|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Clássico fraco equilibra São Paulo e Palmeiras
Após 1º tempo ruim, times tentam atacar, mas não o bastante para mudar placar
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
|
Sob marcação do são-paulino Josué, o palmeirense Valdivia tenta dominar bola no clássico de ontem no gramado no Morumbi |
São Paulo 0
Palmeiras 0
MÁRVIO DOS ANJOS
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Equilíbrio foi o que mais se
viu entre São Paulo e Palmeiras. Um jogo ruim no primeiro
tempo, que melhorou no segundo, quando os dois times se
abriram atrás da vitória, sem
sair do 0 a 0 no Morumbi.
Para o Palmeiras, que entrou
em campo com ares de favorito
eventual, o resultado significou
a perda dos 100% de aproveitamento no Brasileiro, mas bem
cedo Caio Júnior demonstrou
que o empate estava ótimo.
Para o São Paulo, o empate
serviu para o time voltar a mostrar aplicação e empenho. Se
não enche o torcedor de confiança para se candidatar ao título, o time de Muricy Ramalho
exibiu vontade de acertar.
O jogo começou com muitos
erros de passe de lado a lado e
com uma disposição acima do
normal nas divididas.
Aos 5min, o árbitro Sálvio Espíndola Fagundes Filho já havia perdido três belas oportunidades de mostrar um cartão
amarelo, sendo a mais grave delas um chute de Edmundo no
tornozelo do zagueiro Miranda,
dentro da área são-paulina, punível até com expulsão.
Os dois times tinham muita
dificuldade no último passe.
No São Paulo, os alas Ilsinho
e Jorge Wagner, de quem se espera o nascimento das jogadas
ofensivas, não conseguiam chegar à linha de fundo. Ilsinho
muitas vezes optava pelo corte
em direção ao meio. Jorge
Wagner foi o jogador maios
acionado nesta etapa, 18, mas
não fez nada muito produtivo.
Para piorar, Hugo permaneceu omisso enquanto esteve em
campo, e os atacantes Dagoberto e Borges se apresentavam
distantes um do outro.
No Palmeiras, o chileno Valdivia (mais acionado no Palmeiras, com 14 bolas recebidas)
não repetia suas melhores
atuações, limitado pela boa
marcação de Hernanes e Josué.
A saída de bola do Palmeiras
também andava ruim, principalmente com a displicência de
Martinez, que demorou a se dar
conta de que estava em um
clássico. Florentín, parceiro de
Edmundo na frente, parecia escondido entre os zagueiros.
As dificuldades palmeirenses
pareceram maiores, segundo os
passes errados contados pelo
Datafolha. O Palmeiras errou
38 passes, contra 29 do São
Paulo. Muitos jogadores culparam o gramado.
"O campo está muito ruim, e
a bola é muito leve. Eles [o São
Paulo] ficam querendo arrecadar, marcando show toda hora,
não dá", criticou Edmundo.
No apagar das luzes do primeiro tempo, finalmente uma
bela jogada. Ilsinho deixou três
marcadores para trás e rolou no
meio para Dagoberto, que traçou uma diagonal e invadiu a
área são-paulina. O chute cruzado saiu a um metro da trave
do goleiro Diego Cavalieri.
Depois de tanta precaução e
erros, o segundo tempo começou com os times mais abertos
ao ataque. Muricy Ramalho
voltou com Marcel no lugar de
Borges, tentando dar à equipe
uma referência na área.
De fato, a mudança atraiu a
marcação palmeirense. Pelo lado esquerdo, Dagoberto virou o
principal perigo são-paulino,
driblando bem em direção à linha de fundo. Já o Palmeiras foi
prejudicado com a marcação de
um impedimento de Florentín,
aos 24min. O paraguaio estava
em condições, enquanto Edmundo, que realmente estava à
frente da linha, não participou.
Começava a dança das pranchetas. Caio Jr. parecia satisfeito e protegeu o empate, tirando
o ofensivo Michael pelo volante
Makelele. Muricy respondeu
ofensivamente: tirou o inoperante Hugo e colocou Leandro,
formando um trio de ataque e
deixando definitivamente a armação a cargo dos alas.
As mudanças não surtiram
tanto efeito, e o jogo se encaminhou lentamente ao 0 a 0.
E o placar só não se alterou
graças a uma defesa salvadora
de Rogério, em cobrança de falta bem batida por Martinez. Foi
a quarta finalização correta do
Palmeiras, em cinco conclusões, enquanto o São Paulo só
acertou uma das sete que tentou contra o gol de Diego.
No próximo domingo, o Palmeiras pega o Cruzeiro no Parque Antarctica, enquanto o São
Paulo visita o líder Paraná.
Texto Anterior: Arbitragem deixa rivais descontentes Próximo Texto: Entrevista 1: Para Caio Jr., time não soube contra-atacar Índice
|