeito recíproco.
"Não haverá privilégios. Para ser campeão, tem de haver trabalho. E o bom exemplo tem de partir deles, que são os líderes da equipe", afirmou.


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