São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2001

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FUTEBOL

Goleiro e outros seis brasileiros são suspensos por uso de passaporte falso

Dida é punido por 1 ano na Itália, mas fica na seleção

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Suspenso ontem por um ano em um pacote de punições da liga que organiza o Campeonato Italiano por causa de passaportes falsos, o goleiro Dida, do Milan, foi mantido na seleção brasileira.
Além dele, também foram punidos mais 13 jogadores, sete clubes e sete dirigentes (veja quadro abaixo). As validades das suspensões aos atletas, por enquanto, se restringem à Itália.
Dos 14 jogadores punidos, sete são brasileiros (Dida, Fábio Júnior, Jorginho Paulista, Warley, Alberto, Jeda e Dedé).
O técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, pretende contar com o goleiro para a partida contra o Uruguai, neste domingo, em Montevidéu, pelas eliminatórias da Copa de 2002. Dida ficará na reserva de Marcos.
O goleiro do Milan também foi relacionado para a disputa da Copa América. ""A posição que recebi da direção da CBF é que posso contar com o Dida. Se alguma coisa mudar, vou fazer as modificações", afirmou o treinador.
O presidente da entidade, Ricardo Teixeira, passou o dia de ontem na sede da CBF, no Rio. No final da tarde, ele iria para a Granja Comary, em Teresópolis (RJ), se reunir com a comissão técnica. A punição a Dida seria discutida.
Scolari disse não temer que o resultado da partida de domingo possa ser revertido no tapetão.
O Uruguai também conta com um jogador que foi suspenso ontem por um ano, o meia-atacante Recoba, da Inter de Milão. Ele é a estrela da seleção de seu país.
""A minha decisão está respaldada pela CBF. Por isso, estou tranquilo", justificou o técnico.
""Não acredito que o Dida é culpado. Se o tirasse da seleção, estaria concordando com a decisão. Acho que caberá recursos ainda e só vou tirá-lo do grupo após uma decisão final", completou.
O coordenador técnico Antônio Lopes disse que o goleiro só deixará a seleção caso a decisão seja encampada pela Fifa.
Dida também se colocou entre os jogadores relacionados para a partida contra o Uruguai. ""Estou treinando e faço parte do grupo. Então, posso jogar", afirmou.
Mesmo assim, ele não escondeu seu nervosismo com a punição que recebeu na Itália.
'"Não tenho algo para falar sobre isso", repetia o jogador, quando era indagado sobre a decisão.
O goleiro chegou a discutir com um jornalista, que insistia em saber dele uma posição sobre a punição imposta pelos italianos.
Os jogadores da seleção demonstraram apoio a Dida.
""Em um momento difícil como esse, temos que apoiá-lo. Lamento profundamente pela punição. Perder um ano no futebol não é a mesma coisa que perder um mês", disse o atacante Élber, do Bayern de Munique (Alemanha).
Élber chegou a contar que já foi oferecido a ele um passaporte europeu, que ele recusou.
""Prefiro o meu verdinho", contou o jogador, em referência a cor do passaporte brasileiro. Élber atua na Europa há 11 anos.
O lateral-esquerdo Roberto Carlos, do Real Madrid (Espanha), também engrossou o coro de solidariedade ao companheiro.
""Ele é inocente. Agora, acho que nós precisamos ficar mais atentos para contratarmos advogados e empresários", avaliou.


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