São Paulo, sexta-feira, 27 de novembro de 2009

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São-paulinos ignoram 4.000 ingressos

Clube não faz venda de entradas para torcedores na capital paulista e prioriza pacotes caros para partida de domingo

Diretoria declara que não sabia de oferta de bilhetes do Goiás para duelo que pode dar ao time tricolor o sétimo título do Brasileiro


Almeida Rocha/Folha Imagem
O atacante Washington descansa o lado de companheiros após treinamento do São Paulo, que foi parcialmente secreto ontem

CAROLINA ARAÚJO
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com chances de conquistar o Brasileiro no domingo, o São Paulo ignorou o torcedor comum paulista para o jogo diante do Goiás, no Serra Dourada.
A diretoria do clube do Morumbi não pegou os 4.000 ingressos que poderiam ser vendidos na capital paulista.
Mas os cartolas são-paulinos providenciaram bilhetes para dirigentes, conselheiros e jogadores, além de outras entradas para pacotes da agência de viagem oficial do clube.
Seguindo o padrão do futebol brasileiro, a diretoria do Goiás separou pouco mais de 10% da carga de ingressos para o São Paulo. A ideia era que as entradas fossem repassadas para a venda na capital paulista.
"Disponibilizamos os ingressos. Eles [os são-paulinos] não pediram, nem solicitaram", declarou o presidente do Goiás, Syd de Oliveira. A diretoria do clube confirmou que os bilhetes ainda estavam separados até a noite de ontem.
Questionados pela Folha, cartolas são-paulinos desconheciam que houvesse bilhetes reservados a eles. E deixaram claro que não devem pegá-los.
"Acho que está muito em cima para vender", analisou o diretor financeiro do São Paulo, Oswaldo Vieira de Abreu, que não sabia da oferta, mas acha que haveria pouco procura na capital pelos ingressos. "Acho que quem vai ao jogo em Goiânia compra lá mesmo", disse.
Entretanto a diretoria são-paulina providenciou alguns poucos ingressos para VIPs.
O clube tricolor comprou 200 ingressos para serem distribuídos entre conselheiros, dirigentes e jogadores.
Além disso, o São Paulo reservou bilhetes com a diretoria do Goiás para a agência Passaporte FC, que tem contrato com o clube. A empresa paga diretamente aos goianos.
Só que, neste caso, o torcedor são-paulino tem de pagar muito mais caro. Um pacote com hospedagem custa R$ 1.150, chegando no sábado. Para ir e voltar no mesmo dia, o preço é de R$ 795. A agência espera vender cerca de 165 pacotes.
Outra agência, a G6 Turismo, que comprou bilhetes sem ajuda do clube, cobra preço mais alto por pacote maior. Eram R$ 990 com dois dias de hospedagem. Agora, só vende bilhetes aéreos e ingressos por até R$ 1.400 -128 clientes haviam sido atendidos até ontem.
Se comprassem na bilheteria, os torcedores pagariam R$ 50 pela arquibancada e R$ 100 por lugar nas cadeiras.
A procura tem aumentado nos últimos dias, segundo as duas agências, o que derruba a tese da diretoria de que não há interesse dos torcedores da capital paulista. No Morumbi, o São Paulo tem a terceira melhor média de público do Brasileiro, com 26 mil pagantes.
E os são-paulinos devem ser maioria no Serra Dourada, já que há grande presença da torcida em Goiânia e em Brasília. Até ontem haviam sido vendidos cerca de 20 mil dos 35 mil disponíveis. "A maioria foi comprada por são-paulinos", disse Altamiro Gonçalves, responsável pelos bilhetes.
Ontem, a geral foi liberada e outros 5.000 ingressos devem ser vendidos. Foi proibida a presença de torcedores com camisas de outros times.


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