São Paulo, domingo, 28 de março de 2010

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Cobranças fazem clássico ganhar peso inoportuno

Pressionados por futebol pouco convincente, Corinthians e São Paulo encaram desgaste em rodada pré-Libertadores

Para Mano Menezes, sua equipe precisa responder às críticas, e Ricardo Gomes diz que seu time tem como "atacar em duas frentes"

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a escolha fosse livre, nem Mano Menezes nem Ricardo Gomes sacrificariam aqueles que consideram seus melhores jogadores em uma partida de primeira fase do campeonato menos importante que ambos têm pela frente na temporada.
Mas eles não podem fazer isso. São Paulo e Corinthians, que elegeram a Libertadores como sua maior ambição no semestre e montaram elencos extensos e caros só para poderem se dedicar mais à competição continental, são obrigados hoje, por uma série de fatores, a dar um tempo em suas obsessões pela conquista da América e se voltar para o Paulista.
O clássico no Pacaembu virou uma espécie de boia de salvação para ambos, para fazerem seus torcedores e dirigentes esquecerem que, até agora, quase quatro meses já decorridos em 2010, ainda não decolaram, a despeito de, no papel, ambos irem bem justamente no interclubes continental.
Tanto no Morumbi como no Parque São Jorge há um descontentamento, mais declarado entre os são-paulinos, a respeito do futebol apresentado. Sentimento ainda agravado pelo bom momento do Santos, que no Estadual vem concentrando para si a atenção da mídia e das arquibancadas.
Assim, Corinthians, que ontem treinou sob os olhares de cerca de mil torcedores que foram ao Parque São Jorge apoiar o time, e São Paulo são cobrados para que vençam hoje.
"Quando batem muito, e não discuto a justiça disso, o grupo precisa responder. Não podemos depender de um jogador porque o futebol traz momentos como esse. Temos força para uma resposta coletiva forte", afirma Mano Menezes.
A importância que o clássico adquiriu é inoportuna, já que os próximos confrontos de ambos serão pela Libertadores.
O Corinthians recebe o paraguaio Cerro Porteño no Pacaembu, na quinta, e com uma vitória praticamente garante a vaga nos mata-matas. O São Paulo embarca para o México nesta noite. Em caso de triunfo sobre o Monterrey, na quarta, também ficará muito perto de um lugar nas oitavas de final.
"Se você for olhar o projeto do clube, o Monterrey é mais importante. Mas a rivalidade do clássico emparelha as coisas. Não tem como dar prioridade", declara Washington. "Teremos um desgaste grande. Clássico envolve parte física e psicológica e, depois, ainda temos uma viagem longa", completa.
"Agora já temos condições de atacar as duas frentes. Não tenho intenção de usar time mesclado no clássico nem contra o Monterrey", afirma Ricardo Gomes, espelhando o pensamento de seu colega de profissão que estará no outro banco.
"Vamos com tudo o que temos de melhor para o clássico", ressalta Mano Menezes.
(CAROLINA ARAÚJO E PAULO GALDIERI)


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