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FUTEBOL
Corinthians é o melhor nas estatísticas, mas não evita que distância técnica entre poderosos e modestos despenque
Fosso entre grandes e pequenos diminui
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas estatísticas, o Corinthians
também foi o melhor, mas, mesmo assim, a distância técnica entre grandes e pequenos caiu sensivelmente no Paulista-2001 em relação ao ano anterior.
Com uma tabela que marcou a
maioria das partidas para o interior, as equipes mais modestas do
Estado emplacaram dois representantes entre os semifinalistas e
números bem próximos, ou até
mesmo superiores, dos obtidos
pelos rivais mais poderosos nos
rankings feitos pelo Datafolha,
que acompanhou e tabulou os dados de todas as 126 partidas realizadas pelo campeonato.
No ano passado, as médias somadas de Corinthians, Palmeiras,
São Paulo e Santos eram melhores
do que as registradas pelas outras
equipes do Estadual em nove dos
dez principais fundamentos.
Agora, existe um empate de 5 a
5 entre grandes e pequenos nos
rankings do Datafolha.
No Paulista-2001, por exemplo,
quem bateu mais não foram os times com elencos recheados de
rostos desconhecidos, e sim os times estrelados do Estado.
A média dos quatro grandes foi
de 25,6 faltas por jogo, contra 24,8
dos pequenos. No ano passado,
essas médias foram de, respectivamente, 23,8 e 25,4.
Os clubes mais modestos da
competição também foram melhores nos desarmes (136 x 132),
no número de chances criadas
(17,3 x 16,8), nos lançamentos (7 x
6) e no tempo de posse de bola
(30min08s x 29min48s).
Mesmo quando ainda têm vantagem, o quarteto principal de São
Paulo está hoje muito mais próximos da realidade da concorrência
menos famosa.
Até em fundamentos geralmente dominados por times mais estrelados isso aconteceu.
Tanto no aproveitamento de
passes como nos dribles, em que a
habilidade técnica do jogador é
essencial, os pequenos estão hoje
quase no mesmo patamar em que
se que encontram os grandes.
Em 2000, os quatro maiores de
São Paulo tinham médias somadas de 25 dribles por jogo e 83%
de aproveitamento nos passes,
contra, respectivamente, 21 e
80,3% do resto. No Paulista-2001,
o placar final foi de 20 x 18 nos dribles e 81,9% x 80,7% nos passes.
A aproximação entre grandes e
pequenos só não despencou ainda mais pelos desempenho do
campeão Corinthians.
O time de Wanderley Luxemburgo teve o melhor passe do
Paulista, foi o que mais lançou e
ainda liderou as assistências.
Além disso, foi o segundo no
aproveitamento de finalizações, o
terceiro em posse de bola e dono
do melhor ataque da competição.
Entre os outros grandes, só o
Santos, que foi às semifinais, se
destacou -foi o melhor em dribles e em aproveitamento nas finalizações. Já São Paulo e Palmeiras, nas estatísticas, só de destacaram negativamente -os são-paulinos foram os que mais receberam cartões, enquanto o Palmeiras foi o segundo clube mais
violento da competição.
Entre os pequenos, União São
João e Ponte Preta brilharam nas
estatísticas -o primeiro pelo desempenho ofensivo e o segundo
pela defesa.
Com média de 20,3 finalizações
por jogo, o time de Araras marcou
mais gols do que Palmeiras e São
Paulo e teve o vice-artilheiro da
torneio -o zagueiro Andrei, que
balançou a rede 12 vezes. Já a Ponte, apesar de mais uma vez abusar
das faltas, terminou o torneio como a equipe com o segundo
maior número de desarmes e a
defesa menos vazada -média de
1,24 gol sofrido por jogo.
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