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SPARRING
O rival de Popó
EDUARDO OHATA
O baiano Acelino "Popó" Freitas, que no próximo dia 7 enfrenta Anatoly Alexandrov,
campeão dos superpenas pela
OMB (Organização Mundial de
Boxe), é, entre todos os brasileiros que disputaram títulos nos
últimos anos, aquele que melhores chances tem de retornar ao
Brasil vestindo o cinturão.
Esta coluna obteve as medidas
e quatro teipes do russo (Genaro
Hernandez, Djamel Lifa, Julien
Lorcy e Arnulfo Castillo), que
mede 1,68 m e tem 1,77 m de envergadura. Pelos VTs, o lutador
promovido pela empresa dos irmãos Acaries (AB Star Production) não é nenhum fenômeno.
Discípulo do estilo europeu,
Alexandrov não é adepto do jogo
de cintura, adotando uma postura diferente, mais ereta, privilegiando a movimentação de pernas para escapar dos golpes.
A defesa do russo, que gosta
sempre de tomar a iniciativa dos
combates, é imperfeita, sobretudo pelo lado esquerdo, por onde
entram com relativa facilidade
os cruzados de direita.
Apesar de desferir, com velocidade -sua maior arma-, um
grande volume de golpes firmes e
apresentar nos últimos assaltos a
mesma preparação física dos assaltos iniciais, o russo não possui
uma pegada demolidora.
Das 15 vitórias obtidas por nocaute, 14 foram por nocaute técnico, aquele decidido por intervenção do árbitro ou técnico. Só
uma foi por nocaute clássico, em
que o sujeito "dorme".
Mesmo apresentando algumas
vulnerabilidades, Alexandrov,
32, será, de longe, o melhor adversário de Freitas, cuja carreira
havia estagnado após vencer o
torneio Boxcino, que reuniu lutadores de oito países, em 97.
Freitas, 23, que não será o favorito contra Alexandrov, é, indubitavelmente, o melhor boxeador nacional da atualidade.
Resta saber se esse status será o
suficiente para torná-lo o primeiro brasileiro campeão (por
uma das quatro principais entidades que controlam o boxe internacional) desde Miguel de
Oliveira, em 1975.
NOTAS
Campeão
O melhor peso-pena da atualidade, o britânico Naseem Hamed, campeão da categoria pela Organização Mundial de Boxe, está pedindo permissão ao
presidente da entidade, o porto-riquenho Francisco Valcarcel, para unificar novamente o
título (no passado, Hamed unificou o título, depois fragmentado novamente no tapetão). O
fato de o campeão ter de fazer
uma defesa de título contra o
primeiro do ranking, Juan Manuel Marquez, poderia atrapalhar os planos de Hamed. O
conselho deliberativo da OMB
vai aproveitar o congresso que
está acontecendo em Porto Rico para discutir o assunto.
Desafiante
Aliás, Luís Cláudio Freitas,
que está em Los Angeles ajudando na preparação do irmão
"Popó", tem chances de, no futuro, enfrentar Hamed, pois está ranqueado entre os dez primeiros desafiantes pela OMB.
²
E-mail eohata@folhasp.com.br
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