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FUTEBOL
Novo treinador do Santos, que estréia amanhã contra o Bahia, irá isolar a equipe em um sítio no interior paulista
Parreira impõe treinamento intensivo
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O técnico Carlos Alberto Parreira vai se isolar com os jogadores
do Santos na próxima semana em
um sítio no interior paulista a fim
de submeter o grupo a um período de treinamento intensivo.
A medida foi a primeira anunciada ontem por Parreira, durante
sua apresentação como novo treinador do time, em substituição a
Giba, demitido no domingo.
O período extemporâneo de
treinamentos vai durar seis dias
(de segunda a sábado) e ocorrerá
no sítio Santa Filomena, em Jarinu (70 km ao norte de São Paulo).
O local é o mesmo onde Leão,
atual técnico da seleção brasileira,
iniciou seu trabalho em 1998, ao
ser contratado pelo Santos.
Segundo Parreira, durante a
concentração haverá treinos em
período integral. Nas últimas semanas sob o comando de Giba,
raras vezes a equipe treinava de
manhã e à tarde.
O objetivo é dotar o time de recursos para reagir na etapa final
da primeira fase da Copa JH e garantir lugar entre os 12 primeiros
colocados, o que dará a classificação para a fase seguinte.
Atualmente, o Santos está em
14º lugar, com 24 pontos em 18 jogos. Amanhã, enfrentará o Bahia
na Vila Belmiro, na estréia de Parreira no comando da equipe.
"Não temos outra opção. Agora, é
vencer ou vencer. O caminho do
título começa pela classificação",
disse o treinador.
Depois de dirigir cinco seleções
(Gana, Kuait, Emirados Árabes,
Brasil e Arábia Saudita) e sete times (Fluminense, Bragantino,
São Paulo, Atlético-MG, o espanhol Valencia, o norte-americano
MetroStars e o turco Fenerbahce),
Parreira disse que, pela primeira
vez, se vê diante do desafio de realizar um trabalho para obter resultado em tão curto prazo.
Ele firmou um acordo verbal de
dois meses com o Santos. Se o trabalho der certo, poderá ficar por
um período mais longo.
O treinador, que deixou o Atlético-MG na segunda-feira devido
aos salários atrasados e à má campanha na Copa João Havelange,
afirmou que a opção pelo acordo
por dois meses foi dele mesmo.
"O Nicolino (Bozzella, diretor
de futebol do Santos) chegou a
propor um ano. Mas preferi até
dezembro. Depois a gente fica
mais tranquilo para fazer um contrato de prazo médio", declarou.
Parreira afirmou que não terá
tempo para fazer alterações substanciais na forma de jogar do Santos. Restam ao time seis partidas
na fase atual da Copa JH.
Para o treinador, a classificação
dependerá da "atitude mental"
dos atletas. "O problema do Santos não é tático nem técnico. É de
motivação", disse.
O técnico exortou atletas como
Rincón e Edmundo, estrelas do time e pivôs da crise que resultou
na demissão de Giba, a "dar
exemplo" para os companheiros.
Ele disse que as estrelas terão de
se "dedicar integralmente" e afirmou que, "do cobrinha ao cobrão", exigirá uma relação de respeito recíproco.
"Não haverá privilégios. Para
ser campeão, tem de haver trabalho. E o bom exemplo tem de partir deles, que são os líderes da
equipe", afirmou.
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