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Agora sou só torcedor, diz Taffarel
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Destaque na conquista inédita
da Copa da Uefa pelo Galatasaray,
da Turquia, quarta-feira da semana retrasada, o goleiro Taffarel,
34, considera-se hoje só um torcedor da seleção brasileira, da qual é
o recordista em participações
-123 jogos, entre 1987 e 1998.
O goleiro tetracampeão mundial nos Estados Unidos em 94,
que recusou uma convocação no
ano passado, afirmou em entrevista à Agência Folha que não
pensa em voltar à seleção.
"Por enquanto, em relação à seleção, sou um torcedor."
O goleiro, que teve bom desempenho no vice-campeonato mundial na França, afirmou que o retorno à seleção não é mais uma
meta. "Não quero voltar, não tenho esse objetivo de querer voltar
daqui a um ou dois dias."
A entrevista foi concedida em
Porto Alegre (RS), onde o jogador
está visitando parentes. À tentativa da reportagem de que falasse
mais sobre a seleção, Taffarel afirmou: "Como agora sou um torcedor, não faço muitos comentários, para não virar polêmica.
Quanto menos falar, melhor."
Ídolo máximo do Galatasaray e
adaptado à Turquia, o goleiro
gaúcho quer renovar o contrato
com a equipe turca. Ele acha o torcedor de lá tão ou mais fanático
que o brasileiro e destaca o patriotismo da população. "Eles são patriotas, amam o país deles e gostam de exibir a bandeira."
Taffarel estende os elogios ao
Galatasaray -"clube bastante rico e de maior torcida"-, cuja façanha na Copa da Uefa surpreendeu o próprio goleiro, líder da
equipe. "A Uefa não estava nem
nos nossos sonhos. Foi uma surpresa para todos, que até agora é
comemorada", afirmou ele.
Apesar de reconhecer que São
Paulo é sede de grandes clubes e
de um campeonato estadual "organizado", Taffarel disse que não
gostaria de viver em uma cidade
tão grande como a capital paulista. "Não me atrai, mas, se acontecer, quem sabe não mudo a impressão que tenho na cabeça?"
A profissão de técnico está fora
dos planos do goleiro. Quando
parar, Taffarel quer usar seu tempo para conviver com sua mulher,
Andréa, e os filhos Catherine, 6, e
Cláudio André, 5.
"Tenho planos de estar longe
disso. No futebol, tudo é complicado", disse, descartando também exercer outra função.
"Prefiro ser dono de um restaurante, por exemplo, no qual possa
trabalhar junto com minha mulher, próximo da família."
Feliz na Turquia, o goleiro, que
já defendeu o Internacional-RS, o
Parma e o Reggiana, da Itália, e o
Atlético-MG, só enfrentou um
problema em Istambul: o terremoto que provocou diversas vítimas no ano passado.
"Foi um susto muito grande."
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