São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011

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Saldo

Após rebaixamento do River e fúria da torcida, que deixou 89 feridos, Argentina fecha o estádio Monumental e procura culpados

LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES

A Argentina contou ontem o saldo da batalha no Monumental de Nuñez, após o rebaixamento do River Plate.
Tentava encontrar explicação para o vandalismo dos torcedores e um porquê de o plano de segurança não ter contido os ataques.
O governo Cristina Kirchner foi questionado por liberar a presença dos torcedores sem montar uma estrutura considerada adequada.
O ministro Aníbal Fernández, chefe de gabinete da Presidência, defendeu a operação com mais de 2.200 policiais. Disse que os confrontos foram organizados por uns "300 idiotas que devem ser presos" e cobrou que o River seja "responsabilizado".
Na última semana, na primeira partida da repescagem em Córdoba, vencida pelo Belgrano por 2 a 0, torcedores do River invadiram o campo para ameaçar atletas.
Não houve punição. Antes do jogo de volta, no domingo, a torcida voltou a se reunir em frente ao Monumental para cobrar os jogadores.
Por causa dos incidentes prévios e da crescente tensão, um conselho de segurança nacional se reuniu para avaliar se a partida de anteontem deveria contar com a presença da torcida. O governo decidiu que sim.
A polícia não conseguiu conter o vandalismo dos torcedores -mais de 50 mil pessoas foram ao Monumental.
A furiosa torcida também agrediu policiais, quebrou carros e saqueou lojas nas ruas do bairro de Nuñez.
O estádio foi fechado ontem pela Justiça, que vai analisar as imagens dos confrontos e coletar provas para processar os envolvidos.
O Monumental, porém, foi confirmado na final da Copa América, no próximo dia 24.
Segundo a polícia local, 37 pessoas permanecem detidas pelos ataques. Pelo menos 89 pessoas ficaram feridas. Um policial, internado com traumatismo craniano, ainda corre risco de morrer.
Na noite de ontem, o técnico Juan José López pediu demissão. A diretoria não anunciou o nome do novo treinador e não comentou a violência de domingo.
O presidente Daniel Passarella (jogador campeão mundial com a seleção em 78 e 86) disse na semana passada que vai abrir as contas do clube. Ele acusa a ex-diretoria pelas atuais mazelas. Após o empate com o Belgrano e o rebaixamento, disse que só deixaria o River "morto".
Com dívidas que somam mais de R$ 70 milhões, o clube, segundo mais popular do país, atrás do Boca Juniors, tem situação financeira delicada há cinco anos.


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