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São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2003

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Time do Morumbi vence São Caetano pela primeira vez e fica mais tranquilo na disputa por vaga na Libertadores

Triunfo inédito alivia clima no São Paulo

ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez na história, o São Paulo venceu o São Caetano. Além de quebrar um tabu de dois anos e cinco partidas (o primeiro confronto entre ambos ocorreu em 2001), o triunfo de 1 a 0 obtido ontem à tarde, no ABC paulista, reacendeu as esperanças são-paulinas de conquistar uma vaga na Libertadores do ano que vem.
Agora, a equipe tem 65 pontos e se consolidou na quarta posição do Brasileiro. Para isso, foi beneficiada pelo tropeço de seus principais adversários na rodada.
O Coritiba, que está em terceiro por ter uma vitória a mais (19 contra 18), foi goleado no sábado pelo Santos (4 a 0), enquanto o Atlético-MG (5º, com 62 pontos) perdeu para o Paysandu por 1 a 0. O Inter (7º, com 61) não passou de um empate com o Juventude (0 a 0). Derrotado, o São Caetano ficou para trás, com 62 (6º lugar).
Os cinco melhores do Nacional disputarão o interclubes continental na próxima temporada.
A vitória também reconciliou os jogadores do São Paulo com a torcida, que anteontem invadiu o treino no CT da Barra Funda para protestar contra os últimos resultados no campeonato.
A comemoração do elenco após o apito final lembrou o da conquista de um título. "Houve a pressão da torcida e demos a resposta no campo", afirmou Kléber.
O São Paulo entrou em campo com uma escalação diferente: preocupado em preservar o curinga Gustavo Nery, que voltava ao time após problema muscular, o técnico Rojas escalou o jogador como terceiro zagueiro e promoveu a entrada do novato Fábio Santos, 18, na lateral.
Os três defensores não deram mais segurança à equipe do Morumbi. Jogando em linha, eles tiveram dificuldades para acompanhar o veloz ataque anfitrião.
O goleiro são-paulino Rogério e o atacante Adhemar, do clube do ABC, monopolizaram as atenções no primeiro tempo.
Adhemar teve três chances para abrir o marcador, mas esbarrou no bom posicionamento do goleiro, que evitou a abertura do placar aos 2min, 12min e 17min.
"Ele está num dia muito feliz", admitiu Adhemar, no intervalo.
A atuação de Rogério foi histórica, mas não apenas por causa da boa performance em campo: ele se tornou o goleiro do São Paulo com maior número de apresentações em Brasileiros (190 partidas, contra 189 de Valdir Peres).
O jogo teria outro rumo se o atacante Kléber caprichasse mais nas finalizações. Com Luis Fabiano bem marcado no lado direito, as melhores oportunidades sobraram para seu companheiro de ataque, no setor oposto.
Kléber teve a chance de colocar seu time na frente por duas vezes, aos 19min e aos 30min, mas Silvio Luiz defendeu com facilidade.
Rogério, que já vinha garantindo o empate, quase marcou ao cobrar falta na trave, aos 46min. Silvio Luiz só olhou, estático.
O gol são-paulino saiu no início do segundo tempo: aos 30s, Kléber foi empurrado na grande área por Fábio Santos. O pênalti foi bem cobrado aos 2min por Luis Fabiano, que colocou seu time na frente no placar e aliviou Rojas.
O técnico Tite, do São Caetano, fez três mudanças para tentar reverter a situação, mas abriu sua defesa, e o adversário por pouco não aproveitou para ampliar.
O lance mais polêmico do jogo ocorreu aos 44min, quando Somália, que estaria em posição de impedimento, cabeceou e Rogério, quase dentro do gol, rebateu.
A bola teria ultrapassado a linha, mas o gol não foi assinalado pelo árbitro nem pelo auxiliar.
O técnico Tite protestou. "O São Paulo tem mais espaço na mídia do que o São Caetano, e isso provoca no árbitro uma preocupação de não errar contra o time considerado grande. Não dá para suportar", disse o treinador.



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