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VÔLEI
Os reis da torcida
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Os cubanos começaram
bem a Liga Mundial: em
seis jogos, perderam apenas dois
sets. São os donos da melhor
campanha do torneio e os reis
da torcida. Nenhuma outra seleção neste ano levou tanto público aos ginásios. As seis partidas da equipe cubana em Havana reuniram 98.314 torcedores.
A seleção brasileira, que também costuma lotar ginásios, estreará no país no próximo fim
de semana com dois jogos contra os EUA, em Belo Horizonte.
As outras partidas serão no Nordeste: em Recife e Fortaleza.
O confronto mais esperado da
última rodada era entre Cuba e
Iugoslávia, atual campeã olímpica. Sem os irmãos Nikola e
Vladimir Grbic, ainda de folga,
os iugoslavos só venceram um
set em dois jogos contra os cubanos. Uma decepção.
Está certo que Cuba parece
empolgada com a nova comissão técnica e o trabalho para
melhorar o salto dos atletas. O
atacante Leonel Marshall, por
exemplo, segundo a imprensa
cubana, está voando: passou a
pegar a bola no ataque a 3,78 m
do chão, um recorde.
Mas a Liga Mundial está só
começando e muitas seleções
ainda não estão com a sua força
máxima. Vamos ver se Cuba
aguenta o ritmo até o final. Por
enquanto, a autora da maior façanha no torneio foi a Grécia,
país sem tradição no vôlei. Ganhou dois jogos da Rússia, atual
vice-campeã olímpica.
Já o Brasil, em plena era Bernardinho, venceu fácil os EUA
por 3 sets a 0 no primeiro jogo
entre as duas seleções, anteontem. Com um saque eficiente, o
time brasileiro acabou com a recepção adversária. Os norte-americanos também erraram
muito no ataque.
Se com a seleção adulta brasileira parece que vai tudo bem, o
mesmo acontece com as categorias de base. Além de jogadores
talentosos, as novas gerações
impressionam pela altura. A seleção infanto-juvenil tem a
maior média já registrada por
uma equipe nacional: 1,99 m.
A seleção juvenil, que foi campeã do torneio intercontinental
e garantiu vaga para o Mundial
da Polônia, segue o mesmo estilo. Tem média de 1,98 m de altura, dois centímetros superior à
seleção que foi a Sydney.
Um exemplo é André Luís, o
Kibinho, levantador titular da
seleção juvenil. Ele tem 1,95 m. É
mais alto do que Maurício (1,84
m), Marcelinho (1,83 m) e Ricardinho (1,91 m), os três levantadores da seleção adulta.
Outro destaque das seleções
juvenil e infanto é o atacante
Leandro Neves, o gigante brasileiro de 2,12 m e 18 anos. Com
tênis, chega a 2,16 m. Na última
temporada, atuou na Unisul como oposto. O técnico Bernardinho já está de olho em Leandro,
e ele pode ser convocado para a
equipe adulta neste ano.
O problema da seleção juvenil
em 2000 era a inexperiência dos
atletas. A maioria quase não jogava nos clubes. Na última Superliga, o quadro mudou. Entre
os 18 convocados, só um não jogou a Superliga: Raphael Fraga.
Resultado: a seleção ganhou
maturidade. Outro ponto positivo é que, além de reunir um grupo de jogadores altos, a maioria
deles ocupa as posições que o
Brasil mais está precisando:
ponteiro e intermediário.
Para encerrar, uma nota triste: Ricardo Gazzolla, 22, ex-líbero do Minas, morreu em um acidente de carro, sexta-feira, em
Belo Horizonte. Ele foi campeão
brasileiro na temporada 1999/
2000 com o time mineiro.
Árbitros
A Apav (Associação Paulista de Árbitros de Vôlei) acertou acordo com a Associação Pró-Voleibol de Porto Ferreira, a maior liga de vôlei de São Paulo. A entidade reúne 68 equipes de 40 cidades. Na temporada passada, foram disputadas 1.250 partidas
nessa liga. Segundo o presidente Álfio Sacchi, a Apav, criada
sem o apoio da Federação Paulista de Vôlei, já tem em seus quadros 150 árbitros.
Sorteio
O sorteio das chaves do Mundial feminino será no dia 11 de setembro, na Alemanha. Só duas equipes já estão classificadas para a competição: Cuba, atual campeã mundial, e Alemanha,
país que abrigará o torneio. Já o sorteio dos grupos do Mundial
masculino será realizado no dia 5 de outubro, na Argentina.
Além dos argentinos, os italianos, atuais campeões do torneio,
também já têm vaga assegurada.
E-mail cidasan@uol.com.br
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