São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2007

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Clássico fraco equilibra São Paulo e Palmeiras

Após 1º tempo ruim, times tentam atacar, mas não o bastante para mudar placar

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Sob marcação do são-paulino Josué, o palmeirense Valdivia tenta dominar bola no clássico de ontem no gramado no Morumbi


São Paulo 0
Palmeiras 0

MÁRVIO DOS ANJOS
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Equilíbrio foi o que mais se viu entre São Paulo e Palmeiras. Um jogo ruim no primeiro tempo, que melhorou no segundo, quando os dois times se abriram atrás da vitória, sem sair do 0 a 0 no Morumbi.
Para o Palmeiras, que entrou em campo com ares de favorito eventual, o resultado significou a perda dos 100% de aproveitamento no Brasileiro, mas bem cedo Caio Júnior demonstrou que o empate estava ótimo.
Para o São Paulo, o empate serviu para o time voltar a mostrar aplicação e empenho. Se não enche o torcedor de confiança para se candidatar ao título, o time de Muricy Ramalho exibiu vontade de acertar.
O jogo começou com muitos erros de passe de lado a lado e com uma disposição acima do normal nas divididas.
Aos 5min, o árbitro Sálvio Espíndola Fagundes Filho já havia perdido três belas oportunidades de mostrar um cartão amarelo, sendo a mais grave delas um chute de Edmundo no tornozelo do zagueiro Miranda, dentro da área são-paulina, punível até com expulsão.
Os dois times tinham muita dificuldade no último passe.
No São Paulo, os alas Ilsinho e Jorge Wagner, de quem se espera o nascimento das jogadas ofensivas, não conseguiam chegar à linha de fundo. Ilsinho muitas vezes optava pelo corte em direção ao meio. Jorge Wagner foi o jogador maios acionado nesta etapa, 18, mas não fez nada muito produtivo.
Para piorar, Hugo permaneceu omisso enquanto esteve em campo, e os atacantes Dagoberto e Borges se apresentavam distantes um do outro.
No Palmeiras, o chileno Valdivia (mais acionado no Palmeiras, com 14 bolas recebidas) não repetia suas melhores atuações, limitado pela boa marcação de Hernanes e Josué.
A saída de bola do Palmeiras também andava ruim, principalmente com a displicência de Martinez, que demorou a se dar conta de que estava em um clássico. Florentín, parceiro de Edmundo na frente, parecia escondido entre os zagueiros.
As dificuldades palmeirenses pareceram maiores, segundo os passes errados contados pelo Datafolha. O Palmeiras errou 38 passes, contra 29 do São Paulo. Muitos jogadores culparam o gramado.
"O campo está muito ruim, e a bola é muito leve. Eles [o São Paulo] ficam querendo arrecadar, marcando show toda hora, não dá", criticou Edmundo.
No apagar das luzes do primeiro tempo, finalmente uma bela jogada. Ilsinho deixou três marcadores para trás e rolou no meio para Dagoberto, que traçou uma diagonal e invadiu a área são-paulina. O chute cruzado saiu a um metro da trave do goleiro Diego Cavalieri.
Depois de tanta precaução e erros, o segundo tempo começou com os times mais abertos ao ataque. Muricy Ramalho voltou com Marcel no lugar de Borges, tentando dar à equipe uma referência na área.
De fato, a mudança atraiu a marcação palmeirense. Pelo lado esquerdo, Dagoberto virou o principal perigo são-paulino, driblando bem em direção à linha de fundo. Já o Palmeiras foi prejudicado com a marcação de um impedimento de Florentín, aos 24min. O paraguaio estava em condições, enquanto Edmundo, que realmente estava à frente da linha, não participou.
Começava a dança das pranchetas. Caio Jr. parecia satisfeito e protegeu o empate, tirando o ofensivo Michael pelo volante Makelele. Muricy respondeu ofensivamente: tirou o inoperante Hugo e colocou Leandro, formando um trio de ataque e deixando definitivamente a armação a cargo dos alas.
As mudanças não surtiram tanto efeito, e o jogo se encaminhou lentamente ao 0 a 0.
E o placar só não se alterou graças a uma defesa salvadora de Rogério, em cobrança de falta bem batida por Martinez. Foi a quarta finalização correta do Palmeiras, em cinco conclusões, enquanto o São Paulo só acertou uma das sete que tentou contra o gol de Diego.
No próximo domingo, o Palmeiras pega o Cruzeiro no Parque Antarctica, enquanto o São Paulo visita o líder Paraná.


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