São Paulo, domingo, 28 de março de 1999

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FUTEBOL NO MUNDO
Geopolítica

RODRIGO BUENO
Guerra, bomba, assassinato, doenças, crise, tensão...
Temas como esses não sugerem tanto uma coluna de futebol internacional, mas a influência desses episódios dentro de campo foi tão nítida nos últimos dias que o assunto passou a ser obrigatório neste espaço.
Neste fim-de-semana, em que as eliminatórias da Eurocopa voltam à cena, a Europa deveria sorrir, mas, entre bombardeios na Iugoslávia e atentado vitimando 60 na Rússia, o futebol no continente teve que ser, de súbito, abortado ou deslocado.
A pauta previa um jogo entre iugoslavos e croatas, um jogo de risco é verdade, mas, mais que isso, um jogo histórico que envolvia duas das melhores seleções do mundo no momento.
Pelo previsto, a cidade de Vladikavkaz deveria servir de palco para a ressurreição do futebol russo contra a Albânia (problemática apenas no que se refere à política), mas virou cenário terrorista, e a Rússia terá que se reerguer mesmo em Moscou.
Na América, seja no sul, com a Libertadores e a Copa América sendo ameaçadas pela morte trágica do vice-presidente paraguaio, Luis María Argaña, seja no norte, com a revanche do "jogo da paz" entre EUA e Irã praticamente marcada para Washington, em junho, o futebol extrapolou a esfera esportiva.
Na África, o temor pelo Mundial júnior na Nigéria, que tem início previsto para o sábado, envolveu desde a recente democratização até a proliferada malária do país africano.
Já na Ásia, as discussões sobre a Copa do Mundo de 2002 continuam passando prioritariamente por problemas econômicos, consequência da crise financeira que ainda paira sobre os países do continente.
Até a distante Oceania não está alheia ao processo, uma vez que irá abrigar o torneio olímpico em Sydney, em setembro de 2000, mudando o fuso de um aquecido calendário mundial.
O futebol é vítima de tudo.



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