São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Corinthians e Botafogo aquietam Morumbi com empate de resultados

Paulista que coibiu o 0 a 0 acaba sem gols e emoções

DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Paulista que registrou recorde de gols e que, na fase de classificação, não atribuía pontos a quem empatasse sem gols acabou em um chocho 0 x 0.
Foi a primeira vez desde 1991 que o último jogo do Estadual terminou com o placar inalterado.
Das 126 partidas da competição neste ano, somente 5 haviam sido encerradas dessa forma.
Foi também a primeira vez que a equipe de Wanderley Luxemburgo deixou o gramado sem balançar a rede adversária.
Numa tarde de grandes decisões pelo Brasil, a final paulista viveu um anticlímax de emoções.
Com a vantagem de poder perder por três gols de diferença ontem para sair campeão, o Corinthians não forçou no ataque durante quase todo o jogo. Já o Botafogo, ciente de sua missão quase impossível no Morumbi, mostrou satisfação com o 0 x 0.
Nos dois primeiros confrontos entre os times no campeonato, o Corinthians venceu o rival com facilidade, mesmo em Ribeirão Preto: 5 a 1 na fase de classificação e 3 a 0 no primeiro jogo da final.
No Morumbi, com mais de 80 mil ingressos vendidos e com 99% de seu espaço ocupado por corintianos, o time da capital não tomou a iniciativa de jogo. Em campo, tratou mais de administrar sua larga vantagem.
Rogério e Kléber, os laterais corintianos, pouco apareceram na frente no primeiro tempo, o que irritou o técnico Wanderley Luxemburgo. Os jovens atacantes Gil e Ewerthon, bem marcados, também pouco ameaçaram.
As melhores chances corintianas acabaram saindo em chutes de média e longa distância. Em um deles, o meia-atacante Marcelinho acertou a trave, naquela que foi a grande oportunidade de gol da partida.
No Botafogo, só o atacante Robert, que jogou isolado na frente durante quase todo jogo, reclamou do defensivismo do time.
""Tínhamos que ter mais ousadia", disse Robert, que creditou a morosidade do Botafogo a Luciano Ratinho no intervalo. ""É uma característica dele segurar a bola. Vai fazer o quê", afirmou.
A própria torcida corintiana, acostumada a cantar bastante nas arquibancadas, acompanhou quase em silêncio a partida até os 15min do segundo tempo. A partir daí, gritou ""olé" nos toques dos jogadores corintianos, o que acomodou ainda mais a equipe.
Os dois técnicos não mudaram seus times no intervalo para a segunda etapa.
O técnico Lori Sandri, do Botafogo, deixou para mexer na sua equipe a 10 minutos do fim.
Luxemburgo também não ousou para buscar a vitória. Colocou no final da partida o volante Gallo e até o goleiro Gleguer, que foi deixado em segundo plano pelo técnico nesta temporada.
Os botafoguenses entenderam que o empate no Morumbi ontem foi uma saída digna para a equipe, que chegou neste ano à sua primeira decisão do Paulista.
O time de Ribeirão Preto teve sua campanha marcada por empates e posteriores vitórias nas cobranças de pênalti, uma das novidades da Federação Paulista para a temporada. Para as finais, porém, o regulamento do torneio não previa penalidades máximas em caso de igualdade no placar.



Texto Anterior: S.C. Corinthians 24 vezes Paulista
Próximo Texto: Corintianos comemoram antes da partida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.