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São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2003

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AUTOMOBILISMO

Canadense ganha primeiro título em 13 anos na categoria

No ocaso da Indy, Tracy enfim chega ao título

DA REPORTAGEM LOCAL

Foram 13 temporadas de batidas, trapalhadas e decepções.
E só ontem, na temporada em que a Indy ameaça desaparecer, o canadense Paul Tracy, 34, teve, enfim, o gosto de conquistar um título da categoria.
O feito foi sacramentado em um dia sem brilho. No GP da Austrália, penúltima etapa do calendário de 2003, Tracy chegou em um modesto 13º lugar, fora da zona de pontuação. Assim, precisou contar com o fracasso do brasileiro Bruno Junqueira, único que ainda ameaçava o canadense.
Junqueira bateu com dez voltas para o final e agora não tem mais como descontar a vantagem de 27 pontos do canadense, que pilota para a equipe Forsythe.
"Eu não sei dizer o que sinto agora. Se Deus quis me testar hoje, conseguiu", disse, emocionado, Tracy momentos após o final da corrida, disputada em boa parte sob forte chuva em Surfers Paradise e que acabou tendo como vencedor o novato Ryan Hunter-Reay, dos EUA.
A etapa de encerramento da temporada 2003 acontece no próximo domingo, no circuito oval de Fontana, na Califórnia.
O título conquistado ontem garantiu que Tracy fosse campeão na categoria que conheceu no apogeu e que hoje definha.
Com dívidas de US$ 100 milhões, a Indy já cogitou o fim das atividades. Recentemente, o controle da organização mudou de mãos, mas ainda pairam várias dúvidas sobre sua continuidade.
Veterano da Indy, Tracy sentiu na pele a decadência da categoria popularizada no Brasil por Emerson Fittiipaldi.
Em 1993, quando terminou a temporada em terceiro lugar e venceu cinco corridas, o canadense somou US$ 1,422 milhão. Agora, campeão e indo sete vezes ao lugar mais alto do pódio, amealhou "apenas" US$ 1 milhão.
A competitividade também não é mais a mesma. Boa parte das estrelas da última década, como o brasileiro Gil de Ferran, migrou para a concorrente IRL.
Nomes consagrados da F-1 também já não dão as caras na Indy, como aconteceu com o inglês Nigel Mansell. A categoria também viu diminuir o interesse das grandes montadoras por ela.
Neste ano, só a Ford forneceu motores para as equipes. Antes, no auge dos anos 90, as empresas americanas tinham que enfrentar a concorrência dos japoneses da Toyota e da Honda.
Com o resultado de ontem, o Brasil caminha para ter um ano decepcionante na Indy.
Fora da disputa pelo título, Junqueira ainda tem o vice-campeonato seriamente ameaçado pelo mexicano Michel Jourdain Jr., quarto colocado na Austrália e que tem agora apenas quatro pontos de desvantagem em relação a Junqueira.
Na Copa das Nações, que soma os pontos dos pilotos de cada país, o Brasil está em terceiro lugar, bem longe dos canadenses e dos mexicanos.



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