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Pressionado, Palmeiras alivia técnico
Com equipe ameaçada de 2ª eliminação no ano, agora na Libertadores, diretoria chancela trabalho de Luxemburgo
Torcida vaia o time e parte dos conselheiros critica resultados e gastos, mas cartolas descartam mudar equipe mesmo com fracasso
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Das arquibancadas, sobraram vaias nos últimos jogos a
alguns atletas e ao treinador
Vanderlei Luxemburgo. Dentro do clube, uma parte dos
conselheiros critica os resultados e o excesso de gastos.
O clima esquenta perto da
decisão de vaga na Libertadores. Só um triunfo sobre o Colo
Colo, amanhã, evita a segunda
eliminação do ano -time viajaria ontem à noite para o Chile.
Mas essa pressão de dentro e
de fora do clube não chega ao
treinador nem aos seus jogadores. São ignoradas pela diretoria, que prega que não haverá
mudança mesmo com fracasso.
"Não mexeria no técnico [se
o time for eliminado]", afirmou
o diretor de futebol Genaro
Marino. "O Palmeiras é grande
e temos conselheiros que falam. É difícil administrar essa
pressão internamente. Mas o
presidente [Luiz Gonzaga Belluzzo] sabe fazer muito bem
esse diálogo e ouvir todos."
Os conselheiros palmeirenses estão divididos sobre Luxemburgo. Há uma parte que
critica o excesso de gastos da
comissão técnica, inchada, segundo eles. São 22 membros.
Outros defendem o técnico,
dizendo que vale o investimento. Belluzzo informou à Folha
que a Traffic paga parte da comissão, que custa R$ 620 mil,
segundo Luxemburgo
Só que a empresa negou. Por
meio de sua assessoria, a Traffic informou que só antecipa
pagamentos de direitos sobre
atletas, o que será descontado
quando esses forem vendidos.
Mas a destinação do dinheiro
não é carimbada para o salário.
A Traffic é outra ponta que
ajuda a estabilidade a Luxemburgo. É ele quem indica alguns jogadores contratados.
Oficialmente, a empresa negou
que a presença do técnico seja
fundamental: disse que não vai
atuar pela sua permanência.
Dentro do Palmeiras, quem
garante Luxemburgo é o vice
Gilberto Cipullo. Conselheiros
reclamam que ele não ouve
ninguém antes de tomar decisões e que mantém a autonomia com a chegada de Belluzo.
Ainda enfrenta críticas de
conselheiros por gasto mensal
de R$ 8,2 milhões com o futebol, como em fevereiro. A diretoria também é questionada
por pagar prêmio pela classificação à semifinal do Paulista.
Entre conselheiros cresce
pressão sobre Keirrison, entre
outros jogadores. O atacante
sofre com vaias da torcida.
Mas a diretoria os poupa. Belluzzo tenta tranquilizá-los
com reuniões. Segundo Marino, não estão previstas mudanças drásticas no elenco: haverá
apenas "pequenos ajustes".
Maior reforço do ano e em
má fase, Keirrison nem fala sobre alterações em eventual fracasso na Libertadores.
"É um jogo importante. Precisamos da vitória. Só pensamos nesse resultado", disse o
atacante, questionado sobre se
eventual fracasso.
Se a diretoria não pressiona,
sobram sorrisos, como os do
recém-chegado volante Mozart, apresentado ontem ao
Palmeiras. "Se possível, jogar a
Libertadores", disse, rindo, sobre seu objetivo ao se transferir
para o clube. Resta saber se haverá sorrisos e garantias a técnicos e atletas na quinta-feira.
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