Clube dará 6 mi a time francês e 2 mi a equipe gaúcha, que ficou com Nilmar

Além de perder atleta, time foi obrigado a acertar calote dado pela MSI devido ao risco de punição da Fifa com perda de pontos ou rebaixamento

Ricardo Nogueira/Folha Imagem

Lulinha, jovem esperança do Corinthians, no treino de ontem

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians diz estar perto de selar, certamente, o mais bizarro acordo de sua história.
Ontem, a diretoria do clube anunciou que o Lyon, da França, já aceitou as bases para o pagamento de 6 milhões (cerca de R$ 18 milhões) referentes à contratação do atacante Nilmar, que já deixou o time e está agora no Internacional.
O clube gaúcho, aliás, levou o jogador para suas fileiras e, de quebra, vai receber na negociação outros 2 milhões.
"Faremos o pagamento o mais rápido possível para nos livrarmos desse problema", disse ontem o presidente do Corinthians, Andrés Sanches.
A dívida corintiana foi feita na época da tumultuada parceria entre o clube e a MSI. O time acertou, no valor de 10 milhões, a compra de Nilmar do clube francês. Pagou somente 2 milhões.
O Lyon foi à Fifa exigindo receber a quantia. E ganhou. Nilmar, por sua vez, também ganhou, na Justiça, o direito de deixar o Parque São Jorge.
Foi para o Inter, clube que o revelou e o vendeu ao Lyon com cláusula que obrigava os franceses a lhe dar 20% caso negociassem o atleta. Ele ainda terá outros 5%, o chamado "mecanismo de solidariedade", por ser o clube formador.
Por ironia do destino, Nilmar voltou para o Sul. E o time colorado vai lucrar com isso. Já o Corinthians vai pagar para não levar. Ou melhor, para não correr o risco de ser punido pela Fifa com perda de pontos ou até mesmo de rebaixamento.
"É uma situação muito ruim mesmo, que não foi criada pela atual diretoria do clube. Mas disse que essa dívida tinha que ser paga com prioridade", afirmou o vice jurídico do Corinthians, Sérgio Alvarenga.
Segundo ele, o Lyon receberá duas cartas de crédito, do alemão Werder Bremen, que o Corinthians recebeu pela venda do meia Carlos Alberto. Cada uma vale 2 milhões. Uma será creditada em janeiro, e a outra, em dezembro de 2008.
Os outros 2 milhões, segundo Alvarenga, terão de ser pagos à vista. "Nós até tentamos parcelar, mas eles não quiseram. O problema maior é o Corinthians. Eles não confiam no clube por causa da administração anterior. Não adiantou nem explicarmos que somos novos", comentou Alvarenga.
Se o Lyon não confia nos corintianos, o Inter não dificultou a vida do clube paulista. O acerto com os gaúchos prevê que o Corinthians herde dívida do Inter com o Clube dos 13 e o restante seja parcelado em 12 vezes. "O Inter entendeu nossa situação, e as coisas estão bem encaminhadas", falou o vice jurídico do clube alvinegro.
Além de pagar os franceses e os gaúchos, a equipe paulista também negocia dívida de R$ 2,8 milhões com o técnico Daniel Passarella, que ganhou na Fifa o direito de receber por rescisão de contrato em 2005.
"Conversei com o advogado do Passarella e disse que o Corinthians está disposto a pagar", concluiu Alvarenga.


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