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FUTEBOL
Goleiro e outros seis brasileiros são suspensos por uso de passaporte falso
Dida é punido por 1 ano na
Itália, mas fica na seleção
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS
Suspenso ontem por um ano
em um pacote de punições da liga
que organiza o Campeonato Italiano por causa de passaportes falsos, o goleiro Dida, do Milan, foi
mantido na seleção brasileira.
Além dele, também foram punidos mais 13 jogadores, sete clubes
e sete dirigentes (veja quadro
abaixo). As validades das suspensões aos atletas, por enquanto, se
restringem à Itália.
Dos 14 jogadores punidos, sete
são brasileiros (Dida, Fábio Júnior, Jorginho Paulista, Warley,
Alberto, Jeda e Dedé).
O técnico da seleção, Luiz Felipe
Scolari, pretende contar com o
goleiro para a partida contra o
Uruguai, neste domingo, em
Montevidéu, pelas eliminatórias
da Copa de 2002. Dida ficará na
reserva de Marcos.
O goleiro do Milan também foi
relacionado para a disputa da Copa América. ""A posição que recebi da direção da CBF é que posso
contar com o Dida. Se alguma coisa mudar, vou fazer as modificações", afirmou o treinador.
O presidente da entidade, Ricardo Teixeira, passou o dia de ontem na sede da CBF, no Rio. No final da tarde, ele iria para a Granja
Comary, em Teresópolis (RJ), se
reunir com a comissão técnica. A
punição a Dida seria discutida.
Scolari disse não temer que o resultado da partida de domingo
possa ser revertido no tapetão.
O Uruguai também conta com
um jogador que foi suspenso ontem por um ano, o meia-atacante
Recoba, da Inter de Milão. Ele é a
estrela da seleção de seu país.
""A minha decisão está respaldada pela CBF. Por isso, estou tranquilo", justificou o técnico.
""Não acredito que o Dida é culpado. Se o tirasse da seleção, estaria concordando com a decisão.
Acho que caberá recursos ainda e
só vou tirá-lo do grupo após uma
decisão final", completou.
O coordenador técnico Antônio
Lopes disse que o goleiro só deixará a seleção caso a decisão seja
encampada pela Fifa.
Dida também se colocou entre
os jogadores relacionados para a
partida contra o Uruguai. ""Estou
treinando e faço parte do grupo.
Então, posso jogar", afirmou.
Mesmo assim, ele não escondeu
seu nervosismo com a punição
que recebeu na Itália.
'"Não tenho algo para falar sobre
isso", repetia o jogador, quando
era indagado sobre a decisão.
O goleiro chegou a discutir com
um jornalista, que insistia em saber dele uma posição sobre a punição imposta pelos italianos.
Os jogadores da seleção demonstraram apoio a Dida.
""Em um momento difícil como
esse, temos que apoiá-lo. Lamento profundamente pela punição.
Perder um ano no futebol não é a
mesma coisa que perder um
mês", disse o atacante Élber, do
Bayern de Munique (Alemanha).
Élber chegou a contar que já foi
oferecido a ele um passaporte europeu, que ele recusou.
""Prefiro o meu verdinho", contou o jogador, em referência a cor
do passaporte brasileiro. Élber
atua na Europa há 11 anos.
O lateral-esquerdo Roberto
Carlos, do Real Madrid (Espanha), também engrossou o coro
de solidariedade ao companheiro.
""Ele é inocente. Agora, acho que
nós precisamos ficar mais atentos
para contratarmos advogados e
empresários", avaliou.
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