São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2001

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FUTEBOL

Corinthians é o melhor nas estatísticas, mas não evita que distância técnica entre poderosos e modestos despenque

Fosso entre grandes e pequenos diminui

DA REPORTAGEM LOCAL

Nas estatísticas, o Corinthians também foi o melhor, mas, mesmo assim, a distância técnica entre grandes e pequenos caiu sensivelmente no Paulista-2001 em relação ao ano anterior.
Com uma tabela que marcou a maioria das partidas para o interior, as equipes mais modestas do Estado emplacaram dois representantes entre os semifinalistas e números bem próximos, ou até mesmo superiores, dos obtidos pelos rivais mais poderosos nos rankings feitos pelo Datafolha, que acompanhou e tabulou os dados de todas as 126 partidas realizadas pelo campeonato.
No ano passado, as médias somadas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos eram melhores do que as registradas pelas outras equipes do Estadual em nove dos dez principais fundamentos.
Agora, existe um empate de 5 a 5 entre grandes e pequenos nos rankings do Datafolha.
No Paulista-2001, por exemplo, quem bateu mais não foram os times com elencos recheados de rostos desconhecidos, e sim os times estrelados do Estado.
A média dos quatro grandes foi de 25,6 faltas por jogo, contra 24,8 dos pequenos. No ano passado, essas médias foram de, respectivamente, 23,8 e 25,4.
Os clubes mais modestos da competição também foram melhores nos desarmes (136 x 132), no número de chances criadas (17,3 x 16,8), nos lançamentos (7 x 6) e no tempo de posse de bola (30min08s x 29min48s).
Mesmo quando ainda têm vantagem, o quarteto principal de São Paulo está hoje muito mais próximos da realidade da concorrência menos famosa.
Até em fundamentos geralmente dominados por times mais estrelados isso aconteceu.
Tanto no aproveitamento de passes como nos dribles, em que a habilidade técnica do jogador é essencial, os pequenos estão hoje quase no mesmo patamar em que se que encontram os grandes.
Em 2000, os quatro maiores de São Paulo tinham médias somadas de 25 dribles por jogo e 83% de aproveitamento nos passes, contra, respectivamente, 21 e 80,3% do resto. No Paulista-2001, o placar final foi de 20 x 18 nos dribles e 81,9% x 80,7% nos passes.
A aproximação entre grandes e pequenos só não despencou ainda mais pelos desempenho do campeão Corinthians.
O time de Wanderley Luxemburgo teve o melhor passe do Paulista, foi o que mais lançou e ainda liderou as assistências.
Além disso, foi o segundo no aproveitamento de finalizações, o terceiro em posse de bola e dono do melhor ataque da competição.
Entre os outros grandes, só o Santos, que foi às semifinais, se destacou -foi o melhor em dribles e em aproveitamento nas finalizações. Já São Paulo e Palmeiras, nas estatísticas, só de destacaram negativamente -os são-paulinos foram os que mais receberam cartões, enquanto o Palmeiras foi o segundo clube mais violento da competição.
Entre os pequenos, União São João e Ponte Preta brilharam nas estatísticas -o primeiro pelo desempenho ofensivo e o segundo pela defesa.
Com média de 20,3 finalizações por jogo, o time de Araras marcou mais gols do que Palmeiras e São Paulo e teve o vice-artilheiro da torneio -o zagueiro Andrei, que balançou a rede 12 vezes. Já a Ponte, apesar de mais uma vez abusar das faltas, terminou o torneio como a equipe com o segundo maior número de desarmes e a defesa menos vazada -média de 1,24 gol sofrido por jogo.



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