São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2001

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VÔLEI

Os reis da torcida

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Os cubanos começaram bem a Liga Mundial: em seis jogos, perderam apenas dois sets. São os donos da melhor campanha do torneio e os reis da torcida. Nenhuma outra seleção neste ano levou tanto público aos ginásios. As seis partidas da equipe cubana em Havana reuniram 98.314 torcedores.
A seleção brasileira, que também costuma lotar ginásios, estreará no país no próximo fim de semana com dois jogos contra os EUA, em Belo Horizonte. As outras partidas serão no Nordeste: em Recife e Fortaleza.
O confronto mais esperado da última rodada era entre Cuba e Iugoslávia, atual campeã olímpica. Sem os irmãos Nikola e Vladimir Grbic, ainda de folga, os iugoslavos só venceram um set em dois jogos contra os cubanos. Uma decepção.
Está certo que Cuba parece empolgada com a nova comissão técnica e o trabalho para melhorar o salto dos atletas. O atacante Leonel Marshall, por exemplo, segundo a imprensa cubana, está voando: passou a pegar a bola no ataque a 3,78 m do chão, um recorde.
Mas a Liga Mundial está só começando e muitas seleções ainda não estão com a sua força máxima. Vamos ver se Cuba aguenta o ritmo até o final. Por enquanto, a autora da maior façanha no torneio foi a Grécia, país sem tradição no vôlei. Ganhou dois jogos da Rússia, atual vice-campeã olímpica.
Já o Brasil, em plena era Bernardinho, venceu fácil os EUA por 3 sets a 0 no primeiro jogo entre as duas seleções, anteontem. Com um saque eficiente, o time brasileiro acabou com a recepção adversária. Os norte-americanos também erraram muito no ataque.
Se com a seleção adulta brasileira parece que vai tudo bem, o mesmo acontece com as categorias de base. Além de jogadores talentosos, as novas gerações impressionam pela altura. A seleção infanto-juvenil tem a maior média já registrada por uma equipe nacional: 1,99 m.
A seleção juvenil, que foi campeã do torneio intercontinental e garantiu vaga para o Mundial da Polônia, segue o mesmo estilo. Tem média de 1,98 m de altura, dois centímetros superior à seleção que foi a Sydney.
Um exemplo é André Luís, o Kibinho, levantador titular da seleção juvenil. Ele tem 1,95 m. É mais alto do que Maurício (1,84 m), Marcelinho (1,83 m) e Ricardinho (1,91 m), os três levantadores da seleção adulta.
Outro destaque das seleções juvenil e infanto é o atacante Leandro Neves, o gigante brasileiro de 2,12 m e 18 anos. Com tênis, chega a 2,16 m. Na última temporada, atuou na Unisul como oposto. O técnico Bernardinho já está de olho em Leandro, e ele pode ser convocado para a equipe adulta neste ano.
O problema da seleção juvenil em 2000 era a inexperiência dos atletas. A maioria quase não jogava nos clubes. Na última Superliga, o quadro mudou. Entre os 18 convocados, só um não jogou a Superliga: Raphael Fraga.
Resultado: a seleção ganhou maturidade. Outro ponto positivo é que, além de reunir um grupo de jogadores altos, a maioria deles ocupa as posições que o Brasil mais está precisando: ponteiro e intermediário.
Para encerrar, uma nota triste: Ricardo Gazzolla, 22, ex-líbero do Minas, morreu em um acidente de carro, sexta-feira, em Belo Horizonte. Ele foi campeão brasileiro na temporada 1999/ 2000 com o time mineiro.

Árbitros
A Apav (Associação Paulista de Árbitros de Vôlei) acertou acordo com a Associação Pró-Voleibol de Porto Ferreira, a maior liga de vôlei de São Paulo. A entidade reúne 68 equipes de 40 cidades. Na temporada passada, foram disputadas 1.250 partidas nessa liga. Segundo o presidente Álfio Sacchi, a Apav, criada sem o apoio da Federação Paulista de Vôlei, já tem em seus quadros 150 árbitros.

Sorteio
O sorteio das chaves do Mundial feminino será no dia 11 de setembro, na Alemanha. Só duas equipes já estão classificadas para a competição: Cuba, atual campeã mundial, e Alemanha, país que abrigará o torneio. Já o sorteio dos grupos do Mundial masculino será realizado no dia 5 de outubro, na Argentina. Além dos argentinos, os italianos, atuais campeões do torneio, também já têm vaga assegurada.

E-mail cidasan@uol.com.br



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