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Cobranças fazem clássico ganhar peso inoportuno
Pressionados por futebol pouco convincente, Corinthians e São Paulo encaram desgaste em rodada pré-Libertadores
Para Mano Menezes, sua equipe precisa responder às críticas, e Ricardo Gomes
diz que seu time tem como "atacar em duas frentes"
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a escolha fosse livre, nem
Mano Menezes nem Ricardo
Gomes sacrificariam aqueles
que consideram seus melhores
jogadores em uma partida de
primeira fase do campeonato
menos importante que ambos
têm pela frente na temporada.
Mas eles não podem fazer isso. São Paulo e Corinthians,
que elegeram a Libertadores
como sua maior ambição no semestre e montaram elencos extensos e caros só para poderem
se dedicar mais à competição
continental, são obrigados hoje, por uma série de fatores, a
dar um tempo em suas obsessões pela conquista da América
e se voltar para o Paulista.
O clássico no Pacaembu virou uma espécie de boia de salvação para ambos, para fazerem seus torcedores e dirigentes esquecerem que, até agora,
quase quatro meses já decorridos em 2010, ainda não decolaram, a despeito de, no papel,
ambos irem bem justamente
no interclubes continental.
Tanto no Morumbi como no
Parque São Jorge há um descontentamento, mais declarado entre os são-paulinos, a respeito do futebol apresentado.
Sentimento ainda agravado pelo bom momento do Santos,
que no Estadual vem concentrando para si a atenção da mídia e das arquibancadas.
Assim, Corinthians, que ontem treinou sob os olhares de
cerca de mil torcedores que foram ao Parque São Jorge apoiar
o time, e São Paulo são cobrados para que vençam hoje.
"Quando batem muito, e não
discuto a justiça disso, o grupo
precisa responder. Não podemos depender de um jogador
porque o futebol traz momentos como esse. Temos força para uma resposta coletiva forte",
afirma Mano Menezes.
A importância que o clássico
adquiriu é inoportuna, já que os
próximos confrontos de ambos
serão pela Libertadores.
O Corinthians recebe o paraguaio Cerro Porteño no Pacaembu, na quinta, e com uma
vitória praticamente garante a
vaga nos mata-matas. O São
Paulo embarca para o México
nesta noite. Em caso de triunfo
sobre o Monterrey, na quarta,
também ficará muito perto de
um lugar nas oitavas de final.
"Se você for olhar o projeto
do clube, o Monterrey é mais
importante. Mas a rivalidade
do clássico emparelha as coisas.
Não tem como dar prioridade",
declara Washington. "Teremos
um desgaste grande. Clássico
envolve parte física e psicológica e, depois, ainda temos uma
viagem longa", completa.
"Agora já temos condições de
atacar as duas frentes. Não tenho intenção de usar time mesclado no clássico nem contra o
Monterrey", afirma Ricardo
Gomes, espelhando o pensamento de seu colega de profissão que estará no outro banco.
"Vamos com tudo o que temos de melhor para o clássico",
ressalta Mano Menezes.
(CAROLINA ARAÚJO E PAULO GALDIERI)
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