São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Técnico vai desafiar escrita de que campeões do Mundial pioram pós-taça

São Paulo diz que Autuori recusou proposta e vai ficar

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo anunciou ontem, por meio de seu presidente, Marcelo Portugal Gouvêa, a permanência do técnico Paulo Autuori. Com a decisão, o treinador entra em 2006 com um desafio a superar: o de sobreviver aos louros da conquista em terras japonesas.
De acordo com Gouvêa, o clube agora vai tocar o seu planejamento para no ano que vem. "Ele [Autuori] fica. Tem contrato com o São Paulo e vai cumprir integralmente. Ele tinha propostas do Japão [Kashima Antlers], mas decidiu continuar", afirmou o presidente são-paulino.
Disposto a seguir no Morumbi, Autuori espera desfazer o tabu que persegue os técnicos brasileiros que vingaram com seus times no Japão no Mundial de Clubes, mas depois viram suas carreiras entrarem em declínio.
Valdyr Espinosa, que ganhou o título em 83 com o Grêmio, foi campeão em Tóquio, mas depois viu seu trabalho oscilar e hoje ainda busca um troféu de expressão nacional para ressurgir.
"Realmente me falta um título brasileiro, mas acho que não podemos pensar assim, senão você está morto. Cada título tem a sua importância. Fui campeão no Paraguai, no Botafogo ganhei até a Taça Guanabara -além do Carioca- e todas essas conquistas são importantes", disse Espinosa, atual técnico do Flamengo.
Oswaldo de Oliveira não foi a Tóquio, mas se tornou campeão mundial em pleno Maracanã com o Corinthians. Cria de Vanderlei Luxemburgo, surgiu ganhando o Paulista antes de triunfar sobre o Vasco. Depois, estagnou.
Outro que seguiu o mesmo caminho foi Paulo César Carpegiani, campeão do mundo com o Flamengo em 81. Ele até deu a impressão de que não seria "chuva passageira" ganhando ainda o Brasileiro de 82. No entanto, não conseguiu se manter no topo como ganhador de títulos.
A exceção ficou por conta de Telê Santana. Responsável pela era de ouro do São Paulo em 92 e 93, viu a sua carreira ser interrompida por uma isquemia.
Para tentar "ajudar" Autuori em seu desafio, a ordem no São Paulo é tentar segurar quem puder. Quanto à renovação do contrato de Amoroso, a definição deve acontecer somente em janeiro.
De acordo com Nivaldo Baldo, procurador do atleta, a oferta já foi feita: um aumento salarial, luvas -a serem estipuladas pelo São Paulo- e um contrato com duração de três anos. "Agora o caso é com a diretoria", disse Baldo.
E pelo planejamento do treinador são-paulino, o foco para 2006 vai ser mesmo o Brasileiro. Autuori adiantou, ainda no Japão, que o clube deve priorizar o torneio nacional, que não conquista desde 1991, quando o comandante era ainda Telê Santana.
"O Brasileiro é um campeonato importante. O São Paulo tem que brigar por esse título."


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