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FUTEBOL
Fraca exibição contra o Equador faz comissão técnica cobrar mais responsabilidade dos "convocáveis"
Seleção dá início a patrulha física
FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local
A comissão técnica da seleção
brasileira elegeu os jogadores como culpados pela fraca atuação
diante do Equador, anteontem,
no Morumbi, e ameaçou não voltar a chamar aqueles que descuidarem do preparo físico.
O Brasil venceu a partida por 3 a
2, mas os 64 mil torcedores que
estavam no estádio vaiaram a seleção, chamaram o técnico Wanderley Luxemburgo de "burro" e
pediram a convocação do vascaíno Romário e a entrada do gremista Ronaldinho, substituído no
time titular por Amoroso na véspera do jogo supostamente por
estar acima do peso.
No conceito de Luxemburgo e
dos profissionais que o auxiliam,
os convocados para os jogos do
Brasil nas eliminatórias não estão
se apresentando à equipe nas condições físicas ideais.
Como o tempo de preparação
para esses confrontos tem sido
muito escasso, qualquer deslize é
fatal, avalia a cúpula da seleção.
O time nacional teve três dias
para se preparar para o jogo contra o Equador. Na estréia, diante
da Colômbia (empate em 0 a 0,
em Bogotá), o período foi ainda
menor: apenas dois dias.
"Os jogadores têm que entender
que a Copa já começou. Com essa
falta de treinamentos, vamos ter
que contar com a colaboração deles, para que cheguem dos clubes
o mais bem preparados possível",
cobrou Luxemburgo.
Os seus auxiliares ecoam a exigência. "Tem jogador que poderia
ter vindo melhor, isso poderia.
Um jogador convocável tem que
estar sempre atento à convocação", afirmou, sem querer citar
nomes, o preparador físico da seleção, Antônio Mello, se referindo
ao jogo contra o Equador.
Ele e o fisiologista Renato Lotufo dizem estar em contato permanente com os jogadores "selecionáveis" e com os seus respectivos
clubes. Lotufo, porém, afirmou
que a comissão técnica deverá intensificar essa prática durante as
eliminatórias, principalmente em
função dos últimos episódios de
contusões e falta de preparo de alguns atletas.
"As eliminatórias são uma competição em que você tem um jogo
por mês. Então é imprescindível
que você tenha esse contato", disse o fisiologista.
Para Luxemburgo, o início do
torneio tem sido uma "escola" para a seleção.
"Estamos aprendendo a viver
essas eliminatórias, porque elas
são diferentes de tudo o que conhecemos, com apenas três dias
para treinar. Vamos sentir dificuldades e vamos ter que superar os
problemas que se apresentarem,
que estão sendo e serão muitos."
"Nossa classificação (para a Copa) vai ser doída", admitiu.
Desde o início das eliminatórias, os problemas causados por
desgaste ou preparação inadequada vêm se sucedendo.
No jogo de estréia, em Bogotá, o
Brasil atuou parte do segundo
tempo com praticamente dez homens em campo -o zagueiro Aldair sentiu cãibras e Luxemburgo
já havia feito as três substituições,
uma delas, a do meio-campista
Alex, por contusão.
Antes daquele jogo, o técnico
fora obrigado a cortar cinco jogadores, todos por motivo de lesão.
Mais foi anteontem que surgiram os casos mais complicados.
Primeiro, na véspera do jogo, Ronaldinho foi sacado por, segundo
a comissão técnica, estar acima
do peso -informação negada
pelo Grêmio, clube do jogador.
O consultor Candinho disse
que o episódio de Ronaldinho
serviria "como exemplo" para os
jogadores se cuidarem.
Durante a partida, Roberto Carlos -que semanas atrás foi poupado de jogo do Real Madri para
evitar uma lesão na coxa, mas foi
convocado assim mesmo- pediu para ser substituído por ter
machucado justamente a coxa.
Zé Roberto quase não foi escalado e jogou com gripe.
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