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AUTOMOBILISMO
Canadense ganha primeiro título em 13 anos na categoria
No ocaso da Indy, Tracy enfim chega ao título
DA REPORTAGEM LOCAL
Foram 13 temporadas de batidas, trapalhadas e decepções.
E só ontem, na temporada em
que a Indy ameaça desaparecer, o
canadense Paul Tracy, 34, teve,
enfim, o gosto de conquistar um
título da categoria.
O feito foi sacramentado em um
dia sem brilho. No GP da Austrália, penúltima etapa do calendário
de 2003, Tracy chegou em um
modesto 13º lugar, fora da zona
de pontuação. Assim, precisou
contar com o fracasso do brasileiro Bruno Junqueira, único que
ainda ameaçava o canadense.
Junqueira bateu com dez voltas
para o final e agora não tem mais
como descontar a vantagem de 27
pontos do canadense, que pilota
para a equipe Forsythe.
"Eu não sei dizer o que sinto
agora. Se Deus quis me testar hoje, conseguiu", disse, emocionado, Tracy momentos após o final
da corrida, disputada em boa parte sob forte chuva em Surfers Paradise e que acabou tendo como
vencedor o novato Ryan Hunter-Reay, dos EUA.
A etapa de encerramento da
temporada 2003 acontece no próximo domingo, no circuito oval
de Fontana, na Califórnia.
O título conquistado ontem garantiu que Tracy fosse campeão
na categoria que conheceu no
apogeu e que hoje definha.
Com dívidas de US$ 100 milhões, a Indy já cogitou o fim das
atividades. Recentemente, o controle da organização mudou de
mãos, mas ainda pairam várias
dúvidas sobre sua continuidade.
Veterano da Indy, Tracy sentiu
na pele a decadência da categoria
popularizada no Brasil por Emerson Fittiipaldi.
Em 1993, quando terminou a
temporada em terceiro lugar e
venceu cinco corridas, o canadense somou US$ 1,422 milhão. Agora, campeão e indo sete vezes ao
lugar mais alto do pódio, amealhou "apenas" US$ 1 milhão.
A competitividade também não
é mais a mesma. Boa parte das estrelas da última década, como o
brasileiro Gil de Ferran, migrou
para a concorrente IRL.
Nomes consagrados da F-1 também já não dão as caras na Indy,
como aconteceu com o inglês Nigel Mansell. A categoria também
viu diminuir o interesse das grandes montadoras por ela.
Neste ano, só a Ford forneceu
motores para as equipes. Antes,
no auge dos anos 90, as empresas
americanas tinham que enfrentar
a concorrência dos japoneses da
Toyota e da Honda.
Com o resultado de ontem, o
Brasil caminha para ter um ano
decepcionante na Indy.
Fora da disputa pelo título, Junqueira ainda tem o vice-campeonato seriamente ameaçado pelo
mexicano Michel Jourdain Jr.,
quarto colocado na Austrália e
que tem agora apenas quatro
pontos de desvantagem em relação a Junqueira.
Na Copa das Nações, que soma
os pontos dos pilotos de cada
país, o Brasil está em terceiro lugar, bem longe dos canadenses e
dos mexicanos.
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