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FUTEBOL
Técnico Levir Culpi faz jogadores imaginarem lances antes das partidas para melhorar o desempenho
São Paulo triunfa com mentalização
da Reportagem Local
Uma técnica chamada de mentalização pelo treinador Levir Culpi está ajudando o São Paulo no
seu desempenho 100% nesta temporada. O método, recomendado
a todos os jogadores, consiste em
fechar os olhos e imaginar os lances que podem acontecer durante
a próxima partida da equipe.
Segundo os atletas, o exercício
mental foi fundamental para a
equipe vencer os seus quatro primeiros jogos na temporada-
dois pelo Torneio Constantino
Cury e dois pelo Rio-São Paulo.
Para o meia Belletti, improvisado na lateral, a mentalização ajudou o time a conseguir abrir uma
vantagem de dois gols no primeiro tempo dos jogos contra o Flamengo e contra o Santos.
No Rio, a equipe fez 2 a 0 em oito minutos e venceu por 2 a 1. No
clássico paulista, o São Paulo levou 22 minutos para conseguir a
mesma diferença e acabou goleando por 5 a 2.
"A vantagem do São Paulo é que
o time tem entrado mais concentrado nos jogos. A maioria das
equipes brasileiras entra meio sonolenta. O Levir tem feito a gente
tirar tudo da cabeça e pensar só na
partida", afirmou Belletti.
O meia-atacante Marcelinho
explicou como é a preparação
mental antes dos jogos. "Fico
pensando nas minhas virtudes e
nos defeitos do adversário que
vou enfrentar. Imagino as jogadas
e tudo de bom que posso fazer."
Culpi insiste para que os jogadores pratiquem esse exercício
durante quase todas as horas que
antecedem os jogos.
"O ideal é que os atletas sonhem
com as partidas. A mentalização é
fundamental para um bom desempenho", afirmou o treinador
são-paulino.
Para a estratégia funcionar, Culpi pede até para os jogadores esquecerem da família enquanto estão concentrados.
Duas horas antes de entrarem
em campo, eles são proibidos de
atender chamadas telefônicas e de
usar o telefone celular.
""Foi uma sugestão dele e nós
aceitamos. É melhor a gente ficar
afastado de qualquer problema
pessoal", afirmou Belletti.
A preocupação da comissão técnica da equipe é evitar que assuntos particulares desviem a atenção
dos atletas e prejudique a mentalização das partidas.
"Concentração foi feita para o
jogador pensar na partida e não
para ficar resolvendo problemas",
afirmou Culpi.
Comunicação
A facilidade com que o São Paulo derrotou o Santos anteontem
surpreendeu os próprios jogadores da equipe do Morumbi.
"A gente esperava um jogo mais
difícil. Acho que os nossos gols no
início desequilibraram o time deles", disse o atacante França.
O jogador afirmou ter sentindo
o nervosismo do adversário com
o decorrer do tempo, enquanto o
São Paulo tocava a bola.
Ele contou que durante a partida contra o Santos foi orientado
várias vezes por seu companheiro
de ataque, Evair.
"Acho que o nosso time precisa
falar mais em campo para corrigir
os defeitos. Eu sempre procuro fazer isso", disse Evair.
Mas a missão de orientar os
companheiros não é só do atacante de 34 anos. Culpi pede para todos os atletas terem o mesmo
comportamento. "Tenho conversado muito sobre isso com a equipe. Seria muito importante se a
comunicação entre os jogadores
melhorasse", disse Culpi.
Por causa das cobranças que faz
aos outros jogadores em campo,
Evair se preocupa em evitar que
os companheiros se sintam ofendidos. "Ele sempre pede para a
gente ouvir, sem reclamar. Depois
a gente conversa no vestiário",
afirmou França.
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