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Vitória de Guga na Bahia está sob suspeita
Brasileiro, que acumulava 5 derrotas seguidas, derrotou o 44º do mundo
Volandri, que já estava sob
investigação por suspeita de manipulação em outro jogo,
afirmou após a derrota que uma contusão o atrapalhou
DA REPORTAGEM LOCAL
A vitória que encerrou um jejum de mais um ano e cinco
meses de Gustavo Kuerten no
circuito da ATP (Associação
dos Tenistas Profissionais) está
sob suspeita de fraude.
O confronto contra o italiano
Filippo Volandri, na estréia do
Torneio da Costa do Sauípe, em
fevereiro, faz parte da lista de
partidas que estão sob investigação por causa do escândalo
que indica haver manipulação
de resultados na elite do tênis.
Na época, Guga acumulava
cinco derrotas consecutivas
após a longa ausência no circuito profissional para tratamento
da contusão no quadril. Volandri ocupava a 44ª colocação no
ranking mundial e era o favorito, mesmo na Bahia.
Nas cinco partidas que disputara desde seu retorno às quadras, o brasileiro ainda não havia conseguido vencer sequer um set, mesmo contra adversários com ranking muito inferior, como o austríaco Rainer
Eitzinger, que marcou duplo
6/4 e era o 239º do mundo.
Contra Volandri, Guga marcou 6/3 e 6/1 em somente 46
minutos de partida. O italiano,
que demonstrou lentidão durante o jogo, disse que dores no
ombro o prejudicaram.
O brasileiro declarou ontem
que se recorda que o adversário
estava machucado e não apresentava muitas condições de
jogo. Após a vitória na Costa do
Sauípe, o ex-número um do
mundo conseguiu somente
mais um triunfo em seis partidas de simples que disputou
nesta temporada.
Já Volandri voltou a jogar em
março e conseguiu resultados
expressivos como a vitória sobre o número um do mundo, o
suíço Roger Federer, nas oitavas do Masters Series de Roma.
Guga disse ser necessária investigação séria e afirmou que,
se o problema não for resolvido
rapidamente, o esporte corre o
risco de ser manchado.
"É importante haver uma
boa investigação, não só no tênis, mas em todos os esportes
em que há uma lacuna muito
grande para os mais interessados se aproveitarem", afirmou.
O italiano já estava sob suspeita pela derrota para o australiano Wayne Arthurs na estréia de Wimbledon em 2005.
As suspeitas de manipulação
de resultados começaram em
agosto, quando a ATP iniciou
investigação a respeito da derrota, por abandono, do russo
Nikolay Davydenko (quarto do
ranking mundial) para o argentino Martin Vassalo Arguello
(87º) no Torneio de Sopot.
A Betfair, empresa britânica
de apostas, registrou um índice
de preferência pelo argentino
muito acima do normal e anulou as apostas da partida.
A partir de então, o caso começou a ganhar proporção.
Tenistas, como os belgas Gilles Elseneer e Dick Norman,
divulgaram que já haviam sido
procurados com propostas para perderem partidas, inclusive
em torneios de Grand Slam.
Guga falou nunca ter passado
por tal situação. "Nunca fui
abordado e nunca recebi nada
de ninguém. Sempre que entro
em quadra, entro para ganhar."
Já o britânico Andy Murray
causou polêmica ao afirmar
que "todos" sabiam do problema das apostas. Depois, criticado pelo colegas, divulgou nota
dizendo que havia sido mal-interpretado e que a sua declaração fora tirada de contexto.
A ATP resolveu convocar o
tenista britânico para se explicar e uniu forças com outras
entidades do tênis (Federação
Internacional de Tênis, WTA e
Comitê do Grand Slam) para
enfrentar o problema da possível manipulação de resultados.
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