São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009

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VÔLEI

O vôlei que merecemos

De tempos em tempos, patrocinadores mudam suas prioridades e times acabam; no futebol não se vê isso

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

QUEM GOSTA de vôlei deve sentir inveja do futebol: não dá para imaginar o fim de clubes como Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. No vôlei, de tempos em tempos, o patrocinador muda as prioridades e os times acabam. Nos últimos dias, o drama foi do Osasco, mas a história teve final feliz. A novidade dessa história foi a mobilização da torcida para manter o time em Osasco. Foi bem legal. O Bradesco não voltou atrás, deixou de bancar a equipe, mas a prefeitura entrou na luta e conseguiu outros patrocinadores. O investimento vai continuar quase o mesmo: R$ 5 milhões a 6 milhões anuais. A levantadora Carol e o técnico Luizomar de Moura, que se empenharam nessa batalha, foram os primeiros a acertar contrato com o novo time. Paula Pequeno, que jogava havia 11 anos no clube, segue a lei do mercado: tem proposta da Rússia, do São Caetano e pode ir embora. A frase que melhor define o vôlei brasileiro é a de Bebeto de Freitas, técnico que levou a seleção masculina à prata em Los Angeles. No início dos anos 90, ele já dizia: ""Nós temos o vôlei que merecemos". Era uma referência à omissão dos clubes, dos técnicos, dos atletas e ao poder da Confederação Brasileira de Vôlei. Oficialmente, as decisões agora são tomadas pelos clubes, a CBV não tem poder de voto, apenas de veto. Mas na prática não é bem assim. A CBV é poderosa na Superliga. O Bradesco decidiu retirar o patrocínio por mudanças de prioridades da nova diretoria, mas havia insatisfações. Um exemplo: a CBV acertou com o Banco do Brasil e não com o Bradesco, que também era candidato, o contrato para ser o patrocinador oficial da Superliga. Resultado: nos jogos em Osasco, o Bradesco conseguiu que o Banco do Brasil não ficasse com as placas principais. Nas na semifinal contra o São Caetano, em Barueri, e na final contra o Rio, no Maracanãzinho, não houve negociação. Mas, enfim, segue o jogo. Hoje, a CBV anuncia o novo ranking dos atletas. A novidade deve ser a mudança de duas para três jogadoras por clube com pontuação máxima de sete pontos.

FIM DE LINHA
O levantador Marcelinho, medalha de prata nos Jogos de Pequim, está fora do time da Unisul. O jogador teve seu contrato rescindido pela diretoria da equipe. Marcelinho tinha mais um ano de contrato. Na Superliga, ele teve problemas de relacionamento com o técnico Giovane e ficou fora da fase final.

ITALIANO
O técnico Zé Roberto, que decidiu se dedicar só à seleção, terá a chance de se despedir da Itália com título. O seu time, o Pesaro, classificou-se para a final do Campeonato Italiano. No masculino, o Trentino, de Leandro Vissotto e Riad, também vai disputar a final.
cidasan@uol.com.br


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