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TÊNIS
"Precisava desse resultado", afirma tenista após disparar "golpes inacreditáveis" e dedicar título a Larri Passos e à avó
Campanha alimenta motivação, diz Guga
DA REPORTAGEM LOCAL
Gustavo Kuerten afirmou que o
triunfo em São Petersburgo garantirá a comemoração de Natal.
"Para mim foi um grande momento e veio em uma boa hora.
Eu precisava deste resultado para
manter minha motivação alta",
disse ele, que acumulou uma série
de fracassos na temporada.
Ex-número um do mundo, o
brasileiro, que tinha como o objetivo de retornar aos top ten ainda
no primeiro semestre, foi campeão em janeiro e chegou à final
do Masters Series de Indian
Wells, mas depois caiu de produção: chegou no máximo às semifinais na temporada de saibro.
Em Roland Garros, só conseguiu repetir as oitavas-de-final
que havia conquistado em 2002.
E encerrou a primeira metade
da temporada fora do grupo dos
dez melhores do mundo.
No segundo semestre, fez a pior
temporada nas quadras rápidas
da América do Norte, caiu diante
dos tenistas com piores rankings
desde que conquistou pela primeira vez o título de Roland Garros e junto com o Brasil foi rebaixado à segunda divisão da Davis.
"Tínhamos perdido grandes batalhas na temporada, mas nunca
deixamos de trabalhar", declarou
o técnico Larri Passos, que viu o
pupilo ser derrotado em seis estréias nesta temporada. "Cada vez
mais fomos aprimorando os detalhes e as coisas foram evoluindo.
Mas os méritos são do Guga."
"Foi muito importante terminar o ano com essa vitória, que vai
colocar açúcar na cabeça dele",
disse Larri, a quem o brasileiro
dedicou o triunfo de ontem.
"Esse título é do meu pai, meu
guru, meu treinador, mais do que
meu. Foi ele que conseguiu me
fortalecer e que me deixou técnica
e taticamente perfeito", afirmou o
tenista, que trabalha com o técnico desde 1989 -parcerias tão longas são raras no circuito.
Conhecido por ser um tenista
muito ligado a seus familiares,
Kuerten também citou sua avó
Olga Schlosser, que completou 82
anos no sábado. "Esse troféu também é para a Oma."
Quando problemas na família
foram apontados como uma das
causas da queda de produção nesta temporada, o tenista citou a avó
como fator de motivação. "Quero
fazer o possível para que ela seja
ainda mais feliz."
Durante a má fase, ainda com
torneios a disputar em 2003,
Kuerten chegou a demonstrar
que já estava com a cabeça voltada para a próxima temporada.
Declarou que com uma boa preparação de "dois ou três meses"
poderia ter uma boa temporada
em 2004 e que precisava fazer um
trabalho específico para aprimorar a velocidade e a explosão para
voltar a alcançar bons resultados.
Ontem, parecia ser um jogador
diferente daquele que, na semana
passada, afirmou que se sentia
sem forças e com dificuldades em
manter a concentração.
"Eu consegui manter um ótimo
ritmo. É difícil manter este nível o
tempo inteiro", declarou Kuerten.
"Senti que tudo ia fácil. Estava
com muita confiança."
E depois de passar muito tempo
ouvindo os adversários dizerem
que não era mais o mesmo, o brasileiro voltou a escutar um rival
elogiando seus golpes.
"Kuerten tem um backhand
muito desconfortável. Você nunca sabe aonde a bola vai", afirmou
o armênio Sargis Sargsian.
"Estava conseguindo um golpes
inacreditáveis hoje [ontem]", disse o brasileiro. "Joguei muito bem
ontem [anteontem], mas agora
na final foi ainda melhor."
"Estou mais feliz ainda por terminar o ano com um título, da
mesma maneira que comecei",
afirmou o tenista, 27, que viaja na
manhã de hoje para Paris, onde
disputa nesta semana o Masters
Series local.
(FERNANDO ITOKAZU)
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