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Time do Morumbi vence São Caetano pela primeira vez e fica mais tranquilo na disputa por vaga na Libertadores
Triunfo inédito alivia clima no São Paulo
ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez na história, o
São Paulo venceu o São Caetano.
Além de quebrar um tabu de dois
anos e cinco partidas (o primeiro
confronto entre ambos ocorreu
em 2001), o triunfo de 1 a 0 obtido
ontem à tarde, no ABC paulista,
reacendeu as esperanças são-paulinas de conquistar uma vaga na
Libertadores do ano que vem.
Agora, a equipe tem 65 pontos e
se consolidou na quarta posição
do Brasileiro. Para isso, foi beneficiada pelo tropeço de seus principais adversários na rodada.
O Coritiba, que está em terceiro
por ter uma vitória a mais (19 contra 18), foi goleado no sábado pelo
Santos (4 a 0), enquanto o Atlético-MG (5º, com 62 pontos) perdeu para o Paysandu por 1 a 0. O
Inter (7º, com 61) não passou de
um empate com o Juventude (0 a
0). Derrotado, o São Caetano ficou para trás, com 62 (6º lugar).
Os cinco melhores do Nacional
disputarão o interclubes continental na próxima temporada.
A vitória também reconciliou os
jogadores do São Paulo com a torcida, que anteontem invadiu o
treino no CT da Barra Funda para
protestar contra os últimos resultados no campeonato.
A comemoração do elenco após
o apito final lembrou o da conquista de um título. "Houve a
pressão da torcida e demos a resposta no campo", afirmou Kléber.
O São Paulo entrou em campo
com uma escalação diferente:
preocupado em preservar o curinga Gustavo Nery, que voltava
ao time após problema muscular,
o técnico Rojas escalou o jogador
como terceiro zagueiro e promoveu a entrada do novato Fábio
Santos, 18, na lateral.
Os três defensores não deram
mais segurança à equipe do Morumbi. Jogando em linha, eles tiveram dificuldades para acompanhar o veloz ataque anfitrião.
O goleiro são-paulino Rogério e
o atacante Adhemar, do clube do
ABC, monopolizaram as atenções
no primeiro tempo.
Adhemar teve três chances para
abrir o marcador, mas esbarrou
no bom posicionamento do goleiro, que evitou a abertura do placar
aos 2min, 12min e 17min.
"Ele está num dia muito feliz",
admitiu Adhemar, no intervalo.
A atuação de Rogério foi histórica, mas não apenas por causa da
boa performance em campo: ele
se tornou o goleiro do São Paulo
com maior número de apresentações em Brasileiros (190 partidas,
contra 189 de Valdir Peres).
O jogo teria outro rumo se o atacante Kléber caprichasse mais nas
finalizações. Com Luis Fabiano
bem marcado no lado direito, as
melhores oportunidades sobraram para seu companheiro de
ataque, no setor oposto.
Kléber teve a chance de colocar
seu time na frente por duas vezes,
aos 19min e aos 30min, mas Silvio
Luiz defendeu com facilidade.
Rogério, que já vinha garantindo o empate, quase marcou ao cobrar falta na trave, aos 46min. Silvio Luiz só olhou, estático.
O gol são-paulino saiu no início
do segundo tempo: aos 30s, Kléber foi empurrado na grande área
por Fábio Santos. O pênalti foi
bem cobrado aos 2min por Luis
Fabiano, que colocou seu time na
frente no placar e aliviou Rojas.
O técnico Tite, do São Caetano,
fez três mudanças para tentar reverter a situação, mas abriu sua
defesa, e o adversário por pouco
não aproveitou para ampliar.
O lance mais polêmico do jogo
ocorreu aos 44min, quando Somália, que estaria em posição de
impedimento, cabeceou e Rogério, quase dentro do gol, rebateu.
A bola teria ultrapassado a linha, mas o gol não foi assinalado
pelo árbitro nem pelo auxiliar.
O técnico Tite protestou. "O São
Paulo tem mais espaço na mídia
do que o São Caetano, e isso provoca no árbitro uma preocupação
de não errar contra o time considerado grande. Não dá para suportar", disse o treinador.
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