São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

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Basquete se move por Brasileiro unificado

Clubes paulistas pretendem procurar CBB para acordo

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma reunião nos próximos dias pode selar um torneio único, no âmbito nacional, entre os times de basquete do país.
A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) marcou o Campeonato Nacional para o período de 6 de janeiro a 3 de junho de 2008. Doze equipes confirmaram presença.
Oito clubes paulistas, descontentes com gestão da competição, decidiram não disputar o Nacional da CBB.
Apenas um time de São Paulo, o São Bernardo, está garantido. É a menor participação do Estado na história do torneio.
Os oito clubes ausentes fundaram anteontem a ABCB (Associação Brasileira dos Clubes de Basquetebol).
"Entraremos em contato com a confederação, queremos disputar o Nacional [da CBB] desde que o torneio passe a ser administrado pelos clubes", disse o técnico Hélio Rubens, do Franca, uma das equipes integrantes da ABCB. As outras são Paulistano, Limeira, São José, Araraquara, São João, Pinheiros/ Santo André e Assis.
A gestão do campeonato pelos clubes é uma reivindicação antiga. Levou à criação da NLB (Nossa Liga de Basquete), capitaneada pelo ex-jogador Oscar Schmidt, há dois anos.
O encontro entre os representantes da associação recém-formada -que rejeitaram, no mês passado, competir no Nacional- e a CBB ainda não tem data para acontecer.
Mas a comissão executiva do Nacional, vinculada à confederação, vê com bons olhos a reunião. "Consenso é a palavra de maior bom senso no basquete nos últimos anos. O que todos queremos é realizar o melhor campeonato possível", afirmou o técnico do Joinville, Alberto Bial, que faz parte da comissão.
A Folha apurou que a comissão está encarregada pela CBB de fazer a política de aproximação da entidade com os clubes dissidentes. Tentará chegar ao acordo com os times para reverter a situação.
Patrocinadores dos oito paulistas estariam descontentes com a possível ausência das equipes do Nacional. Os investidores avaliam que apenas a disputa do Campeonato Paulista não traria visibilidade.
A ABCB informou que não pretende criar um torneio à parte, como fez a liga de Oscar, que vive momento de crise.
"Se depender de mim, haverá conversa [com a associação]. Precisamos do basquete mais forte, ter equipes representativas como as de São Paulo", falou Bial, da comissão executiva do Nacional da CBB.
Hélio Rubens disse que clubes de outros Estados já fizeram contato com a associação. "Uberlândia, Cetaf e Saldanha da Gama nos procuraram", contou o treinador. Os três estão certos no Nacional. Os outros garantidos são Brasília, Flamengo, Iguaçu, Salvador, Minas, Lajeado, Joinville, Londrina e São Bernardo.
A ABCB pretende convidar mais equipes a se filiar ao grupo. "Agora, esperamos o bom senso da confederação. Queremos um campeonato organizado de comum acordo com a CBB", afirmou Hélio Rubens.
Os clubes insurgentes reclamam que as receitas vindas da CBB são pequenas e questionam o valor do contrato de transmissão do Nacional apenas na TV fechada.


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