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VÔLEI
O vôlei que merecemos
De tempos em tempos, patrocinadores mudam suas prioridades e times acabam; no futebol não se vê isso
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
QUEM GOSTA de vôlei deve sentir inveja do futebol: não dá
para imaginar o fim de clubes
como Corinthians, Palmeiras, São
Paulo e Santos. No vôlei, de tempos
em tempos, o patrocinador muda as
prioridades e os times acabam. Nos
últimos dias, o drama foi do Osasco,
mas a história teve final feliz.
A novidade dessa história foi a
mobilização da torcida para manter
o time em Osasco. Foi bem legal.
O Bradesco não voltou atrás, deixou de bancar a equipe, mas a prefeitura entrou na luta e conseguiu outros patrocinadores. O investimento
vai continuar quase o mesmo: R$ 5
milhões a 6 milhões anuais.
A levantadora Carol e o técnico
Luizomar de Moura, que se empenharam nessa batalha, foram os primeiros a acertar contrato com o novo time. Paula Pequeno, que jogava
havia 11 anos no clube, segue a lei do
mercado: tem proposta da Rússia,
do São Caetano e pode ir embora.
A frase que melhor define o vôlei
brasileiro é a de Bebeto de Freitas,
técnico que levou a seleção masculina à prata em Los Angeles. No início
dos anos 90, ele já dizia: ""Nós temos
o vôlei que merecemos".
Era uma referência à omissão dos
clubes, dos técnicos, dos atletas e ao
poder da Confederação Brasileira de
Vôlei. Oficialmente, as decisões agora são tomadas pelos clubes, a CBV
não tem poder de voto, apenas de veto. Mas na prática não é bem assim.
A CBV é poderosa na Superliga.
O Bradesco decidiu retirar o patrocínio por mudanças de prioridades da nova diretoria, mas havia insatisfações. Um exemplo: a CBV
acertou com o Banco do Brasil e não
com o Bradesco, que também era
candidato, o contrato para ser o patrocinador oficial da Superliga.
Resultado: nos jogos em Osasco, o
Bradesco conseguiu que o Banco do
Brasil não ficasse com as placas
principais. Nas na semifinal contra o
São Caetano, em Barueri, e na final
contra o Rio, no Maracanãzinho,
não houve negociação. Mas, enfim,
segue o jogo. Hoje, a CBV anuncia o
novo ranking dos atletas. A novidade deve ser a mudança de duas para
três jogadoras por clube com pontuação máxima de sete pontos.
FIM DE LINHA
O levantador Marcelinho, medalha
de prata nos Jogos de Pequim, está
fora do time da Unisul. O jogador
teve seu contrato rescindido pela
diretoria da equipe. Marcelinho tinha mais um ano de contrato. Na
Superliga, ele teve problemas de relacionamento com o técnico Giovane e ficou fora da fase final.
ITALIANO
O técnico Zé Roberto, que decidiu
se dedicar só à seleção, terá a chance de se despedir da Itália com título. O seu time, o Pesaro, classificou-se para a final do Campeonato Italiano. No masculino, o Trentino, de
Leandro Vissotto e Riad, também
vai disputar a final.
cidasan@uol.com.br
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