São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESTRELA FORA DA GALÁXIA

Melhor do time até agora, atacante, que perderá a 10 para Tevez, diz que esse será seu ano

Sombra argentina acorda futebol de Gil

DA REPORTAGEM LOCAL

E DO ENVIADO A PORTO FELIZ

Ele vai perder a camisa 10, já demonstrou insatisfação com isso, mas tem levado o time nas costas. O atacante Gil, 25, atleta mais badalado do Corinthians até a vinda de Carlos Tevez, iniciou guerra velada com a estrela.
"Ele não é o salvador da pátria", afirma Gil, sobre a contratação mais cara do futebol brasileiro. "O Tevez é diferenciado, mas não vai decidir nada sozinho nem carregar as pressões sozinho", diz o atacante sobre o colega argentino de US$ 22,6 milhões (cerca de R$ 60 milhões) e que receberá US$ 2 milhões anuais (R$ 500 mil mensais).
O discurso seco do jogador, que tem contrato com o Corinthians até o final deste ano e recebe R$ 120 mil mensais, revela que a badalação sobre os novos reforços do time o incomodam.
Curiosamente, porém, seu futebol neste começo de temporada mostra a mesma agressividade das palavras com que detona a irritação com a perda do número 10 para Tevez.
No ano passado, o futebol de Gil acompanhou a derrocada do time, que esteve ameaçado de rebaixamento no Paulista e no Brasileiro. Foi um dos principais alvos de críticas e ficou 224 dias sem marcar.
Em 2005, ainda não balançou as redes. Mas, nos três confrontos iniciais do Corinthians, ele foi o principal jogador da equipe. Mesmo após as duas primeiras derrotas, para Mogi Mirim e Marília, deixou o gramado festejado pela torcida.
"Neste ano vou arrebentar. Em 2004, tive uma contusão séria [no púbis], mas neste ano comecei muito bem", acredita Gil, atleta que se apresentou com melhor condicionamento físico na equipe para a pré-temporada em Porto Feliz (SP).
Anteontem, após o primeiro triunfo do ano e mais uma atuação convincente, fez questão de elogiar os companheiros que correm o risco de perder a posição com a chegada das estrelas milionárias da MSI.
"Tem toda essa badalação, mas isso é um grupo. Tenho certeza de que todos terão de disputar posição", acredita o atacante.
Se o time se comportar dessa maneira, unido, acredita ele, poderá voltar a conquistar títulos e sonhar de novo com a seleção.
"É o meu grande sonho. Esse pode ser o meu ano", acredita o jogador, que, amanhã, contra o América, deve vestir a camisa 11 corintiana. (EAR E LB)


Texto Anterior: Craque treina, mas é dúvida
Próximo Texto: O que ver na TV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.