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FUTEBOL NO MUNDO
Geopolítica
RODRIGO BUENO
Guerra, bomba, assassinato,
doenças, crise, tensão...
Temas como esses não sugerem tanto uma coluna de futebol internacional, mas a influência desses episódios dentro
de campo foi tão nítida nos últimos dias que o assunto passou a
ser obrigatório neste espaço.
Neste fim-de-semana, em que
as eliminatórias da Eurocopa
voltam à cena, a Europa deveria
sorrir, mas, entre bombardeios
na Iugoslávia e atentado vitimando 60 na Rússia, o futebol
no continente teve que ser, de
súbito, abortado ou deslocado.
A pauta previa um jogo entre
iugoslavos e croatas, um jogo de
risco é verdade, mas, mais que
isso, um jogo histórico que envolvia duas das melhores seleções do mundo no momento.
Pelo previsto, a cidade de Vladikavkaz deveria servir de palco
para a ressurreição do futebol
russo contra a Albânia (problemática apenas no que se refere à
política), mas virou cenário terrorista, e a Rússia terá que se
reerguer mesmo em Moscou.
Na América, seja no sul, com a
Libertadores e a Copa América
sendo ameaçadas pela morte
trágica do vice-presidente paraguaio, Luis María Argaña, seja
no norte, com a revanche do "jogo da paz" entre EUA e Irã praticamente marcada para Washington, em junho, o futebol extrapolou a esfera esportiva.
Na África, o temor pelo Mundial júnior na Nigéria, que tem
início previsto para o sábado,
envolveu desde a recente democratização até a proliferada malária do país africano.
Já na Ásia, as discussões sobre
a Copa do Mundo de 2002 continuam passando prioritariamente por problemas econômicos, consequência da crise financeira que ainda paira sobre
os países do continente.
Até a distante Oceania não está alheia ao processo, uma vez
que irá abrigar o torneio olímpico em Sydney, em setembro de
2000, mudando o fuso de um
aquecido calendário mundial.
O futebol é vítima de tudo.
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