São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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Agora sou só torcedor, diz Taffarel

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Destaque na conquista inédita da Copa da Uefa pelo Galatasaray, da Turquia, quarta-feira da semana retrasada, o goleiro Taffarel, 34, considera-se hoje só um torcedor da seleção brasileira, da qual é o recordista em participações -123 jogos, entre 1987 e 1998.
O goleiro tetracampeão mundial nos Estados Unidos em 94, que recusou uma convocação no ano passado, afirmou em entrevista à Agência Folha que não pensa em voltar à seleção.
"Por enquanto, em relação à seleção, sou um torcedor."
O goleiro, que teve bom desempenho no vice-campeonato mundial na França, afirmou que o retorno à seleção não é mais uma meta. "Não quero voltar, não tenho esse objetivo de querer voltar daqui a um ou dois dias."
A entrevista foi concedida em Porto Alegre (RS), onde o jogador está visitando parentes. À tentativa da reportagem de que falasse mais sobre a seleção, Taffarel afirmou: "Como agora sou um torcedor, não faço muitos comentários, para não virar polêmica. Quanto menos falar, melhor."
Ídolo máximo do Galatasaray e adaptado à Turquia, o goleiro gaúcho quer renovar o contrato com a equipe turca. Ele acha o torcedor de lá tão ou mais fanático que o brasileiro e destaca o patriotismo da população. "Eles são patriotas, amam o país deles e gostam de exibir a bandeira."
Taffarel estende os elogios ao Galatasaray -"clube bastante rico e de maior torcida"-, cuja façanha na Copa da Uefa surpreendeu o próprio goleiro, líder da equipe. "A Uefa não estava nem nos nossos sonhos. Foi uma surpresa para todos, que até agora é comemorada", afirmou ele.
Apesar de reconhecer que São Paulo é sede de grandes clubes e de um campeonato estadual "organizado", Taffarel disse que não gostaria de viver em uma cidade tão grande como a capital paulista. "Não me atrai, mas, se acontecer, quem sabe não mudo a impressão que tenho na cabeça?"
A profissão de técnico está fora dos planos do goleiro. Quando parar, Taffarel quer usar seu tempo para conviver com sua mulher, Andréa, e os filhos Catherine, 6, e Cláudio André, 5.
"Tenho planos de estar longe disso. No futebol, tudo é complicado", disse, descartando também exercer outra função.
"Prefiro ser dono de um restaurante, por exemplo, no qual possa trabalhar junto com minha mulher, próximo da família."
Feliz na Turquia, o goleiro, que já defendeu o Internacional-RS, o Parma e o Reggiana, da Itália, e o Atlético-MG, só enfrentou um problema em Istambul: o terremoto que provocou diversas vítimas no ano passado.
"Foi um susto muito grande."


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