São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009

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Pressionado, Palmeiras alivia técnico

Com equipe ameaçada de 2ª eliminação no ano, agora na Libertadores, diretoria chancela trabalho de Luxemburgo

Torcida vaia o time e parte dos conselheiros critica resultados e gastos, mas cartolas descartam mudar equipe mesmo com fracasso

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Das arquibancadas, sobraram vaias nos últimos jogos a alguns atletas e ao treinador Vanderlei Luxemburgo. Dentro do clube, uma parte dos conselheiros critica os resultados e o excesso de gastos.
O clima esquenta perto da decisão de vaga na Libertadores. Só um triunfo sobre o Colo Colo, amanhã, evita a segunda eliminação do ano -time viajaria ontem à noite para o Chile.
Mas essa pressão de dentro e de fora do clube não chega ao treinador nem aos seus jogadores. São ignoradas pela diretoria, que prega que não haverá mudança mesmo com fracasso.
"Não mexeria no técnico [se o time for eliminado]", afirmou o diretor de futebol Genaro Marino. "O Palmeiras é grande e temos conselheiros que falam. É difícil administrar essa pressão internamente. Mas o presidente [Luiz Gonzaga Belluzzo] sabe fazer muito bem esse diálogo e ouvir todos."
Os conselheiros palmeirenses estão divididos sobre Luxemburgo. Há uma parte que critica o excesso de gastos da comissão técnica, inchada, segundo eles. São 22 membros.
Outros defendem o técnico, dizendo que vale o investimento. Belluzzo informou à Folha que a Traffic paga parte da comissão, que custa R$ 620 mil, segundo Luxemburgo
Só que a empresa negou. Por meio de sua assessoria, a Traffic informou que só antecipa pagamentos de direitos sobre atletas, o que será descontado quando esses forem vendidos. Mas a destinação do dinheiro não é carimbada para o salário.
A Traffic é outra ponta que ajuda a estabilidade a Luxemburgo. É ele quem indica alguns jogadores contratados. Oficialmente, a empresa negou que a presença do técnico seja fundamental: disse que não vai atuar pela sua permanência.
Dentro do Palmeiras, quem garante Luxemburgo é o vice Gilberto Cipullo. Conselheiros reclamam que ele não ouve ninguém antes de tomar decisões e que mantém a autonomia com a chegada de Belluzo.
Ainda enfrenta críticas de conselheiros por gasto mensal de R$ 8,2 milhões com o futebol, como em fevereiro. A diretoria também é questionada por pagar prêmio pela classificação à semifinal do Paulista.
Entre conselheiros cresce pressão sobre Keirrison, entre outros jogadores. O atacante sofre com vaias da torcida.
Mas a diretoria os poupa. Belluzzo tenta tranquilizá-los com reuniões. Segundo Marino, não estão previstas mudanças drásticas no elenco: haverá apenas "pequenos ajustes".
Maior reforço do ano e em má fase, Keirrison nem fala sobre alterações em eventual fracasso na Libertadores.
"É um jogo importante. Precisamos da vitória. Só pensamos nesse resultado", disse o atacante, questionado sobre se eventual fracasso.
Se a diretoria não pressiona, sobram sorrisos, como os do recém-chegado volante Mozart, apresentado ontem ao Palmeiras. "Se possível, jogar a Libertadores", disse, rindo, sobre seu objetivo ao se transferir para o clube. Resta saber se haverá sorrisos e garantias a técnicos e atletas na quinta-feira.


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