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"Esquecido", Popó luta por unificação
Dono do cinturão dos leves pela OMB, pugilista enfrenta hoje nos EUA o americano Juan Diaz, campeão pela AMB
Experiente, baiano afirma não ligar para fato de ter
sido excluído dos rankings independentes e aparecer como azarão nas apostas
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A MASHANTUCKET
É com a imagem de um azarão velho que Acelino Freitas, o
Popó, sobe ao ringue hoje para
unificar os cinturões dos leves
(61,2 kg) da AMB (Associação
Mundial de Boxe) e da OMB
(Organização Mundial de Boxe), contra o americano Juan
Diaz, em Connecticut (EUA).
O brasileiro está fora dos rankings independentes feitos por
especialistas, amarga o papel de
zebra nas bolsas de apostas e
ouve apregoarem a luta de hoje
como "a passagem da tocha".
"Isso não me incomoda. Não
sou americano, não fico nos
EUA o tempo todo, não ando
por aqui. Então, é normal acontecer", justifica Popó sobre sua
atual situação. "Quero ver o
Brasil no topo do boxe."
"É um momento histórico,
um dos mais importantes combates de Freitas. Dizem que ele
está velho, que seu tempo já
passou. Mas isso fará nossa vitória melhor", diz Oscar Suarez, um dos técnicos do baiano.
Popó foi retirado dos rankings independentes das publicações "The Ring" e "Boxing
Digest" após anunciar sua aposentadoria. Mas, mesmo tendo
voltado atrás três dias depois,
não figurou mais nas listas.
No ranking da "The Ring" referente a setembro de 2006,
Popó aparecia como o quarto
leve. Diaz era o sétimo. Na edição seguinte, Popó já havia sido
removido, e "El Torito" era o
quinto -hoje está em segundo.
Na "Boxing Digest", fenômeno semelhante ocorreu. A revista traz Diaz em sexto.
Também na seção anual em
que a "The Ring" apresenta o
"melhor pegador" de cada categoria, "as melhores lutas que
poderiam ser feitas" e "melhor
luta do ano", e na qual era habitué, Popó foi "esquecido".
As bolsas de apostas abriram
com Popó como azarão na proporção de 2,75 por 1. Seu último
combate, no qual reconquistou
o título dos leves da OMB, é
lembrado de forma negativa.
E, na entrevista coletiva, Don
King e outros se referiram como "o momento de Freitas passar a tocha a Diaz". "Na vida tudo evolui. Veja que este cassino
está construindo novas edificações. Assim também é no boxe", filosofou o promotor.
Questionados pela Folha,
Popó e Diaz reconhecem que a
situação atual lembra aquela
na qual Popó derrotou o cubano Joel Casamayor em 2002: o
jovem e ambicioso campeão
contra seu mais perigoso e conhecido adversário. Só que
agora, para o lutador brasileiro,
seu papel foi invertido.
"É, só que eu venci meu adversário daquela vez. E Diaz
não vai [ganhar]", falou Popó.
"Todos dizem que esta é minha mais importante luta. Assim como ele fez com Casamayor, devo fazer com ele. Para
tomar o lugar de alguém você
deve bater esse alguém", disse
Diaz, 23, que em um ano e meio
se formará em direito pela Universidade de Houston.
Em teleconferência com a
imprensa, Popó, 31, deu resposta ríspida ao ser questionado sobre a diferença de idade.
"Vou mostrar quem é o velho."
Ele terá sua mulher, Eliana
Guimarães, que desembarcou
ontem nos EUA, ao lado do ringue. "Chegamos de última hora
para não perturbar a preparação, já que o Popozinho [filho
do casal, de um ano e sete meses] é muito pequeno ainda."
Outro torcedor ilustre será o
ministro Orlando Silva Jr. (Esporte), que chega hoje.
O jornalista EDUARDO OHATA viaja
a convite da Banner Promotions
NA TV - Acelino Freitas x Juan Diaz
Rede TV! e ESPN Brasil, às 23h15
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